Continuo a eremitar e não me peçam para me deixar disto. Estou bem demais.
Vi, de raspão, algumas notícias mas, logo à primeira que vi, a Ana Lourenço, ao dar a notícia, fez um esgar de desprezo pelo que dizia, como se não acreditasse no que dizia. Quando a Informação chega a este ponto, eu não aguento a agonia e fujo a sete pés.
Noutro canal, tinham noticiado qualquer coisa pois estavam a dar entrada aos comentadores. Os pseudo jornalistas torpedeiam ou deturpam as notícias que dão e, de seguida, como se fossemos incapazes de processar o que eles ajavardadamente noticiaram, aparece uma chusma de gente que vem mastigar para que os espectadores comam a comida já mastigada por aquela gente.
Claro que não são todos os comentadores que são uns zés-ninguéns, uns palermas encartados ou uns chico-espertos. No meio da avalancha, um ou outro são credíveis. O problema é o que é preciso gramar muita porcaria para chegar aos que interessam. E eu não tenho essa paciência.
Estivemos, isso sim, a ver e ouvir na RTP 2, os concertos Ao Largo. Tirando isso, nada.
Em contrapartida, de tarde, nova aparição. Descia o muro, na maior, até que se deteve sobre um murinho. Não se pôs sobre a azinheira mas sob, mas isso, em minha opinião, não desmerece o sagrado da aparição.
Não percebi o que estava a comer mas, sendo ali, presumo que fosse uma bolota. Aliás, vendo a fotografia, concluo que devia mesmo ser uma bolota pois parece que estava a tirar-lhe o chapelinho. Coisa mais fofa.
O que tinha à mão era o telemóvel. Aproximei-me, fotografei-o.
Olhou para mim e rapidamente abalou azinheira acima e já não consegui vê-lo mais.
Voltei a pôr bocadinhos de amêndoa na pedra que está aqui junto à porta da sala. Fiquei de tocaia. Nada.
Fui caminhar. Depois de uma ou duas voltas fui espreitar a pedra. As amêndoas tinham desaparecido. Mais esperto que eu.
E já vos contei: há pinhas roídas por todo o lado. Ficam como as espinhas de peixe que eu como, roídas até ao tutano.
Presumo que graças a eles e aos pinhões que devem sobrar das pinhas que roem, agora rebentam pinheiros por todo o lado. Não se dá conta.
Não sei o que pensarão, vocês que me lêem, talvez pensem que exagero, mas eu, perante estas aparições sinto-me verdadeiramente abençoada. Não se admirem, pois, se me acharem cada vez mais beatificada.
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Não tenho alma de jardineira, falta-me a persistência e a minúcia. O ambiente de floresta, ver como crescem as árvores, ver os musgos e os líquenes, os cogumelos, as florzinhas selvagens, tudo isso atrai-me muito mais. E os cheiros, a aragem fresca e perfumada, os caminhos, os rumores, tudo me enche de alegria.
Talvez por isso, me apeteça hoje partilhar o vídeo seguinte que tem a vantagem de ter legendagem em português.
The Constant Gardener
Os humanos são óptimos a fugir da verdade, mas no jardim ninguém não pode esconder-se. Vida e morte, vitalidade e decadência – tudo acontece diante dos nossos olhos.
O jardim é um espaço definido não pela sua fisicalidade, mas pelas emoções que evoca e pelas ligações que provoca. E o acto de jardinagem pode mudar para melhor a maneira como nos relacionamos com o mundo ao nosso redor, dando-nos perspectiva e ensinando-nos lições sobre a vida.
Escolhemos plantar sementes de medo ou amor? Nós fertilizamos a raiva ou a harmonia? Regamos as conexões que temos ou deixamos que morram de sede?
As nossas almas são jardins. Os nossos corações são flores. Eles precisam de ser regados, cuidados, fertilizados e amados.
Jardinagem feliz!
Filmado em Riebeek West, África do Sul.
Com Corné Pretorius.
4 comentários:
Acho maravilhoso a sua maneira de ser com a vida
Um esquilo todo descontraído, a julgar pela postura da cauda, e certamente à procura da data de validade das amêndoas ..
Olá Maria Oliveira,
Quem sabe sou apenas uma pessoa simples...
Muito obrigada pelas suas palavras.
Dias felizes.
Olá, Anónim@ do Esquilo,
Não é mesmo uma fofura? Não dá vontade brincar com ele, ver se o pêlo é macio...? Será que um dia ainda virão para o pé de mim, deixando-me fazer-lhes uma festa?
Não sei...
Obrigada.
Dias felizes!
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