Caro Presidente Marcelo Rebelo de Sousa,
E tenho razões muito objectivas e inequívocas para o meu contentamento.
- O reduzido défice
- O baixo desemprego
- A acentuada redução da dívida pública
- O crescimento económico acima do previsto
- A atenção dada a quem mais precisa
- ......
Tudo vai no bom caminho. E vai comprovadamente. Não são 'bocas' nem suposições. Não. São dados concretos, estatísticos, reconhecidos.
Claro que nestas coisas da economia há sempre um tempo que medeia as acções e o seu efeito no terreno. É mesmo assim. Quem perceba um pouco destas coisas não terá dúvidas de que, com a conjugação destes factores, as melhorias junto da população vão começar a surgir a curto prazo. A boa gestão das contas públicas traduz-se em maior folga orçamental e isso terá reflexos directos nas condições de vida das pessoas.
Aliás, esses reflexos já estão a surgir.
Há muita gente que ainda está a sofrer os efeitos da crise internacional (custos dos combustíveis e da energia mais elevados, inflação e a consequente significativa subida das taxas de juro, etc) mas também há cada vez mais pessoas a viver despreocupadamente.
Portanto, querer escamotear os indícios de que parte significativa da população vive cada vez melhor é cegueira ou cinismo.
E, não tenhamos dúvidas, com a muito expectável descida do IRS, mais dinheiro haverá em circulação, multiplicando o efeito benéfico de uma economia saudável.
E há cada vez mais empresas portuguesas a exportar produtos de valor acrescentado. Portugal é cada vez mais reconhecido como um parceiro fiável, detentor de fortes capacidades tecnológicas. E isso é daquelas coisas que tem um efeito multiplicador sustentável.
E, quanto ao turismo, os resultados não poderiam ser melhores. Já não é um turismo apenas de Verão ou apenas de praia, nomeadamente do Algarve. Não. Portugal tem, durante todo o ano e praticamente em todo o País, uma vasta oferta turística, desde a cultural, à gastronómica, à vinícola, à de montanha, à fluvial, etc.
O País está melhor organizado, melhor infraestruturado, modernizado. Toda a população beneficia de tudo isto.
Portanto, dizer que o Governo não está a governar bem é coisa de gente mal intencionada, gente mentecapta ou mal informada.
Que a direita mais trauliteira, de braço dado com a ala mais ignorante e mais estúpida da Comunicação Social ande a montar um circo inventando que o Governo não está a governar bem, não será de espantar. Mas que o Presidente da República pareça apadrinhar esta torpe campanha já parece mais complicado.
Veja-se este episódio do Galamba.
Um assessor do ministro tem comportamentos estranhos e o ministro demite-o. Nada de mais.
Mas, então, o ex-assessor desenvolve um conjunto de acções ainda mais estranhas e condenáveis tais como:
- Depois de demitido vai, a correr, fora de horas, ao local onde já não trabalha
- Vai buscar um computador que não lhe pertence e que contém informação sensível
- Quando as funcionárias tentam impedir o roubo, agride-as
Ora, porque é que o Presidente da República se cola a esta gente (que parece estar do lado de quem age à margem do que é razoável e legítimo) e não de quem tenta defender a informação sensível do ministério?
Acontece que o dito ex-assessor acabou mesmo por levar o computador para casa, tendo ficado com ele, ao que parece durante umas horas. A ser verdade, o que é que ele fez? Apagou documentos? Apagou correspondência? Eliminou provas de alguma coisa? O quê? E porque o fez?
Isto parece-me potencialmente grave. Ora alguém se mostra preocupado com isto que, de facto, tem que ser escalpelizado com rigor? Não vejo. E também não vejo o Presidente da República a dizer palavra que seja sobre isto.
Parecer-me ia lógico e necessário que o Presidente Rebelo de Sousa, perante o que se passou. dissesse o seguinte:
- Um ex-assessor, depois de demitido, foi buscar um computador que era propriedade do Estado e que continha informação sensível
- O ex-assessor fez mal. Ninguém se pode apropriar de bens alheios e isso é tanto mais grave quando se trate de um equipamento que poderia conter informação classificada e sensível
- As pessoas do Ministério tomaram as devidas providências, nomeadamente comunicaram o evento, e bem, às entidades competentes.
- Face a isso, nada mais há a comentar a não ser que se deve investigar tudo o que se passou (não esquecendo o insólito comportamento do ex-assessor bem como o que se passou com o computador quando esteve abusivamente nas mãos).
E mais nada, mesmo mais nada. Não é andar a deixar indirectas, a fazer saber que queria que se demitisse o ministro (a que propósito, senhores?), não é agora andar a alimentar a confusão frisando datas que só alimentam conversas da treta nas televisões, não é andar a dar a entender que está ali para fazer a vida negra ao Governo.
Se o Senhor, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, é Presidente da República, a mim também o deve.
Mas se acho que não desperdicei o meu voto quando votei no PS, tenho pensado muitas vezes que se calhar o desperdicei quando votei em si. E, a continuar como tem sido nos últimos tempos, estou convencida que não sou só eu. Muito mais gente critica, e muito, a sua actuação.
Não é isso que esperávamos de si nem é isso que se espera de um bom Presidente da República.
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NB: Estas rosas são do meu jardim e ilustram o que é o meu sentir socialista.
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Um bom sábado
Saúde. Discernimento. Serenidade. Bom senso. Paz.
6 comentários:
Exactamente.
Subscrevo!!!!
A Presidência da Republica sendo um órgão de poder unipessoal, é mais suscetível de ser contaminado pelo temperamento e carácter do seu titular. Estamos a viver uma situação que a esse respeito é exemplar. Marcelo evidencia ululantemente características que sabemos sempre o definiram, inconfiável, inconstante, inseguro, carente, sonso.
Estas são apenas algumas das qualidades que reconheço no PR, mas como diria Groucho Marx, se não gostarem destas tenho outras.
Olá UJM
Completamente de acordo!
Acho que se impõe a um número certamente muito significativo de cidadãos, que estão a assistir atónitos a este desenrolar de agressões à estabilidade do País, vindas da oposição de direita e também do BE e da maioria dos órgãos de comunicação, a que se junta o alto patrocínio da Presidência da República e o precioso contributo do Ministério Público, que em carta aberta, se dirijam ao Senhor Presidente da República. As ideias e sentimentos que a UJM desenvolve são comuns a uma grande parte do povo português que tem o dever e a obrigação de os fazer chegar ao presidente de todos os Portugueses, quer tenham nele votado quer não. Por acaso não o fiz, pois receei precisamente o que se está a passar. Aqui em casa fui a única que lancei o voto num candidato que sabia à partida que não ganharia, mas desde o ano de 1970 que a pessoa do agora Senhor Presidente da República não me é estranha, levando-me alguns traços da sua personalidade que não mudaram, na dúvida, a não arriscar. O Senhor Presidente não é um simples licenciado em Direito, é um constitucionalista com doutoramento, investigação e obra nesta área do Direito, sabe perfeitamente, ao contrário dos comentadores, qual o âmbito das suas funções. Uma tomada de posição duma parte da social civil que não se revê no espiral de turbulência mediática não seria, por certo, demais.
Bom domingo.
Abraço da Filo
Alô alô, o homem das selfies não foi eleito para levar ao colo o PS. É como tudo na vida, há altos e baixos, o PS está a fazer uma espécie de ski de montanha com final à Schumacher. Acontece...
UJM
As pessoas estão enganadas com Marcelo enquanto pessoa do ponto de vista politico.
Marcelo é o politico mais à direita ,mais conservador, e até por vezes, aqui ou ali, com assomos de laivos reacionários ( aborto, eutanásia, misturar igreja como únicos valores, beijar a mão a outro homem na circunstância o Papa enquanto leva ao vexame um povo inteiro ao beija-mão jamais aceite em democracia por um PR, assistencialismos estilo " Isabel Jonet" onde só falta o chá das cinco, etc.) que o regime democrático, já elegeu para um cargo institucional.
Marcelo é o mais conservador politico português, só que, disfarça, e engana, recorrendo á sua capacidade comunicacional fria e calculista, quer na aproximação ao popularucho beijoqueirice muito plástica, mas que tem funcionado a seu favor embora todos perceba-mos a encenação.
Marcelo consegue a proeza de ser um republicano (não laico), mas num regime laico, e depois de 10 anos de PR, voltar para os seus aposentos vitalícios como presidente da Casa de Bragança a quem os monárquicos lhe reconhecem a sua inspiração monárquica
para o desempenho do cargo.
Marcelo, politicamente, consegue ser tudo e o seu contrario, isto é, ter dois casacos opostos no mesmo guarda fato, com a mesma tranquilidade como nos toma, por parolos.
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