Têm sido dias não muito fáceis de explicar. O tempo corre sem que o saibamos domar. Há muita coisa a tratar. Até aqui, a vida, em aspectos logísticos relevantes, estava-nos simplificada. Havia sempre quem tratasse das coisas por nós. Sorte a nossa, claro.
[Ontem recebi um mail de alguém que está a passar por momentos muito complicados e que me dizia que estava a habituar-se. E dizia: como sabe, habituamo-nos a tudo. Várias vezes, noutros contextos, ao admirarmo-nos com coisas antes impensáveis e que, por força das circunstâncias já aceitávamos, concluíamos que acabávamos por nos habituarmos a tudo. É verdade.]
Uma pessoa é uma privilegiada e habitua-se de tal maneira a isso que, às tantas, nem se lembra que há uma multitude de coisas para tratar. Alguém delas se ocupava. E nem dávamos por isso. Nem nos apercebíamos do trabalho que davam.
As coisas mais simples. Agora tudo é uma aventura. Nunca as fiz. E ainda não cheguei ao ponto de me pôr a andar de metro ou coisas complicadas do género. Aí, então, deve ser uma odisseia.
Haverá quem leia e pense: uma dondoca. Exacto. Confirmo.
Eu própria, agora que quero pôr-me a andar por mim e me vejo às cabeçadas, sem saber bem como fazer ou quais as precedências, e em que parece que há sempre um pequeno grão cuja existência eu desconhecia mas que atrapalha todo o plano, tento relativizar: calma, não pode ser difícil, meio mundo o faz. Lamento-me, de mim para mim: és um totó mal habituada, isso é que és, caraças.
E há ainda uma outra faceta da coisa -- deparo-me com um mundo paralelo, insuportável: ligar para qualquer sítio para tratar do que quer que seja ou para pedir uma porcariazeca de uma informação. O mundo dos contact ou call centers. Uma pessoa liga e sofre horrores até conseguir chegar à fala com um humano. Uma pessoa tem que digitar algarismos, tem que percorrer um labirinto de opções até que, depois de muito esperar, a chamada cai. E tudo recomeça. Isto quando, estando eu concentrada para não perder nenhuma das opções, não acontece o pior: o dog desatar a ladrar, impedindo-me de ouvir. E pimba: não há outro remédio senão abdicar do caminho percorrido. Ou seja, tenho que desligar e voltar à casa de partida.
Se os meus filhos, à noite, nos perguntam o que fizemos, parece que pouco ou nada tenho para dizer. E, no entanto, não sobrou um minuto e stress foi o que não faltou.
Com isto, lamento mas também não me sobra tempo para responder aos comentários; e mails para responder que, julgava eu que por estes dias ia ser canja de galinha, tenho uns poucos. Uma ineficiência, uma vergonha. E agora, a escrever isto, já adormeci várias vezes. Alguém que me explique isto.
Nada de pânico:
o especialista em ufologia Peçanha veio a público mostrar como abater um objeto voador
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A bela fotografia lá em cima é de VCG/Getty Images e foi tirada na China
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Um dia bom
Saúde. Boa onda. Paz.
2 comentários:
Cara UJM, já faz algum tempo que não visitava o seu blogue. Apesar de discordar de muito do que diz e de considerar o seu gosto por vídeos e imagens muito chocarreiro e duvidoso, sempre lhe achei muita piada. Deve ser insuportável de aturar ao vivo, mas muito engraçada aqui. A caixa de comentários continua, como sempre, muito mal frequentada. Em todo o caso, e essa é a intenção do meu comentário, não quero deixar de lhe desejar muitas felicidades para esta nova etapa da sua vida.
Car@ Anónim@
Lamento que a ameixeira em flor sob a neve lhe tenha parecido chocarreira e duvidosa. A mim parece-me bela e, até, poética. Mas, claro, gostos não se discutem.
Também lamento que considere que a caixa de comentários continue mal frequentada. Como, neste caso, aqui apenas vejo o seu comentário, posso deduzir que essa afirmação é um acto de contrição da sua parte? Pensa que deveria bani-lo, é?
É certo que vir aqui, supostamente ao fim de algum tempo, para dizer mal do que vê e de quem por aqui passa, parece-me coisa levemente de mau gosto. Mas ainda assim, por quem sois, não me ocorre bani-lo...
Tirando isso, agradeço e retribuo os votos de felicidades.
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