sábado, setembro 17, 2022

Estão a ensinar a Erica a rir, não sei para quê.
(Bem precisada estou eu hoje que tentassem isso era comigo)

 

Passa da uma e meia da manhã e só agora estou a pegar no computador. Cheguei há pouco a casa. A primeira coisa que fiz foi ligar à minha mãe pois, depois de a ter deixado em casa, disse-me que ficava preocupada por eu vir a conduzir sozinha tão tarde e depois de tantas horas de stress e sem comer. Depois tomei um belo banho. Depois de mais de oito horas nas urgências do hospital (cegada que, até ver e so far so good, parece ter terminado bem) só mesmo um banho para tirar de mim o ambiente de umas urgências superlotadas e com episódios de super-desorganização (outro dia conto, hoje não tenho energia). Venho destes lugares com vontade de contar tudo ao pormenor. Mas é melhor deixar passar algum tempo.

Depois do banho, misturei um bocado de papaia com iogurte, com frutos secos e canela e trouxe a tigela para a sala. Comi enquanto espreitava as gordas dos onlines. Estava varada de fome e claro que não foi isto que me consolou. Mas não ia agora, a esta hora, banquetear-me.

É que, ainda por cima, para almoço só tinha comido um queijinho e um pêssego. Por uma vez tinha reservado parte da tarde para um programinha bom que tinha recebido de presente pelos anos. A seguir, quando regressasse da coisa boa, logo lanchava. Mas não devo ter nascido para vida regalada porque, mal penso que vai ser, vem o destino e encarreira-me para trabalhos. E que trabalhos...

Com tudo isso, cansada como estou, não consigo pegar em assunto sério. Nem assunto de rir. Só consigo mesmo vir aqui dizer que isto dos robots humanoides me deixa sempre desconfortável. Ainda por cima quererem pô-los com lero-leros, a mandar boquinhas, a sorrir, todos prosas com fino sentido de humor. Até até em empatia já falam... Não gosto. Gente é gente, máquina é máquina. O planeta a pegar fogo nuns cantos e a meter água por outros, assassinos fascistas à solta com aplauso de palermas que preferem acusar os que querem ajudar os agredidos do que os criminosos que matam e destroem, uma crise generalizada de escassez de bens essenciais, uma inflação desgraçada... e há quem ande nisto, a querer ter máquinas a portarem-se como pessoas. 

Não há pachorra. Parece que não percebem onde é que isso vai parar. Gente doida.

Sugiro, pois, a leitura do interessante artigo do Guardian.

Scientists try to teach robot to laugh at the right time

Research team hopes system could improve natural conversations between humans and AI systems 

(...) Inoue and his colleagues have set out to teach their AI system the art of conversational laughter. They gathered training data from more than 80 speed-dating dialogues between male university students and the robot, who was initially teleoperated by four female amateur actors.(...)

e depois logo vêem se não tenho razão

E, caso queiram conhecer a dita Erica, aqui fica uma amostra.

JST ERATO ISHIGURO Symbiotic Human-Robot Interaction Project


Um bom sábado
Saúde. Boa sorte. Paz

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