Não sou de tentar uma segunda vez. Para o bem ou para o mal, para mim história vivida é história passada. Tenha sido uma história boa com final tranquilo, tenha sido uma história agitada com final atribulado, passou, está passado. Página virada.
As coisas são as coisas e as suas circunstâncias e, se havia uma cola que unia uma pessoa a outra pessoa ou a um livro ou a um filme, tenho sérias dúvidas de que, num outro contexto, a cola se mantenha. Tinha que ter sido uma cola muito intensa que se tivesse dissolvido por um equívoco, por uma acção externa ou por um qualquer acto de deus ou force majeure para que a 'pegação' voltasse a existir em toda a sua pujança.
A excepção em que me parece que a coisa pode funcionar é na música. Muitas vezes, há versões fantásticas que ressuscitam ainda melhores.
Já nas telenovelas ou no cinema a coisa parece-me arriscada. Gosto do Pantanal porque não vi o original. Mas, no cinema, não tenho ideia de ir ver uma reprise de filme de que tenha gostado. E tenho ideia, quando vejo os trailers, que a segunda versão é sempre uma coisa aguada, deslavada.
Há cinquenta mil anos vi com devoção o sexíssimo Richard Gere a encantar -- com cuidados, ternura e uma perícia tentadora -- mulheres de todas as idades. As toilettes Armani assentavam-lhe tão perfeitamente como uma segunda pele e era tão compensador vê-lo com elas vestidas como despidas.
Hoje, vá lá eu saber porquê, o algoritmo do YouTube veio desafiar-me com um outro American Gigolo.
Não faço ideia de se a história é a mesma ou se apenas o título é o mesmo. Seja como for, o trailer quase ofende a minha sensibilidade. Obviamente não o verei. Podendo parecer que nem por isso, a verdade é que sou mulher de alguma lealdades.
American gigolo
A imitação
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