Contei há pouco tempo como o meu urso felpudo virou lobo uivante num dia em que o alarme disparou. Cabeça ao alto, longos e intensos uivos. Nunca o tinha visto ou ouvido assim.
Afinal, descobri hoje, há quem o ultrapasse e ainda consiga a proeza de lhe juntar um inspirado acompanhamento musical.
Mas já lá vou. Antes, uns little apartes.
Há pouco, numa de zapping, à espera que chegasse o MasterChef Australia, o meu marido passou pelos omnipresentes gémeos que arranjam, compram e vendem casas. Apanhámos o episódio no fim pelo que não percebemos o que se passava com a protagonista, creio que a compradora ou a dona da casa que os manos arranjaram. Falava com voz de desenho animado. Ao princípio, não estando a olhar para lá, nem percebi se era uma criança, se alguém a fazer-se passar, na brincadeira, por criança. Percebemos depois que era filha do senhor que também lá estava. Olhei para tentar perceber melhor que voz era aquela. Às tantas o meu marido disse-me: 'Tem a orelha virada'. Respondi: 'Ah, sim? Então é isso... '. O meu marido reforçou: 'Ajeita-a'. Deixei de perceber. Apontou para o lobo cabeludo que estava sentado aos meus pés. Tinha uma das orelhas virada. Esclareci: 'Pensava que a rapariga é que tivesse um problema na orelha, talvez de audição, que fosse surda. Sei lá'. Encolheu os ombros, como se a minha ideia não colhesse. Quem também estava intrigado era o lobo felpudo, se calhar por isso é que virou a orelha do avesso. Geralmente não liga patavina à televisão mas naquela altura estava espantado a olhar, certamente também sem perceber de onde vinha tão curiosa voz.
Enfim.Agora que o MasterChef acabou e passei pelo O último apaga a luz, uma vez mais constatei que a Raquel Varela não é apenas populista, antipática, arrogante e putinista: é também mal informada e pouco inteligente. Apanhei-a no momento em que, de olho arregalado e esgar labial sobranceiro, interpelava o paciente Joaquim Vieira sobre a razão de ter que haver gente que trabalhe ao fim de semana. 'Para que é que é preciso?', perguntava ela com o sorriso de superioridade que os néscios costumam exibir. O pobre Joaquim Vieira tentava recordá-la de algumas funções críticas. A destituída Raquerela não se demoveu e continuou sorrindo e insistindo: 'Mas porquê?! Porque é que há pessoas que têm que trabalhar ao fim de semana? Porquê?!'. Joaquim Vieira continuou a tentar esclarecer o óbvio: 'Algumas fábricas que são de laboração contínua...'. Mas nada demoveu a dita intelectual: 'Mas porquê? Porque é que há fábricas a trabalhar ao fim de semana?'. E ele, com aquele sorriso de quem nasceu para sofrer aturando burros armados em inteligentes: 'Porque é muito caro retomar a laboração' (e se não usou estas exactas palavras, foi este o sentido do que disse).
Muito néscia, esta intragável Raquel Varela. Uma verdadeira anedota.
Mas o problema não é só dela. O problema é que ainda mais burro que ela é quem a contrata para opinar publicamente ou quem permite que uma pessoa com tantas limitações seja professora.
Mas pronto, já o sabemos, o mundo é tudo menos perfeito.
Seja como for, há que convir: nem o meu lobo a uivar nem a inepta raquerela a bolsar pasquinadelas e babosagens estão à altura do artista aqui abaixo. E essa é que é essa.
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PS:
Quanto ao artigo da múmia nada tenho a dizer. Não li. Não me assiste, como dizia o outro. Temos pena.
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As fotografias provêm de Overheard on the Underground
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Desejo-vos um bom sábado
Saúde. Alegria. Paz.
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