Não quero saber de mails ou comentários (vários deles nem publico) a desvalorizar o que está a acontecer, invocando conflitos anteriores em que o mundo não se insurgiu assim.
Não quero saber porque respondo pelo que faço, não pelo que outros fizeram noutras circunstâncias.
Nem tenho que me justificar por eu e o resto do mundo estarmos a condenar a incompreensível e violenta invasão russa e não termos sido tão veementes em anteriores circunstâncias.
Relativizar os bárbaros crimes que Putin está a levar a cabo não me parece razoável. Crimes sempre houve e podemos recuar ao condado portucalense ou a antes disso, muito antes, recuar até à malta das tribos, à malta das grutas, à malta que ainda mal andava em duas patas. Recuar até antes de haver gente. Sempre houve guerra. Faz parte dos genes, se calhar. Ou, segundo creio, é um efeito secundário da testosterona.
Mas crimes passados não podem justificar crimes futuros. Por muito que os passadistas, os fatalistas, os pessimistas, os derrotistas queiram, eu não o aceito.
Alguma vez temos que crescer, usar a cabeça.
Discordâncias resolvem-se a bem, por negociação. A paz, o direito à vida digna e livre tal como o direito à auto determinação são valores que estão de um dos lados de uma linha vermelha. Quem a pise, quem desencadeie a guerra, quem faça perigar os direitos das pessoas e dos países merece inequívoco repúdio.
Por isso, agora a guerra tem que parar, Putin tem que ser apeado e travado.
Depois, em ambiente de paz, que se discutam áreas de influência, desnuclearização, equilíbrio entre polos contrários, (in)dependências da indústria de armamento, reconstrução de um país em ruínas e de famílias em chagas -- o que se queira. Mas primeiro a guerra tem que acabar, a invasão tem que acabar.
Putin tem que ser neutralizado. Não sei como mas tem que haver maneira. Acredito que isso esteja a ser estudado a acredito que há quem saiba como fazê-lo.
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Entretanto, algumas vozes antes fiéis e próximas de Putin começam a falar, alto e bom som, contra Putin, o mitómano desvairado.
‘Enemy of humankind’: Ex-Russian oligarch, Mikhail Khodorkovsky, a former Russian oil tycoon, speaks out about Putin
CNN's Nina dos Santos speaks with Mikhail Khodorkovsky, a former Russian oil tycoon and Kremlin critic who says Russian President Vladimir Putin is "the enemy of humankind."
Mikhail Borisovich Khodorkovsky (Russian: Михаил Борисович Ходорковский, IPA: [mʲɪxɐˈiɫ xədɐrˈkofskʲɪj]; born 26 June 1963) is an exiled Russian businessman, philanthropist[6] and former oligarch,[7] now residing in London.[8] In 2003, Khodorkovsky was believed to be the wealthiest man in Russia, with a fortune estimated to be worth $15 billion, and was ranked 16th on Forbes list of billionaires.[9] He had worked his way up the Komsomol apparatus, during the Soviet years, and started several businesses during the period of glasnost and perestroika in the late 1980s. After the dissolution of the Soviet Union, in the mid-1990s, he accumulated considerable wealth by obtaining control of a number of Siberian oil fields unified under the name Yukos, one of the major companies to emerge from the privatization of state assets during the 1990s (a scheme known as "Loans for Shares").(...)In 2014, Khodorkovsky re-launched Open Russia to promote several reforms to Russian civil society, including free and fair elections, political education, protection of journalists and activists, endorsing the rule of law, and ensuring media independence.[22][23] He has been described by The Economist as "the Kremlin's leading critic-in-exile"(...)
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Mikhail Khodorkovsky calls on fellow Russians to oppose Vladimir Putin and his war in Ukraine.
Михаил Ходорковский призывает соотечественников выступить против Владимира Путина и его войны на Украине.
3 comentários:
Desconhecia que tinha convertido o blogue num bastião de propaganda azul e amarela, mas tudo bem, vivemos numa sociedade 'pluralista' e que pertence aos 'justos'. Mas, quando escreve "Por isso, agora a guerra tem que parar, Putin tem que ser apeado e travado." como é que propõe, ao certo, que isso se faça? Com um ataque militar à Rússia? Com a integração da Ucrânia na UE ou na Nato, que iria dar ao mesmo? É isso? Just a thought, um fim de semana sereno, UJM.
Olá Lúcio,
Não sei como. É o que digo: eu não sei como mas acredito que haja quem o saiba e ande a ver como fazê-lo.
Olhe, não sei se leu (está por todo o lado... por isso, sorry se está farto de ter lido):
“Is there a Brutus in Russia? Is there a more successful Colonel Stauffenberg in the Russian military? The only way this ends is for somebody in Russia to take this guy out,” Graham said on Twitter. “You would be doing your country – and the world – a great service.”
Graham é o senador republicano Lindsey Ghaham
Um bom fds!
Um excelente resposta ao sr lúcio !
A.Vieira
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