Só para dizer que estou para lá de pedrada. Os dias têm sido demasiado matutinos o que desestabiliza esta noctívaga que vos escreve: um dia são os que estão a fazer um arranjo no jardim que chegam antes das oito, fazendo uma algazarra em que não se acredita, outro dia sou eu que vou fazer análises em jejum e, porque tenho reuniões a seguir, tenho que ir à hora a que as galinhas sacodem a noite, outro dia é o meu marido que está com espertina e mexe-se e remexe-se não me deixando dormir sossegada. Um karma.
Hoje foi um misto de quase tudo isso acrescido de uma reunião que começou à primeira hora e que durou até à hora de almoço, deixando-me exaurida.
Quando, finalmente, me calcei para ir para a caminhada, toca-me o telefone. O meu marido, que queria almoçar cedo para ir comprar umas peças e estar de regresso a horas de expediente, ficou passado, que eu despachasse o telefonema. Impossível. Ele ia de férias, tínhamos que pôr a conversa em dia. Conversa demorada, muita coisa a combinar.
Fiz sinal ao meu marido que fosse indo. Meia hora depois fui eu. Liguei-lhe. Caminhámos na direcção um do outro e ainda fizemos um pouco do percurso juntos.
Depois foi tudo a despachar, mails e mais mails, telefonemas e mais telefonemas -- até que chegou a trupe da minha filha e depois a do meu filho.
Como tinha concentrado tudo até essa hora e sabia que haveria de concluir algumas tarefas ao fim do dia, consegui ir com os meninos e as meninas grandes para o parque.
Quando se encontram, os meninos têm sempre coisas a contar: a minha menina linda, que anda com os olhos muito mais claros, contou que fez surf, que anda a ter aulas -- e demonstrou como é --, os primos, que sabem como é porque já tiveram aulas e praticam com o pai, rebateram, ela disse que não, depois comentaram a tshirt futebolística que o aniversariante recebeu e falaram de outras coisas que mal percebo. O menino mais pequeno, sempre tão querido e tão bonito, faz-me perguntas sempre oportunas e perspicazes e voltou a lembrar-me aquilo do super-herói.
Por enquanto, ainda ficam todos na maior alegria ao brincarem juntos no parque. Mas acredito que dentro de um ou dois anos, pelo menos os mais crescidos hão-de distanciar-se das brincadeiras mais infantis. Aliás, hoje, os três rapazes mais crescidos ou jogaram futebol ou fizeram uma coisa que não sei se dá pelo nome de slide mas que são coisas que já nada têm a ver com escorregas, baloiços ou coisas afins.
E depois voltámos a casa, lanchámos, cantaram-se os parabéns a você, ainda dançámos (os que são de pé leve), ou seja, estivemos juntos que é o melhor e mais importante.
Os meninos crescem e mantêm-se amigos, unidos, e acredito que se sentem amados e felizes.
Abraço-os, beijo-os. Estamos de máscara e ao ar livre pelo que os meus abraços e beijos são covid free. O meu marido lamenta-se: 'já não digo nada'. Não acha bem. A minha nora diz que um deles deve estar carregadinho de covid, que teve um menino com covid na sala. Mas preciso destes abraços e beijos e tenho cuidado pois abraço-os pelas costas e beijo-os na nuca. Penso que eles sabem que a sua Tá não passa sem eles, meus meninos mais queridos.
Quando, ao fim do dia, ficámos só os dois e arrumámos o que havia a arrumar, fui ligar à minha mãe e fotografar a minha exuberante brugmansia suaveolens que, desde que foi aparada, deu em over reacting desatando a parir uma chuva de flores que, ao fim da tarde, quando exalam aquele aroma alucinogénio, atraem abelhas e abelhões que se atiram de cabeça inebriados por aquele perfume sedutor.
A seguir, como não tinha que fazer jantar -- e a bem dizer, também não tínhamos fome para jantar -- pusemos The Crown e eu resolvi vê-la reclinada. E, claro está, imediatamente a coisa se deu. Quando dei por mim foi quando chegou uma mensagem. Disse: bolas, estava quase a dormir. O meu marido disse: quase...? estás dormir há meia hora!
Acho que exagerou. Mas que me tinha apagado, tinha.
Entretanto, já despachei o que me faltava. Não gosto de ir para fim de semana com pendências. Mas, confesso, estou que já não me aguento: não faço outra coisa senão estar para aqui só a bocejar. O meu marido, claro, já dorme a sono solto.
Pelo menos não precisamos de ir ao supermercado neste fim de semana pois fomos na quinta ao fim da tarde, e bem puxado foi.
O meu marido há pouco estava um bocado aborrecido comigo: que não vejo a tensão há vários dias, que ando outra vez a trabalhar demais, que voltei a ir para a cama tarde demais. Diz que parece que não aprendi nada. Não respondo pois receio que tenha razão. Mas não quero que seja assim, tenho que meter travão às quatro rodas.
Este sábado talvez seja relativamente tranquilo. Contudo, antes das oito devo estar a ser acordada e isso não é bom para mim pois preciso dos fins de semana para repor as baterias do sono. Mas, enfim, nada a fazer.
Ou melhor, o que há a fazer é, em vez de carpir, curtir -- estar na boa, partilhar a boa onda.
Pasha and Aliona - America's Got Talent 2021
5 comentários:
O menino fez 13? Uau!
Muitos Parabéns!!
Um rico fim de semana.
Olá Francisco,
É mesmo. O meu menino lindo, o meu primeiro, o que me baptizou com o nome de Tá, já é um teenager: fez 13 anos. Começa a ficar com a voz grossa e com jeitos de rapaz crescido. Está da minha altura (a minha filha diz que ele já me ultrapassou mas não sei se é completamente assim...) mas continua a ser o meu niamô mais querido.
(Quando era pequenino, dizia que eu, quando o via, lhe dizia: 'niamô, niamô'. Mas dizia 'meu amor, meu amor')
Um domingo bom, Francisco.
Calculei logo com o "teen", tenho um primo também do mesmo ano. É curioso que a rapaziada de 2008 que conheço é toda vivaça e espertalhaça, o seu pimentinha mais velho deve ser da mesma cepa.
As fofuchices ficam para sempre, nem poderia ser de outra maneira.
(Estou na "queue" para a vá-cina)
Um domingo bom, também.
Olá Francisco,
E a vacina correu bem? Tudo na boa?
Saúde!
Uma boa semana, feliz.
A vacina provocou-me alguma tensão ansiosa de cariz mais corpóreo, mas 2.ª ao fim do dia passou de vez.
Ando a passear pela Av. da República, mais logo mando fotos.
Um rico dia.
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