segunda-feira, fevereiro 01, 2021

Sempre quero ver o que vão dizer dos testes anais os que achavam a app StayAway Covid muito intrusiva...
E o Santana Lopes que já por aí anda outra vez a fazer-se ao piso...? Não tem vergonha nenhuma naquela cara.
[E, para compor o pot-pourri, um relato do meu dia, desinteressante como sempre]

 


Fiz bacalhau à Gomes de Sá para o almoço. Acompanhámos com alface. Sobrou e pensei que seria uma boa solução para o almoço desta segunda-feira. Era para ter feito para mim um jantar ligeiro, iogurte, fruta, mas o meu marido resolveu reincidir no bacalhau e, quando me deu o cheiro, deu-me também a fome. 

O dia foi o do costume.

Andei a fazer medições e conjecturas no jardim. Gosto de imaginar coisas para fazer. E fiz fotografias. Depois fiz um mail a descrever e juntei-lhe fotografias. Tratei de coisas pendentes. Houve uma que não consegui concluir. Com isto da pandemia, é tudo online. Mas é online com as burocracias de quando se tinha que ir penar para o guichet. Só que, atrás do guichet, podíamos ter a sorte de apanhar alguém que nos ajudasse. Aqui, online, não conseguimos passar para o passo seguinte. Bem tentei desencantar tudo o que pediam mas foi inglório. Desgastada, acabei por desistir. Também fiz uma caminhada. Demos uma volta maior, por fora, parecia que estávamos mesmo no campo. Apanhei urze. No regresso passámos por uma série de casas onde os cães já ladram apenas de brincadeirinha, para nos chamarem, correndo de um lado para o outro, ao longo da vedação que os separa de nós, a darem ao rabo. Não há dúvida que já nos conhecem. Por vezes, tenho vontade de lhes fazer uma festa mas, ao mesmo tempo, tenho receio que me arranquem a mão. É que uma coisa é verem-nos passar fora do seu território e outra é uma mão invadir-lhes o espaço. Nessas alturas, bate aquela saudade de voltar a ter um cão como meu amigo. Falei nisso no mail que enviei. A meio e ao fim do dia falei ao telefone. Li. Desta vez consegui ler com vagar e sem adormecer. Há bocado transcrevi um excerto de um texto que achei muito interessante: Cioran fala de Maria Zambrano. Também apanhei laranjas e tangerinas. Estão tão doces, tão sumarentas. E apanhei camélias caídas e distribuí-as por outros vasos. E tenho estado a tentar interpretar os resultados de uma app de que o meu filho me falou. No entanto, creio que apenas com um modelo 3D poderei obter resposta às minhas dúvidas.

E creio que pouco mais. Não sei como é que nisto passou um dia. Antes, isto tudo caberia numa insignificante parte do meu dia. Agora, qualquer pequena coisa expande-se até ocupar todo o dia. Chego a esta hora com a sensação de que estou a desaprender de aproveitar ao máximo cada dia. Penso que ainda devia fazer isto ou aquilo e só encontro obstáculos que me tolhem os movimentos. 

É uma abulia, um tédio, um cansaço. Estou habituada a ter muito que fazer, não pouco. Estou habituada a não ter tempo, não muito. E depois está frio, húmido, tudo molhado lá fora. Por volta das quatro da tarde, se não antes, já estava escuro dentro de casa, já a luz tinha que estar acesa. Muito desagradável este tempo e este confinamento. Lembro-me do belo passeio à Aguieira há cerca de um ano. Na primeira noite ficámos num bungalow de madeira, com uma varanda sobre o rio. Fotografei um bicho grande, misterioso, que nadava sob as águas escuras do rio. Nas outras noites ficámos no hotel. Todos estes lugares tão lindos. Tenho saudades de passear. E dos meninos, dos pequenos e dos grandes, nem se fala. Que saudades. Quando voltar a estar com eles, estarão bem maiores (os mais pequenos que os outros já cresceram o que tinham a crescer). A minha filha diz que, quando isso acontecer, o menino mais velho estará mais alto que eu. Penso que exagera mas sei lá. Os dias arrastam-se mas as semanas sucedem-se. Às tantas perco um pouco as referências temporais. Não percebo nada disto. E tenho mails e comentários a que queria responder mas, estranhamente, falta-me energia. Muito estranho. Espero que me perdoem apesar de não dar para perceber. Cansada e sem energia porquê... se pouco fiz...? Não dá para entender.

Esqueci-me de dizer que estive a tentar pôr-me em dia com as notícias. Mas, de tudo o que li, só me apetece fazer referência a mais uma do Santana Lopes. Voltou a maçar-se com mais um partido que formou. Descurtiu. Os amores dele são sempre na base do coelho, vai ser tão bom, não foi? Ter trabalho e aguentar contrariedades não é com o pontapeado menino da incubadora. Portanto, como é bom de ver, desaderiu. Está outra vez por aí. Mas, qual velha gaiteira, já por aí anda a bater perna e, para se fazer caro, a apregoar que anda a receber convites. E os jornalistas, quais cães a quem atiram ossos, já por aí andam a correr em volta dele e ele, sempre com aquele ar de putativo velho senador, já anda a dar palpites. Não sei se alguém lhe dá ouvidos mas os jornalistas gostam é disto, de quem gosta de mandar bocas. Santa paciência.

Também achei graça a outra coisa e essa eu acho que deveria ser elevada à categoria de ovo de Colombo para certos casos. Li que, na China, estão agora a aplicar testes à Covid por via anal. Li a descrição de alguém que se viu com as calças tiradas, dobrado sobre a cama e com uma cotonete enfiada no rabo. Por duas vezes. Dizem que é mais eficaz que no nariz ou na garganta. E o que eu tenho a dizer é que toda a malta apanhada sem máscara, com a máscara pelo queixo ou com o nariz de fora, em especial os machões, os que acham que usar máscara é coisa para meninas, deveriam ser postos em círculo, virados uns para os outros, tudo de rabo de fora e tudo a levar com uma big cotonete pelo rabo acima (sim, big, que as cotonetes para apanharem o corona não são coisa para meninos...), todos a verem a reacção uns dos outros. A ver se não aprendiam. 

Mas... e os que achavam que a app StayAway Covid era um abuso, uma intromissão e mais não sei o quê? O que dirão se a moda pegar por cá e se se virem na contingência de terem que fazer um testezinho à maneira...? Que é um atentado à liberdade? Que é preciso ver se não viola os sãos princípios do RGPD...? Ou, pelo contrário, até vão louvar a eficácia, vão exigir que seja obrigatório um teste por dia, que nada a ver com liberdade, qual intrusão, qual carapuça, que é pena é que a cotonete seja tão pouco encorpada...? 


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Não sei se o Blackbird (na voz do Jon Batiste) tem alguma coisa a ver com o texto mas, com boa vontade, talvez tenha a ver com as minhas florzinhas.

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Desejo-vos uma bela semana e um belo mês a começar já por esta segunda-feira, dia 1

Saúde. Ânimo. Boa disposição. 
E força aí, ok?

5 comentários:

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

O Santanolas, lol, mas parece que essa ideia de jerico do governo de emergência, de iniciativa presidencial, coisa que deixou de ser possível desde 1982, anda por aí a animar alguns tontos, entre os quais o Sousa Tavares que, apesar da sua costela de "tareco" lhe proporcionar um bom histórico de ideias peregrinas, ultimamente tem abusado disparate.

Uma boa semana.

Anónimo disse...

O vinho nunca entra nas refeições (de ambos) ?

Unknown disse...

Ai... Cu portugues, / pede a Deus que Ele te livre / do Diabo chines!

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

*do disparate.

Unknown disse...

Rabos lusitanos, / Nosso Senhor vos proteja: / o Mal vai aos ânus!