terça-feira, junho 30, 2020

Sobre o rival do blog
(do qual, obviamente, não poderei falar; pelo menos, por agora.)





O blog tem agora um rival de peso. Ando há algum tempo com outra encasquetada a que me dedico à noite, quando tenho tempo. A coisa veio fazendo o seu caminho e esta segunda-feira novo e decisivo passo foi dado. Estou agora em counting down até que a coisa se oficialize. E já comecei a fazer os meus planos para que, mal possa dar azo àquilo que tanto desejei, os possa de facto começar a concretizar. E é à noite que me entrego a isso. 

Chego à hora de ir para a cama e ainda ando de roda dos meus novos e intensos interesses. Vi as horas. Quase duas. E já coloquei um comprimido debaixo da língua. A noite passada a coisa surtiu um resultadão. Voltei ao meu registo habitual: caí na cama e foi de penalti até de manhã. Creio que hoje isso aconteceria na mesma, tal a sonolência que me invade. Mas não quero correr risco. Tomei de novo para ver se o meu organismo reaprende a descansar durante a noite.

Agora uma coisa vos digo: não há dúvida que um vendaval de mudança varreu a minha mente, o meu corpo, tudo. O que tem acontecido de há uns poucos meses a esta parte mal dá para acreditar. 

Durante o fim de semana e durante a segunda-feira, recebi mails, alguns tocantes, e telefonemas (alguns dos quais não consegui atender) muito simpáticos. Emoção da minha parte? Pouca. Parece que me falam de coisas que fazem parte de uma minha outra vida. Virei a página. 

Parece que tudo o que ainda se relaciona com a minha vida anterior é um empecilho para que a mudança seja ainda mais radical. Juro que não sei o que me deu. Felizmente não podemos ainda mudar totalmente os átomos de que somos feitos; senão provavelmente até isso eu faria e, aí, não sei se deixaria de ser eu -- e isso não. Quero ser quem sou mas viver e experimentar outra vida.

Mas, enfim, não vou agora falar mais do que não quero dizer.


Falo apenas daquilo de que me lembrei quando li Did you solve it? The broken vase.

Não tem nada a ver mas ocorreu-me. Eu vinha de carro com um colega quando lhe ligou a mulher. Como estava em alta voz, ouvi a conversa. Estava compungida pelo que foi com a voz cheia de drama que lhe comunicou que a empregada tinha quebrado um dos dois jarrões da entrada. Quase chorava. Ele, também abananado, tentava consolá-la. Uma meia hora de mútua consolação. Eu ouvia caladinha. Contou-me depois que se tratava de coisa enorme, enormemente valiosa, peças de antiquário. Dias depois, mostrou-me a fotografia da festa de anos e lá estava o jarrão agora desirmanado. Horrível. Toda a decoração do mais duvidoso. Ele todo orgulhoso, a sua querida esposa também orgulhosa e sentindo-se orfã sem um dos jarrões e eu, olhando aquilo, só pensava que, se fosse eu, tinha era partido os dois. 

Tudo tão subjectivo. Há pessoas que se enterram em vida em casas que mais parecem lúgubres mausoléus ou uma instalação de peças pirosas armadas ao pingarelho. Quando vejo tais ambientes só me interrogo sobre se podem ser mentalmente sãs ou felizes as pessoas que assim decidem viver. Mas, aparentemente, é gente normal que se orgulha daquilo. Fico, então, a pensar que ainda me falta viver mais cem anos (no mínimo) para aprender a decifrar a mente humana.


E agora tenho que interromper aqui: o little comprimido está a produzir efeito, estou a ficar anestesiada. Portanto, vou-me. E vou ver se sonho com andar à chuva a ver se me refresco que sofro à brava com a canícula.

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Vi estas fotografias de © Marco Glavian em: Marco Glaviano Icons - Photogallery

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Portem-se mal. Saúde.

1 comentário:

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Aguardo as novidades.

O que eu me ri com essa dos jarrões e das casas tipo mausoléu, realmente há casas de gente insuspeita mesmo de meter medo.

Avante com a sua revolução, "pasionaria"

Um rico dia.