Nem em tudo somos estúpidos. Há coisas em que somos extraordinários.
As voltas que damos aos tombos e tropeços em cima da história -- passos absurdos, passos atrás, passos para o lado e para baixo, passos sem nexo. E, no entanto, por vezes, quase sem querer, aproveitando uma ideia que tinha um outro propósito e fazendo-a voar noutra direcção e, indo ela voando por aí, vai que, sem se saber bem como, abre uma porta e nessa porta nasce uma outra forma de viver. Esta coisa da internet é assim.
Há gente a arrancar fronteiras da terra ou a inventá-las a ferro e fogo, gente a empurrar esfomeados a pontapé, outros a deixar afogar gente amontoada em casquinhas de noz, há gente mentirosa ou que já perdeu até a noção do conceito, há gente idiota que acredita que a terra é plana ou que acredita que há uns deuses pirosos cujos pastores gritam e fazem milagres ao vivo, deuses esses que criaram o ser humano sem passar por evolução coisa nenhuma, gente que mata e esfola, que vive de negócios de sangue. Há gente parva, há gente má, há gente bronca.
Mas depois, inexplicavelmente, há gente inteligente, gente que gosta de equações e da singeleza das leis matemáticas, que gosta de poesia e epistolografia, que sabe de engenharia, que sabe transformar palavras em zeros e uns e desses zeros e uns consegue que renasçam poemas, histórias, músicas.
Há gente a quem devemos novas vidas e novas formas de viver a vida. Há gente a quem nunca agradeceremos o suficiente.
As voltas que damos aos tombos e tropeços em cima da história -- passos absurdos, passos atrás, passos para o lado e para baixo, passos sem nexo. E, no entanto, por vezes, quase sem querer, aproveitando uma ideia que tinha um outro propósito e fazendo-a voar noutra direcção e, indo ela voando por aí, vai que, sem se saber bem como, abre uma porta e nessa porta nasce uma outra forma de viver. Esta coisa da internet é assim.
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Mas depois, inexplicavelmente, há gente inteligente, gente que gosta de equações e da singeleza das leis matemáticas, que gosta de poesia e epistolografia, que sabe de engenharia, que sabe transformar palavras em zeros e uns e desses zeros e uns consegue que renasçam poemas, histórias, músicas.
Há gente a quem devemos novas vidas e novas formas de viver a vida. Há gente a quem nunca agradeceremos o suficiente.
Hoje, ao fim da tarde, ao sol dourado do belo sunset, eu e a minha filha constatávamos como os dias aqui, in heaven, correm depressa.
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Por exemplo, agora. Estou aqui escrevendo palavras que, de imediato, se soltam pelos ares, procurando novas leituras, novos espaços, palavras que vão aconchegar-se sob o olhar de quem me lê. E, ao mesmo tempo, até mim chegam-me outras palavras, aforismos, cartinhas, graças, curiosidades, abraços, risos. Um mundo inteiro à mão de cada um. Eterno milagre.
Um merdinhas de nada, um coisinha nenhuma, um enojadinho sem vida própria fechou o mundo em casa, limpou o ar, mudou hábitos, pôs os aviões em terra, fechou fábricas e repartições, atirou com muita gente para a inactividade e desemprego, matou e assustou muita gente. Uma pouca vergonha em que ainda custa a acreditar. Mas, apesar disso, a malta manteve-se unida, descobriu novas solidariedades, percebeu que assim, em isolamento, pode chegar mais longe do que com as pernas e com os aviões, percebeu que o afecto está dentro de nós e não no que nos é exterior. E percebeu que por muitos quilómetros e muitos meses que separem os que se amam, há sementes que germinam incessantemente dentro de nós mantendo a seiva de que a vida se alimenta.
Por vezes emociono-me. Como lá acima disse, há situações que me levam a crer que há estúpidos por todo o lado e que a humanidade não tem salvação. Mas há outras em que, não estando eu à espera, sou surpreendida por mais uma prova de que o impensável é possível e que, se isso é assim, então quantos mais novos mundos desconhecidos estão por aí, por descobrir...?
O vídeo lá de cima é disso exemplo. O palco passou ser a própria casa, o laço que une os músicos é a vontade de estarem unidos, a harmonia e força que testemunhamos é o bocado da sua vida que generosamente nos emtregam. São novos tempos e novas formas de os atravessarmos. E nesta descoberta há muita beleza. E a beleza é geralmente o ventre fecundo da felicidade por vir.
Eu, pelo menos, acredito nisso e essa crença é, para mim, um bom alimento.
O vídeo lá de cima é disso exemplo. O palco passou ser a própria casa, o laço que une os músicos é a vontade de estarem unidos, a harmonia e força que testemunhamos é o bocado da sua vida que generosamente nos emtregam. São novos tempos e novas formas de os atravessarmos. E nesta descoberta há muita beleza. E a beleza é geralmente o ventre fecundo da felicidade por vir.
Eu, pelo menos, acredito nisso e essa crença é, para mim, um bom alimento.
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Pinturas de John Humphreys Johnston
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E um belo dia a todos!
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