terça-feira, março 03, 2020

Vidas duplas


Para que o único dia de férias parecesse uma big semana de férias foi encostado ao fim de semana e foi aproveitado até à medula.
Pelo meio aconteceu um contratempo mas bola para a frente, coração ao largo, e o mantra de que tudo se resolve e há coisas piores sempre presente. Não era um detail que ia manchar os tão desejados dias felizes.
Hoje o dia já foi de regresso. Se conseguir ainda mostro o sítio tão lindo que hoje conheci. Uma livraria como nunca vi igual.

Mas, para já, abro um intervalo para ir directa aos finalmentes. A cena é que, turismo degustado com o espanto de quem vê maravilhas naturais pela primeirissimamente vez, eis-nos de regresso a casa. Mas antes das máquinas de roupa, da panela de sopa, do estufado, das arrumações e demais obrigações domésticas e quotidianas, vamos mas é curtir as vacances até à última gota. Bora ao cinema. 

E lá fomos: uma sala com meia dúzia de pessoas, ausência de pipocas, um filme sem perseguições, sem monstros, sem tiros, sem brigas, sem sangue. Um filme civilizado, bem representado, actual, simpático, divertido. E com a Binoche, luminosa como toujours. Livros em papel ou e-books, o mundo da edição num mundo digital, e escreve-se mais e melhor apesar de ninguém tem paciência para ler?, algoritmos a condicionar o gosto dos leitores, escrita autobiográfica ou autoficcionada, verdades ou meia verdades, hipocrisia ou savoir faire, inteligência conjugal e social e etc. E isto em casas bem decoradas, ambientes simpáticos. E amores não tão clandestinos quanto isso. E falado em francês que, a seguir ao italiano, é a língua em que melhor se diz e faz o amour.

Ou seja, um filme bom de ver com umas fantásticas cenas e música finais, à laia de cerise sur le gateau. Pâtisserie e da fina. 

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Depois viemos para a casa e foi non stop até há pouco. Vou agora ver as fotografias para tentar organizar-me para vos mostrar pelo menos dois sítios que acho que merecem uma visita.

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