Afinal os números sempre evoluíram como ontem, face aos dados disponíveis, referi que pensava que pudessem evoluir. Pode acontecer que amanhã já tenhamos quarenta ou mais casos. Não é que o bicho em si meta muito medo a quem seja jovem, saudável, esteja com o sistema imunitário a bombar e sem gente de idade ou frágil por perto. A esses o COVID-19 não tem que assustar muito. Isto se pensarem apenas neles próprios.
Mostro dados estatísticos globais para melhor contextualizar a incidência:
Por escalões etários
Por sexo
Nota: pode acontecer que a estatística esteja influenciada, por a maior parte das mortes, até agora, ter ocorrido na China onde os homens fumam muito
Por estado de saúde anterior
Contudo, se se pensar que quase toda a gente tem por perto pessoas com mais idade ou com saúde mais vulnerável e que podem ser contagiados por si, aí a coisa já muda um bocadinho de figura.
E se se pensar que, se não houver cuidado, podem ser contagiadas, ao mesmo tempo, muitas pessoas e que dificilmente haverá meios (camas de hospital, equipamentos médicos, enfermeiros, auxiliares, técnicos de diagnóstico, etc) para toda a gente, aí a coisa pode ficar complicada.
E se se pensar que, se muita gente fica doente e os que lhes estão próximos ficam de quarentena, ficará muita gente impossibilitada de levar a sua vida normal e, portanto, alguns bens podem escassear (até porque alguns estabelecimentos podem fechar) e haverá algumas empresas ou algumas actividades que podem não aguentar o impacto financeiro, aí a coisa pode mesmo azedar a sério.
[Já agora, notícias de hoje dão conta que Itália fecha a Lombardia e põe 16 milhões de pessoas de quarentena].
Ou seja, se cada um de nós deixar de pensar apenas em si próprio e se sentir um pouco responsável pelo que os seus actos influem na sociedade, talvez a atitude perante a real ameaça que este vírus representa mude um pouco.
O que li sobre a atitude responsável em Macau contrasta com muita displicência que ainda encontro por aí e que tem o seu expoente máximo em Marcelo Rebelo de Sousa.
Em vez de aproveitar a sua exposição mediática para difundir as recomendações da Organização Mundial de Saúde e da DGS, não senhor. Com ar meio fanfarrão, continua a circular e a dar abraços e beijinhos, dizendo que há pessoas que lhe pedem beijinhos e que ele corresponde. Não percebo. Não o tinha por irresponsável mas a sua dependência de selfies e beijinhos começa a parecer doentia, incontrolável. Se calha ser infectado (e sinceramente desejo que não), quantas centenas de pessoas serão infectadas por causa das suas visitas, selfies e beijinhos? Quantos irão infectados para casa, infectando os que lhe são próximos? Quer o Presidente da República ser o responsável por isso?
Ouvi-o hoje a dizer que vai reduzir um pouco a agenda mas, depois de todo o desacato que, nos últimos dias tem protagonizado, é pouco.
Por isso, daqui lhe digo: espero bem que pare para pensar e que, o mais rapidamente possível, apareça a dar o exemplo: a lavar as mãos, a mostrar como tossir para o braço e não para a mão, a evitar apertos de mão e a recusar beijinhos, a afastar-se de pessoas de idade, a mostrar que, sempre que possível, pratica o distanciamento social, a participar em eventos por videoconferência e, obviamente, a recomendar a toda a gente que siga, sem desvios, as orientações da OMS e da DGS.
A bem do País, espero que Marcelo não queira tornar-se um veículo de propagação do vírus, não queira ficar para a História de Portugal como o CoronaMarcelo ou como o CovidMarcelo.
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Já agora e uma vez mais: como proteger-se contra o COVID-19
Como colocar uma máscara
(no caso de pessoas contagiadas ou suspeitas disso):
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Mais informação estatística no World Meter
1 comentário:
Olá UJM!
Parece que o bom Marcelo ouviu o seu apelo e colocou em quarentena a sua dose diária de selfies e beijinhos para quem quiser. Como é que o homem vai aguentar estes dias todos assim? :)
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