terça-feira, dezembro 25, 2018

Há muitos anos nasceu uma criança e daí para cá não têm parado de nascer




Não têm parado de nascer -- dir-se-ia que graças a deus [no pun intended] -- tal como antes disso já nasciam. Crianças. E o mundo vai rolando e nós com ele. E não há alegria maior do que a que advém do nascimento de uma criança. Ainda hoje sinto saudades de sentir uma criança a crescer dentro de mim. Ou a sair de dentro de mim. E se há coisa boa na vida é andar com uma criança ao colo ou receber um abracinho apertado e doce de uma criança.


No outro dia, uma jovem lá do escritório, cruzou-se comigo na casa de banho e apontou a barriga: já reparou? Não, não tinha reparado. Mas fiquei tão contente e ela também estava tão contente; e ali ficámos a falar de crianças e ela sempre sorrindo e eu também sorrindo. Coisa boa, uma nova criança. 

Por estes dias, festejamos isso. Quando eu era pequena não festejávamos de véspera. O dia começava de manhã com os presentes que o Menino Jesus tinha deixado no sapatinho e continuava com o almoço em família. E era um dia simples e bom e não tenho ideia de que alguém estivesse cansado e desejando ver o dia pelas costas.


Com o decorrer dos anos a coisa foi-se complicando e tal como a black friday começa muitos dias antes e acaba vários dias depois, assim também o natal. Mal se sai do halloween já se está no natal e o natal já não tem nada a ver com o menino jesus mas com um barrigudo que se mascara e que começou por estar ligado à coca-cola e que agora já ninguém sabe com o que é que tem a ver mas que está por todo o lado, até a trepar por um cordel dourado à porta da minha sala. 


Pois que seja assim. Temos o que merecemos e não tenho de que me queixar. Se quisesse mesmo regressar às origens, em vez de estar aqui no bem-bom, depois de ter estado horas a separar presentes por montinhos e de ter o frigorífico a abarrotar e comida no forno, estaria na big gruta que existe in heaven, rodeada de coelhinhos a bafejarem para me aquecer e a espreitar para o céu a ver se descobria a estrela polar.

Portanto, adiante.


Cu-cu!
Onde está o menino?
Não está cá?
Está, está!

Resolvi ter aqui, neste meu post natalício, crianças, crianças adoráveis como são todas as crianças, e espero que também gostem de olhar para elas. E que sorriam, sintam ou não que têm motivos para isso. Recordemos as brincadeiras inocentes das crianças. Festejemos o momento, festejemos a vida.

Feliz Natal a todos. 

10 comentários:

Anónimo disse...

Hello, Heavenly Lady

Que maravilha este Silent Night (a cappela) cantado por estas crianças.
Lembrei-me da Maria João Pires e do que ela conseguiu fazer com um grupo de meninos pobres de aldeias da Beira.
Também era maravilhoso ouvir cantar os Meninos de Belgais... mas que interessa isso das cantorias? Melhor gastar o dinheiro dos nossos impostos em coisas mais "importantes", de que agora não me apetece falar.

E vou continuar nas cantorias:
《Ebony and Ivory
Live together in perfect harmony
Side by side on my piano keyboard
Oh, Lord, why don't we?》
Lembra-se desta do Paul McCartney e do Stevie Wonder?
O mundo poderia ser melhor todos os dias, e não apenas no Natal, se nós quiséssemos...
Dia feliz para amanhã, a dormir bastante 😴
🌲L

Isabel disse...

As crianças são o melhor do mundo! Quando não têm birras!

Na minha adolescência e juventude, sempre achei que ia ter muitos filhos. Não tive nenhum, mas
sempre vivi rodeada de crianças. E o Natal é mais Natal com crianças.

Desejo-lhe a continuação de Boas Festas, com a família e com as suas crianças.

Beijinhos e Feliz Dia de Natal:))

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Há coisa melhor que os pequeninos, os amiguitos e amiguitas, como lhes chama o Cardeal António Marto ou os pimentinhas, como lhes chama a UJM? Não há mesmo!
E o menino cuja Natividade se celebra hoje também foi uma revolução na forma como amava as crianças.

Continuação de bela quadra.

Um abraço!

Um Jeito Manso disse...

Olá, Ms Tree Lover,

Foi pena aquilo de Belgais. Será que a Maria João mantém a propriedade ou, entristecida, ter-se-á desfeito dela? Imagino a mágoa com que ela ficou...

E é verdade que o mundo poderia ser bem melhor. O mundo foi tomado por um furor consumista, individualista, egoísta. E cá para mim as redes sociais ajudam muito à festa: as pessoas tornam-se fúteis, superficiais. Mas, enfim, em todas as épocas as pessoas acharam que nunca se tinha estado tão mal.

Dias felizes com boas músicas, boas leituras, um sol quentinho para espantar o frio.

Um Jeito Manso disse...

Olá Isabel,

Uma professora de crianças é como uma mãe de muitos filhos, filhos que ficam para toda a vida. Vejo isso com a minha mãe. Os alunos não a esquecem. Quando a encontram, v~e-se o afecto que têm por ela.

Aquilo das birras... Os meus não fazem birras, fazem é muito barulhos, falam alto, discordam uns dos outros alto e bom som, ou chamam uns pelos outros, ou riem. Ainda hoje na minha sala, muita gente e, no meio das conversas cruzadas, a barafunda da chilreada das crianças -- e eu disse: 'não sei como é que as professoras não chegam ao fim de cada dia com a cabeça feita em água'. Responderam-me: 'Na sala de aulas, t~em mais respeito'. Pois, talvez. Senão davam em doisas.

Abraço, Isabel. E bem bonita a sua árvore de Natal junto às casinhas na parede e tão bonito o seu presépio!

Um Jeito Manso disse...

Olá Francisco,

Pois tive um belo dia de Natal rodeada pelos meus meninos, quer os grandes quer os pequenos. Uma festa.

Espero que o seu dia também tenha sido bom e que assim continuem os seus dias: felizes.

Um abraço.

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Olá UJM,

Foi um belo dia, obrigado, até se fez fogueira para queimar as folhagens e caruma!
Agora venha o Reveillon, que aqui a minha casa vira discoteca, comigo a tomar conta da música, claro.

Um abraço.

Anónimo disse...

Olá Lady of the River,

Hoje acordei com sol 🌞 mas, neste clima tão de extremos, até gosto mais do frio que dos 44 graus à sombra de alguns dias de Verão: aí é que eu sofro.
Agora, com um camisolão, uma mantinha, um saco de água quente resolvo o problema.

Belgais: penso que ainda está a funcionar como uma espécie de turismo rural, organização de eventos, reuniões, casamentos, etc., mas não sei se ela chegou a vender a Granja. Aquilo era como um oásis no meio de nenhures.
Uma maravilha!
A filha Joana ficou a tomar conta do Projecto da Escola da Aldeia da Mata.
Um "belo" dia, com ordem do tribunal, foram lá e levaram tudo: 3 pianos, carteiras dos alunos, quadros, material escolar, tudo, tudo.
A escola ficou vazia!
Se fosse um Banco ou um Clube de Futebol, dava-se um jeito; agora um Centro para o Estudo das Artes? Francamente!
Para que é que isso serve?
Portugal no seu melhor.
End!

Dias Felizes para si e família!
🌲L



Isabel disse...

Olá UJM
então a sua mãe foi professora?...

Há miúdos que nas aulas são exactamente o que são em casa: terríveis, faladores, brincalhões...hoje em dia é muito difícil ser professor. Ninguém faz ideia. Só quem está nas escolas é que sabe. Por isso, e apesar de gostar muito de crianças e de gostar de ser professora, estou muito cansada. Queria mesmo reformar-me enquanto tenho alguma lucidez:(

Enfim, esse dia há-de chegar!

A árvore de Natal é minha, mas o presépio não. Para o ano, se DEus quiser, vou fazer um assim. Ando a juntar as figurinhas.

Beijinhos e bom Ano Novo para a UJM e família:))

Um Jeito Manso disse...

Olá Isabel.

Um dia que se reforme, de certeza que vai ser como a minha mãe: quando passear na cidade, vai estar sempre a encontrar alunos, mães de alunos, e vai ter que estar sempre a parar para ser cumprimentada por alguém.

E já estou com vontade de ver o seu presépio que aí há-de vir, feito com amor como são sempre os seus trabalhos.

Beijinhos, Isabel