Acordei agora. Estou com frio apesar de ter um casaquinho de malha. Tenho que ir ali buscar a mantinha fina de veludo. Arrefeci.
Pronto, já estou melhor. Calcei também umas meias quentinhas, daquelas que têm umas bolinhas andiderrapantes nas solas. Passo o tempo quente a andar descalça cá em casa mas agora, de repente, com esta baixa de temperatura, fiquei com os pés frios.
Adiante.
Mais outro dia. Estou a querer escrever e a tentar combater a pedra de sono que tenho em cima. Um castigo, este sono.
Depois de uma manhã tramada, à hora de almoço levei quase três horas para fazer um percurso que costuma ser feito para aí em vinte minutos. Cheguei perto das cinco ao escritório. A exasperação em que estava nem consigo descrever. Tanta coisa para fazer e ali enfiada num carro parado. Valeu-me ter um saquinho com doze miolos de amêndoa. Costumo andar com isto na carteira. Segundo a nutricionista deve ser usado como snack. Quando saio tarde e estou esfaimada, costumo entreter a fome com isso. Mas hoje foi mesmo a meio da tarde. A impaciência e saturação estavam a desidratar-me e a deixar-me capaz de desatar à dentada. Portanto, as amêndoas vieram a calhar. À noite levei mais de uma hora num percurso que, sem trânsito, é de cerca de meia hora. Mesmo assim, nada mau. Em contrapartida o meu marido levou três horas. Chegou quase às dez, cheio de fome, impaciente.
Depois de uma manhã tramada, à hora de almoço levei quase três horas para fazer um percurso que costuma ser feito para aí em vinte minutos. Cheguei perto das cinco ao escritório. A exasperação em que estava nem consigo descrever. Tanta coisa para fazer e ali enfiada num carro parado. Valeu-me ter um saquinho com doze miolos de amêndoa. Costumo andar com isto na carteira. Segundo a nutricionista deve ser usado como snack. Quando saio tarde e estou esfaimada, costumo entreter a fome com isso. Mas hoje foi mesmo a meio da tarde. A impaciência e saturação estavam a desidratar-me e a deixar-me capaz de desatar à dentada. Portanto, as amêndoas vieram a calhar. À noite levei mais de uma hora num percurso que, sem trânsito, é de cerca de meia hora. Mesmo assim, nada mau. Em contrapartida o meu marido levou três horas. Chegou quase às dez, cheio de fome, impaciente.
Depois do dia de ontem, veio, pois, hoje outro ainda pior. Não há explicação. Vem a chuva e começam os acidentes que congestionam a cidade. Como se já não bastasse a dureza que é, ainda o caos das ruas de Lisboa nestes primeiros dias de chuva.
Enfim. É o que é. Tem coisas boas, não é só este xarope de fígado de bacalhau. E já estamos num dia feriado o que é ainda melhor.
Mas, então, dizia eu que cheguei tarde mas ele chegou ainda mais. E, assim sendo, enquanto ele não chegou fui-me a eles. A coisa continua bagunçada. O chão continua pejado, o cimo das estantes baixas, o sofá pequeno, a cadeirinha, a mesa, tudo continua revirado.
Mas a estante dos portugueses já está. Aliás, ontem já pensava que estava. Mas hoje, tendo aparecido mais uns quantos e já mal lá cabendo, fiz aquilo que queria evitar. Peguei num conjunto de autores com vasta obra e levei-os para a estante grande do hall, onde estão os brasileiros e outros de língua portuguesa. Tirei de lá as biografias dos reis, as biografias de portugueses 'especiais', biografias de imperadores romanos e de um francês e mais uns quantos, libertando a estante para ficção de língua portuguesa. E, assim sendo, numa das prateleiras coloquei essas pilhas de portugueses. Ficou, pois, com brasileiros, angolanos, moçambicanos e agora também os portugueses mortos que, enquanto vivos, foram altamente produtivos. Já tinha feito isso com os poetas que não couberam na estante da poesia portuguesa: foram parar a outra localização.
Ou seja, o que se conclui é que, apesar de tudo isto, as estantes continuam curtas.
Mas, enfim, agora, com esta 'limpeza', a nova, a dos portugueses, está à larga, disponível para ir acomodando os próximos. Só espero que amanhã não apareça mais uma teca deles que vá desestabilizar este equilíbrio.
Mas uma coisa vos digo: tendo que arrumar tanto livro bom e ainda não lido, parte-se-me o coração. Enquanto os arrumava só pensava: nem tão cedo volto a comprar livros, tenho que tentar ler grande parte destes livros. Estes vão passar a ser a minha prioridade.
Custa-me tê-los nas mãos, revê-los, e agora andar a encafuá-los em estantes para se calhar nunca chegar a lê-los.
Amanhã (isto é, hoje, porque já passa da uma da manhã) vou-me à ficção estrangeira e, se a faina render, talvez às crónicas, ensaios, diários, etc.
E hoje fico-me por aqui. Mais uma vez não consigo responder a comentários e mails: estou francamente ensonada. Vou ver se consigo dormir até mais tarde para ver se reequilibro os meus chacras (seja lá o que isso for).
Adélia Prado é a primeira da estante dos brasileiros. Gosto tanto dela. Andavam sempre por aqui. Agora estão os três livrinhos já atrofiados na estante.
E hoje fico-me por aqui. Mais uma vez não consigo responder a comentários e mails: estou francamente ensonada. Vou ver se consigo dormir até mais tarde para ver se reequilibro os meus chacras (seja lá o que isso for).
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Para me compensar, Adélia lendo um poema
Um bom feriado, minha gente.
3 comentários:
Imagino o caos, se com tempo seco é o que é. Aliás no último dia de verão que foi 5.a-feira passada, ao final da tarde, enquanto calcorreava alegremente as Avenidas Novas, lá se acumulavam as bichezas de trânsito e a orquestra desafinada de claxons dava os seus acordes.
Na cidade pequena sempre nos podemos da ao luxo dos lugares "no go by car".
Gostei de ver o WIP in loco, está a ver que apesar da estafa já descobriu ter uma série de ainda-não-lidos para ler.
Um bom dia de Todos os Santos para uma Santa laica conhecida como UJM.
Olá Francisco,
A ver se com os passes baratos, bicicletas e trotinetas, o trânsito em Lisboa se reduz. E dos estacionamentos nem se fala. A sorte que tenho é que, quando vou ter reuniões, geralmente me arranjam lugar no parque do edifício. Senão, procuro parques cobertos porque nas ruas é impossível.
Enfim: é o lado complicado da vida na bela cidade que é Lisboa.
Quanto aos livros... é aquela pulsão maluca por ter mais livros, como se em cada um estivesse a felicidade da qual não posso abdicar. Mas, com a falta de tempo, como conseguir buscar e desfrutar a felicidade que os livros guardam. Não sei se me estou a explicar.
Enfim.
Uma bela sexta-feira para si, Francisco.
Sim, é muito importante o embaratecimento dos passes, assim como os meios alternativos.
O estacionamento, upa upa, nem com candeia um lugarzinho.
Entendo perfeitamente a magia que um livro contém é muito, muito chamativa, mas o tempo para disfrutar dela também é necessário. E a UJM com a vida preenchida que tem é difícil poder abarcar toda a magia literária que desejaria.
Obrigado e uma bela sexta-feira também.
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