Devo confessar que sinto um certo gostinho pelo politicamente incorrecto. Não é coisa de adolescente retardada já que, por sorte, tenho gozado cada idade em seu tempo. Não fui uma adolescente rebelde mas estive longe de ser muito bem comportada. Politicamente sempre me situei à gauche e a minha natureza livre sempre me afastou de partidos, movimentos, clubes, religiões. Mas, justamente por ser intrinsecamente livre e por não sentir qualquer necessidade de fidelidades a padrões comportamentais, de aplausos ou de afagos ao ego, sinto-me, frequentemente, tentada a fazer coisas que não me trazem muitos votos.
Sentir-me bem não passa por me sentir popular. E, que me lembre, sou assim desde que me lembro de mim: volta e meia a fazer coisas que deixam os outros com vontade de me repreender ou, o que é ainda mais delicioso, com vontade de me corrigir, quiçá, até, de me educar. Assistir a isso diverte-me à grande. Mesmo aqui na blogosfera: se algum blogger ou leitor se amofina comigo e me dirige palavras menos cordatas, isso, para mim, é pura diversão (como se estivesse a dar-me o pretexto para eu fazer ainda pior). Se leio ralhetes, observações sardónicas ou coisa do género eu dou por mim a sorrir -- qualquer coisa como 'ok, baby, make my day...' -- quase pedindo que se esmere ainda mais para eu ter sérias razões para lhe aplicar o justo correctivo.
Enfim. Não que isto seja virtude mas, creio, pecado também não será. É o que é. Se a turba grita potato eu invariavelmente sinto-me tentada a dizer tomato. E daí também não vai mal ao mundo, acho eu.
E, portanto, perdoar-me-ão os meus queridos Leitores que, num dia como o de hoje, eu não me apresente vestida de roxo, paramentada a preceito, com cânticos de fazer tanger os sinos da torre e, em vez disso, aqui vos traga tudo menos o que devia ser.
E, portanto, perdoar-me-ão os meus queridos Leitores que, num dia como o de hoje, eu não me apresente vestida de roxo, paramentada a preceito, com cânticos de fazer tanger os sinos da torre e, em vez disso, aqui vos traga tudo menos o que devia ser.
Mas, enfim, alguém sabe dizer, com certezas absolutas, o que, a cada momento e em cada circunstância, se deve ou não deve fazer?
E, assim sendo, sem mais delongas, convido-vos a ver este vídeo com a talentosa Divine (nascida Harris Glenn Milstead, 1945 - 1988 ). A bem da diversidade, da inclusão, do humor e da irreverência, que entre a diva.
E um belo dia de domingo para todos os meus Leitores.
Have fun.
.....................................