domingo, março 18, 2018

Este post não é só sobre o extraordinário Feliciano Barreiras Duarte:
é também sobre caras-metades e secretárias desfasadas da realidade.


O que tenho a dizer às pessoas que passam a vida à procura da sua cara metade é que se deixem disso. 

Alguém que me complete? Que seja a metade que me falta...? Foge. Nem pensar. Estou bem como estou e acho que não me falta nada. Não que me ache perfeita. Bolas. Longe disso. Por exemplo, tenho mãos pequeninas. São como são e não me maçam. Mas, quando vejo alguém com longos dedos de pianista, penso que não me importava nada de ter umas mãos assim, e, de preferência, que, de facto, soubessem tocar piano, coisa com que estas minhas miniaturas nunca atinaram. Imagine-se agora que não descansava enquanto não descobrisse um homem parecido comigo mas com mãos em grande. Um UJM no masculino e mãozudo. Alguém acredita que ia cair para o lado ao vê-lo...? Só se fosse de susto.

De resto, diz que quem encontra a sua cara metade quase sempre o que apanha é uma desilusão do caraças. 


E Leitor amigo enviou-me um vídeo sobre uma loura que não é loura e que retomou o trabalho de secretariado depois de o ter interrompido durante 30 anos.  

E eu, vendo-o, lembrei-me de um facto real a que assisti há coisa de uns mil anos, certamente numa outra encarnação. Conto. Acabada de ingressar no mundo de trabalho, vou um belo dia conhecer a biblioteca da empresa, um mundo à parte dentro de um mundo dentro do mundo. Vendo-me extasiada com tudo aquilo, alguém resolveu mostrar-me aquelas extraordinárias instalações. Um labirinto infinito num edifício enorme. Subiam-se escadas, andava-se por longos corredores, subiam-se uns degraus, salas e mais salas, e mais degraus, e uma clarabóia, e havia sempre gente a trabalhar em todos os espaços. A oficina de encadernação onde se arranjavam os livros mais antigos (o cheiro a pele de animal, o cheiro a tintas, as linhas, a guilhotina - recordações eternas). E então chego a um lugar onde estavam uns homens com ar antigo. Operavam máquinas também antigas movidas a manivela. Se era para somar, a manivela rodava num sentido, se era para subtrair, a manivela rodava em sentido contrário. Mas o que estão a fazer?, perguntei, perplexa. A usar máquinas de calcular muito antigas, explicaram-me. Nunca tinha visto tal coisa. Parecia que estava numa viagem ao passado. O mobiliário era todo de madeira, tudo antigo, tudo de outros tempos. Até hoje estou para saber o que se passava ali, tudo tão desafasado da realidade que se vivia no resto da empresa.

Passo, por vezes, junto desse enorme e belo edifício. Está ao abandono. Não percebo como pode um edifício daqueles, num lugar daqueles, estar assim. Mas está. Não faço ideia do paradeiro de todo o seu magnífico espólio. Tomara que não se tenha perdido. 

Mas, adiante, que o tema aqui é o vídeo. Vejam, por favor, a senhora que regressou do passado para operar um equipamento que, à época, seria o último grito da moda.


De resto, não tenho, por agora, muito tema a desenvolver. Só que estou com alguma pena do Rui Rio. Ninguém merece. Desde que tomou posse, só lhe saem tesourinhos deprimentes. Rodeou-se de uma gente despropositada, sem jeito, sem tino. O dream team está a revelar-se um elenco dado a paródias do mais inusitado que há. Animação permanente, é o que parece que temos garantido. Este Feliciano Barreras Duarte, criatura que desconhecia até há pouco tempo, é daqueles totós que não engana ninguém. Olha-se para ele e, francamente, o que se vê não abona a favor da perspicácia do Rio. Ouvi no outro dia o agora famoso Fefé e, senhores, era coisa de dar dó: todo tatibitate, falando com buracos no meio das frases, elas próprias também ocas. Olha-se e vê-se que dali nunca nascerá ideia que floresça, muito menos que frutifique. Mas podia ser apenas um pobre coitado, tataranho de nascença. Mas não: o pouco expediente de que deve ser capaz parece ter-lhe servido, até aqui, apenas para fazer parvalhices. Depois de encher o CV de pueris balelas, parece que também armou a barraquinha para receber mais uns cobres à custa do erário público. E agora, com toda a sua roupa suja exibida no estendal, não se afasta. Em vez de se esconder aí atrás de uma moita a ver se a malta se esquece da sua existência e o Rio consegue finalmente mostrar a ética que por aí andou a apregoar, não senhor. Por aí anda. E dia sim dia sim aparece mais uma novidade a propósito dele (nb: quando dido 'dele' refiro-me não ao Rio mas ao poucachinho Fefé). Qualquer dia ainda ficamos a saber que também cospe na sopa, palita os dentes em público, tem uma unhaca  multiusos no dedo mindinho, usa fichas dos carrinhos de supermercado para enganar os parquímetros da Emel, anda a ver se descobre as passwords do Abreu Amorim e do Hugo Soares e outras cenas pouco abonatórias. O diabo de estimação do Passos deve andar por aí a roer os joanetes e a destapar as carecas aos próximos do Rio.

Eu, se fosse o Rio, fazia era umas fumigações lá pela Caetano à Lapa -- que aquilo deve estar contaminado de alto a baixo --, fazia umas rezas valentes e mandava investigar a preceito a sua dream team a ver se não aparece mais nenhum abacaxi. Ou sujeitava-os ao polígrafo. Qualquer coisa. 

E, se fosse o Fefé BD, -- a bem do PSD e numa tentativa de permitir ao chefinho Rio levantar cabelo -- demitia-me de tudo o que fosse cargo partidário e, até que a tempestade passasse, deixava crescer um pouco mais o cabelinho, para poder fazer um higiénico rabinho de cavalo, vestia-me de menina bem comportada, e tentava passar despercebida, pondo-me a descascar batatas aí num lugar qualquer.


(Mas, ó Fefé, se seguir o meu conselho, já agora não se esqueça de rapar o bigode para não ficar a parecer uma adolfinha como a menina acima)

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E, tirando isso, por ora, nada mais.

Até já.