Bem. Se soubessem o que foi o meu dia nem iam acreditar. Eu própria não acredito. Foi de manhã, foi à hora de almoço, o parque de estacionamento cheio, várias voltas ao bilhar grande para conseguir descobrir um buraco para a droga do carro, foi os restaurantes a deitar por fora, sem mesas, foi um arranca-rabo dos antigos à tarde, foi um tareão no meu pobre ombro ao fim do dia, foi um trânsito estuporado à noite, foi não haver lugar para estacionar o carro à noite, foi um restaurante a rebentar pelas costuras, uma barulheira insuportável. Caneco. Levanta-se uma pobre proletária ao raiar de alba para andar metida em confusões, trabalheiras, barafundas e apenas chegar a casa às onze, já sem paciência para aturar brincos, saltos altos, soutien e tudo o resto. Bolas.
Haverá quem diga: mas ó maria parvalhona, que ideia ir para um restaurante a uma sexta-feira à noite...? Pois. Mas a uma sexta-feira à noite, vai uma pobre membra da classe operária ainda pôr-se a fazer jantar às nove e tal da noite? Ou está o pobre marido para se pôr feito cozinheiro, coisa para a qual nunca teve jeito ou motivação, numa sexta-feira à noite...? Zero em ambos os casos.
E quem é que havia de imaginar tamanha barafunda, tamanhas enchentes, Lisboa a transbordar por todos os lados?
O que me valeu, acreditem, foi que agora, onze e tal da noite, tenho notícia de Leitor que andava meio desaparecido (e eu sei porquê, e como o compreendo) que me trouxe coisas que me deixaram completamente bem disposta e bem informada.
Partilho já uma das coisas convosco. Quase uma coisa na base do que foi o meu dia sem ter que carregar num botão.
Uma surpresa dramática numa praça sossegada
...............................