quarta-feira, janeiro 31, 2018

Santa Mana Joana, a enchedora do chouriço infinito


Tenho cá para mim que a nossa mediática Santa Mana Joana estava bem era a encher chouriços. Mas não chouriços quaisquer. Tinham que ser chouriços infinitos.


Desde que a conheço nestas funções só a vejo a injectar confusão no pipeline da justiça. Como o pipeline da justiça é como o tal chouriço infinito, a gente só vê entrar. Sair é que nada. Processos que começam em grande aparato, a Sábado ou a Sic ou o Correio da Manhã logo ali à bica a verem as buscas, as detenções, as entradas e saídas para interrogatório, tudo no maior gás a entrar para o pipeline e depois o tempo passa e passa e passa e passa... e novos processos entrando, entrando... e, caraças, sair é que nada. Uma prisão de pipeline que até dói.

Já nem falo no caso Sócrates que já nem sei em que pé é que aquilo está. Foram metendo malta lá para dentro que nunca mais acaba. Até o Bava lá foi parar apesar de parecer não ter nada a ver com o amigo rico, com o motorista Perna ou com a ex-Fava. Um Marquês carregadinho de suspeitos seja lá do que for. Tudo o que alguma vez respirou o mesmo ar que Sócrates respirou caíu no alçapão das desconfianças da trupe da Santa Mana Joana. E enfiados para dentro do pipeline também o BES e o Salgado e mais nem sei quem e mais o Zé das Medalhas e mais mil outros cujos processos, às tantas, se emaranham uns nos outros. Um pipeline fervilhando de entropia. E isto já para não falar nas cantinas e nas messes, nas armas roubadas antes e depois, nas cartas de condução, nas farmácias e nos médicos que passam atestados falsos e em dois bilhetes da bola que parece que levaram o Centeno para a bancada dos convidados e agora mais o Magalhães que comprou 400 euros de livros e revistas e mais um Conde de que nunca antes tinha ouvido falar mas que parece que fez parte de um dos governos do Sócrates e que fez com que aquela rapaziada andasse a ver os extractos do cartão de vários anos à pesca de peculática literatura, e mais uns outros que foram ver o jogo da selecção e ainda os das transferências do futebol e as mulas que traficavam cartas-cheques e uma que até tinha uma balança de precisão em casa e mais o juíz Rangel e a mulher, que não sei se é ex, se ainda dura e que não sei se perdoaram o IMI ao filho do Vieira ou se eram apenas amigos do Veiga e do Santana Lopes, não o politólogo humilde mas o mano empresário. Tudo ao molho e fé em deus para dentro do pipeline. Tanta eficiência assim nunca antes se tinha visto -- clamam os Amorins e os Hugalexes desta vida, presumo que secundados pela peixeira seguidora do ex-irrevogável (que, esse, esfrega as mãozinhas de contente) e de outros baldaias, ferrões e demais neo-devotos.


Não sei como é que isto vai acabar. Provavelmente o Vale e Azevedo ainda será chamado à colação bem como o Rendeiro e nem sei mesmo se não exumarão a Dona Branca, o Alves dos Reis e o Zé dos Passarinhos, já que nada garante ao Rosarinho Teixeira que não têm pezinho metido no enrolo e, portanto, por via das dúvidas, arrolam-se.

Claro que tão ocupada anda nesta azáfama laboreira, não sobra tempo à Santa Mana Joana e aos seus eficientes colaboradores para olharem para os assassinos de mulheres nem para tentarem desvendar os mistérios da Tecnoforma, dos submarinos, dos vistos Gold, das barracas do Menezes de Gaia  e dessas insignificâncias, até porque mexer nisso poderia fazer saltar por aí alguns salpicos e a Santa Mana Joana tem ar de ser menina de querer deixar obra asseada. Um pipline cheiinho e tudo lá bem fechadinho, nem uma caganita de coisa a sair de lá. Lá dentro tudo ensarilhado, resmas e paletes de processos, milhares e milhares de dossiers e de escutas todas carregadinhas de vírus, mas tudo lá bem fechadinho. De cada vez que chega uma denúncia das boas, a Santa Mana Joana solta a franga que há dentro dela e manda avançar a matilha. É aos cem de cada vez a entrarem por casas, escritórios, ministérios, tudo a arrebanhar computadores, telemóveis, bilhetes da bola fora de prazo, papéis de rebuçado, talões da Zara, meias esburacadas, pêlos púbicos e o mais que apanharem à mão e que possa, um dia mais tarde, vir a ser material de prova. Já nem devem ter onde guardar tanta tralha suspeita. Chouriços e chouriços de provas para engrossar os vidais processos que se querem labirínticos, infinitos e disparatados. 

Claro que para se entender no meio deste asilo de doidos só mesmo um super-judge, o afamado saloio de Maçães, amigo do outro poeta do povo que desconfia dos que cabritos vendem e cabritos não têm. 


E eu, no meio disto tudo, só pergunto uma coisa: o que tem o nosso Presidente dos afectos a dizer de tudo isto? Não lhe apetece ir tirar uma selfie ao lado do bojudo pipeline que tão afincadamente a Santa Mana Joana vem enchendo? Ou estou a ser injusta e ele, inteligente como é, está é a  pensar na forma mais airosa de dar um basta neste forrobodó?

..................................................................

Para dar alguma graça a esta ensarilhada prosa que enfeitei com fotografias que fiz in heaven no fim de semana passado, permitam que chame Angèle para que nos traga a Loi de Murphy

..................................................

E a quem ache que tudo isto é triste e melhor fora ir cultivar o espírito, elevando-o até temas actuais de cultura geral pois, então, recomendo que consulte a douta enciclopédia para a qual deixo ligação directa.

...................................................

E caso vos apeteça mudar de agulha, queiram descer até terrenos mais calientes:
'Apanha-me', um texto altamente impróprio para virgens de qualquer espécie
Avisei.

.............................................