quinta-feira, fevereiro 01, 2018

Alô, alô Marco António Costa!
Sobre os tempos de abundância em que vivemos, preste lá aí, se faz favor, uma atençanita.

[E, finalmente, a verdade sobre a aterragem na lua que, naquele dia, não sei se era uma lua azul de sangue ou uma lua de sangue azul]


De vez em quando aparece-me um deles a dizer que assim está bem, assim é fácil -- e é como se dissessem que assim também eles. 

Hoje calhou, a meio do zapping, aparecer o João Ferreira do PCP com o Marco António do PPD/PSD (como é mesmo o nome oficial do partido? desde que o Flopes se quedou na indecisão, ficou a dúvida no ar: PPD? PSD? PPD/PSD? PSD/PPD?)

O João Ferreira, bonito que dá gosto a gente ficar a olhar para ele e, ainda por cima, discreto, sóbrio, ponderado. Ou seja, um comunista que, não desfazendo, fica bem em qualquer lado. E se parece que estou a ironizar, pensando nele como se fora um belo objecto, confirmo: estou. Mas, em cima da objectualidade do belo homem, digo que é mais do que isso: João Ferreira fica bem num debate televisivo, num parlamento europeu ou nacional, numa autarquia ou, cá para mim, até num governo.

O pior, televisivamente falando, foi o seu oponente. Fraco, fraquinho, muito mau, muito mauzinho.

Aquele Marco António Costa é, por todos os motivos, o oposto do que hoje os eleitores apreciam num político. É certo que fisicamente está com um ar mais decente desde que se apresenta com o cabelo mais curto. Contudo, a matéria-prima que subjaz à barba não o favorece. Mas disso ele não tem culpa pelo que nem é tema. Tema é ele ainda não ter cortado com a parvoíce que rodeia a sua argumentação. Não é de agora. Nunca lhe vi uma ideia com rasgo ou fundamentada. Quem se acha esperto sem o ser dá sempre de si triste imagem. Hoje, por ali andou enredado  em torno dos casos que a jornalista lançou (a pseudo-polémica gerada por mais uma joana-vidalice em volta de dois pseudo-bilhetes da bola (já que, afinal, não são bilhetes mas lugares de convite), a macacada dos pseudo-deputados que queriam ir abandalhar o parlamento europeu com o pseudo-tema, os excelentes indicadores económicos do país, etc). 

Que aquela conversa encaixaria bem num programa desportivo não tenho dúvida
Eu não disse o que tu disseste que eu disse mas se quiseres que eu diga eu digo mas não me venhas dizer o que eu devo dizer porque eu cá só digo o que acho que devo dizer e quem disser o oposto que prove senão vai ter que dizer noutro sítio que eu, pelas razões que todos conhecem mas não têm coragem de assumir, não vou dizer qual é (... bla bla bla... bla bla bla...)
mas num debate de ideias é ridículo e inaceitável. Mas daquele pobre -- que é o digno representante dos mais que datados caciques laranjas -- já não se espera já outra coisa. Portanto, não é disso que quero aqui falar. Quero falar, sim, de outra coisa que ele disse e na qual coincidiu com vários outros correlegionários: que é fácil governar em tempos de abundância como são aqueles em que agora vivemos. 

E é sobre isso que eu tenho que dizer uma coisa ao Sr. Marco Costa e a todos os seus colegas paf-pafs:

1ª - Os tempos que vivemos não são de abundância. Abundância é outra coisa. Vivemos, sim, um período de recuperação e de rigor na gestão.

2ª - O dinheiro em circulação numa economia não cai do céu. Não existe isso de agora se viverem períodos de abundância como se a abundância fosse um acaso meteorológico. O dinheiro em circulação resulta sobretudo de um conjunto de factores, uns exógenos, oudros endógenos e sobre os quais os governos e o sistema financeiro têm acção relevante.

3ª - Se vivemos agora tempos que não são de penúria, desconfiança ou retração muito devemos a este governo, nomeadamente:
  • às suas políticas internas, 
  • à prova provada que pode fazer de que as suas políticas surtem um efeito estimulante na economia, permitindo-lhe reiterá-las e
  • à atitude disruptiva, construtiva e corajosa que tem exibido nas instâncias europeias em que tem assento, abrindo portas a uma mudança de políticas comuns
Portanto, Sr. Marco A. Costa, a ver se percebe que se agora vivemos tempos melhores é porque temos um melhor governo e porque a inteligência e a competência foram introduzidas na esfera de actuação política. 

Escusava de acrescentar mas, estando a falar com quem estou, vejo-me forçada a isso: o que acima disse significa que, pelo contrário, no tempo em que imperavam o Láparo, o vice-Irrevogável, a Cristas, a Pinókia dos Swaps e tutti quanti, as coisas estavam piores porque escasseavam a inteligência e a competência na esfera de actuação política.

Entendido?

Se calhar ainda não. 

Nesse caso, talvez seja melhor uma explicação mais exaustiva. Aconselho-o, então, a pegar num caderninho e a copiar cem vezes as 10 lições que se podem aprender com Mário Centeno ou, na óptica da Santa Mana Joana e dos seus acérrimos devotos, os 10 crimes do Ministro Centeno.

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Mas vá, para que não se pense que tenho algum preconceito contra roedores orelhudos ou que todos os coelhos são láparos-para-esquecer, aqui vos deixo com um sweet momento com coelhos que são coelhinhos.



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E, com isto, nem falei na lua azul de sangue mas a verdade é que não lhe vi cor diferente do que costume ver e, portano, admiti que aquela designação fosse alguma liberdade poética. Qualquer coisa na base de:
Dá-me uma lua azul de sangue, 
uma lua negra exangue,
ou uma lua branca de prata, 
quiçá uma lua splash and pink cantata, 
talvez uma lua dourada de mel 
até mesmo uma lua verde de pele.

Afinal acabo de ouvir que a coisa tem substracto mas só para quem a pode ver. Whatever. Aqui deixo uma foto apenas porque é bonita e me apetece assinalar a coisa.

A lua em Edirne, Turquia -- no The Guardian

E, já agora, a propósito da lua, um momento histórico -- sobre o momento da aterragem na lua, finalmente a verdade dos factos:


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Um dia feliz a todos que por aqui me acompanham.

And have fun, ok?