Reuniões e mais reuniões. De vez em quando stresso levemente mas, logo que caio em mim, tenho é vontade de rir. Muitas vezes, alguma vontade de gozar.
Uma vez estava na caixa do supermercado e a empregada referiu-se a alguém dizendo que tinha feito uma coisa 'à cara podre'. Percebi que significava 'no maior descaramento'. Gostei da semiótica da coisa.Então, volta e meia, penso: E se eu agora, à cara podre, desatasse a fazer só perguntas inconvenientes, deixando a malta toda de cara à banda? Não seria lindo?
Não faço, claro, sou muito bem comportada. Isto é, sou mais ou menos. De vez em quando percebo que, quando estou calada, os outros estão à espera do que vai sair dali. Um colega meu dizia que eu gostava de atirar bombas para cima da mesa. Quando ele disse isso, fiz-me de inocente, que não percebia porque dizia ele aquilo. Fazer género de vez em quando faz parte da minha maneira de ser. Mas just for the fun of it. Mas agora já não estou numa de bombas, estou mais peace and love. Querem fazer de conta? Ok, façam. Estou mais noutro comprimento de onda. Por exemplo, ultimamente arranjei outra: quando acho que é pura perda de tempo porque daquelas pessoas não há muito mais a esperar digo que não estou disponível para participar naquela reunião que está a ser agendada. E bem podem os outros desesperar porque acham que é indispensável fazer aquela reunião. Não estou disponível para participar numa reunião dessas. E não saio dali. Uma autêntica mula. Aborreço? Azarinho.
Mas não sei se vá continuando a esticar a corda. Devia voltar a ter maior capacidade de encaixe. Não sei porquê mas acho que devia. Por vezes consigo disfarçar, fazer de conta que acredito que é na base da paciência e resiliência que a coisa lá vai. Outras vezes penso que vai é o tanas. Mas é um facto incontornável: vai-me faltando a paciência para aturar algumas coisas.
Para me ajudar a superar, no acto, volta e meia ponho-me a imaginar impropriedades que alegrariam o momento.
Para me ajudar a superar, no acto, volta e meia ponho-me a imaginar impropriedades que alegrariam o momento.
Por exemplo, hoje, toda a gente a medir forças, uns de um lado da mesa ao ataque, os outros, do outro lado, ao contra-ataque, naquele estúpido jogo em que perdem todos (a começar, por perder tempo), e eu a pensar que a coisa poderia ser ainda mais animada se a cada avanço correspondesse uma tentativa de encestanço com uma penalização à altura. Uma coisa na base do Fear Pong. E tive que me controlar para não rir porque, a concretizar-se, a coisa rapidamente se tornaria hilariante.
Atenção: eu seria a árbitra. O que é que estavam a pensar...? Ora. Passou-vos pela cabeça que a neguinha podia ser moi...? Ora, ora. Não aprenderam ainda que sou copinho de leite...?
Para quem não conheça o jogo, aqui vai um cheirinho:
______________________
E (não) queiram descer até ao post abaixo pois ali o tema é o capeta, o belzebu, o demo, o dialho -- e, imagine-se, vem o bicho pela mão da madrinha Nela Ferra Leitinho.
(Está a dar-me para o carinho, estou toda diminutivos, por pouco não me ponho a mandar daqui uns miminhos à Nelinha)
_____________