sábado, setembro 09, 2017

Olha, amor, olha o barquinho.
Ai.. não... afinal são dois barquinhos...
[2º de 6 posts]





Na quinta-feira, mal cheguei, deitei-me. Uma coisa quase como se fosse para experimentar a cama. Com um livro na mão. Literatura e Fantasma de Javier Marias. 'Um bocadinho. Ler um bocadinho. Descansar uns minutos'. Mas instataneamente apaguei. O meu marido tentou acordar-me e eu própria o tentei. Mas não consegui. Contra os seus princípios, adormeceu também. Só ao fim da tarde acordei. Acordámos. A tarde praticamente perdida, portanto. Esta sexta-feira quase também adormeci de manhã e à tarde. Ele diz que adormeci mesmo. Eu acho que não. Mas ando nisto. Depois de três semanas para esquecer, eis que o meu organismo resolveu fazer reset. Desliga-se e, felizmente, como geralmente acontece com as máquinas, também eu acordo melhor.

Mas isto para dizer que chego à praia e grande parte do tempo estou, na maior preguiça, a ver o que se passa à minha volta ou tentando ver o que vai passando na linha do horizonte.

Este início de Setembro, pelo menos por aqui, está tranquilo. As gentes que por aqui andam são poucas e silenciosas. E eu fotografo. Registo os meus dias em imagens. Outras vezes em palavras.

E estava eu nisto quando vejo um belo barco ao longe. 'Olha aquele barcalhaço'. O meu marido diz-me: 'Acho que não é um, que são dois'. Naquela altura iam lado a lado e a mim, tão longe, parecia-me apenas um. Mas já um tomou a dianteira e eu, com zoom a toda a brida, logo ali os registei, brother in arms, iguais, prontos para enfrentar, em conjunto, a fúria dos mares.