sábado, setembro 09, 2017

Até que a morte os separe.
[3º de 6 posts]



Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz


Na luz dourada da tarde, passeavam pela beira do mar, abraçados. Passaram para lá, conversando, abraçados. Fotografei-os. A felicidade de ter, ao longo da vida, alguém que nos acompanhe, que nos ouça, que nos fale das suas ideias, que nos abrace, que seja nosso amigo não cabe em meia dúzia de palavras. 

Depois voltaram a passar, agora em sentido contrário. Mantinham-se abraçados, continuavam a conversar. Belíssimos no seu amor, na luz que os envolvia, na passada certa e alinhada, na certeza de enfrentarem juntos ventos e marés.


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O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada

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Há cerca de sete anos, de manhã, -- e já tantas vezes o contei -- tínhamos ido no carro a ouvir a Bethânia. 'O meu amor', que já conhecíamos cantada pelo Chico, ficou presa à língua do meu marido que todo o santo dia a cantou. E eu com ele. De vez em quando. os dois ao mesmo tempo. Nessa noite, depois dele se ter ido deitar, resolvi fazer um blog e, ao ter que lhe dar um nome, o que me ocorreu foi 'um jeito manso' dado que, lá por casa, outra coisa não se tinha cantado ao longo do dia. E cantámo-la não apenas porque a música e a interpretação nos agradavam mas também porque a letra da canção é qualquer coisa. 
Hoje, enquanto nos deslocávamos de carro durante uma curta viagem (já que, por estes abençoados dias, felizmente só temos andado a pé), de novo 'o meu amor', desta vez na interpretação da Carminho e do António Zambujo. O meu marido de novo a cantou. E eu fechei os olhos, pensando em todos estes anos, juntos, ouvindo esta mesma canção, cantando-a como se fosse feita para nós.

Fica aqui bem, junto do casal da fotografia. Quanta ternura e companheirismo naquele andar enlaçado.

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