Quando rebentou o escândalo Monica Lewinsky, algumas coisas me chocaram.
Não me chocou o que aconteceu entre Bill e Monica, dois adultos maiores e vacinados -- ela rendida ao efeito afrodisíaco do poder que transpirava de todos os poros dele e ele, adrenalina em alta, rendido às formas radiosas de uma jovem mulher disponível. Cada um sabe de si e, tratando-se de práticas consentidas, é coisa que não me diz respeito. Que ele fosse casado, que ela soubesse que ele era casado, que isto, aquilo e o outro, a mim nada me convence ou desconvence. A intimidade entre dois adultos, sejam quais forem os laços entre eles, é assunto privado sobre o qual não opino.
Mas chocou-me saber que a jovem Monica chegou a casa depois de ter estado na brincadeira com Bill e não apenas foi relatar à mãe o que se tinha passado como foi mostrar à mãe as manchas de sémen que caíram no seu vestido, o célebre vestido azul.
E chocou-me ainda mais a reacção da mamã que, se queria agir para bem da filha, em vez de lhe recomendar que, para a próxima, usasse avental ou, no mínimo, babete ou, então, que fosse bem educada (e aqui peço desculpa mas, dado este ser um blog de família, não vou explicar-me) -- não senhor. Resolveu que não lavariam o vestido e o guardariam para um just in case. E o just in case aconteceu e a senhora e a senhorita mandaram analisar as manchas brancas do vestido azul para Monica poder vir a público pôr a boca (desta vez) no trombone e entalar o Bill.
Por essa altura, fiquei igualmente chocada pela atarandadice de Clinton que, vendo-se acusado, em vez de dizer simplesmente que não tinha nada que comentar actos da sua vida privada, resolveu ensarilhar-se nas palavras, começando por assegurar que não tinha tido relações sexuais com aquela pessoa para depois, perante as evidências, vir explicar que não tinha havido penetração e, na sua cabeça, isso era sinónimo de não haver relações sexuais. Mal. Mais valia ter ficado calado.
A partir daí a acusação passou a ser que tinha mentido, perjúrio, um caso sério.
E, no meio da confusão que se armou, Bill Clinton ainda conseguiu apanhar um estalo de Hillary -- o menor dos males no meio do furacão que se formou à sua volta.
Contudo, para os destinos do país tudo ficou igual pois aquilo não tinha passado de um banal fait divers empolado por gente coscuvilheira e ociosa.
António Lobo Xavier, nesta história que envolve um personagem que já passou à história e um ministro das Finanças que tem conseguido feitos notáveis mas que provou ser politicamente desasado, é a mãe da menina Lewinsky.
António Domingues, no affaire CGD, rendimentos e o escambau, tentou dar a volta ao Centeno e, de certa forma, até o fez cair na esparrela. E, vendo que tinha nos sms matéria que poderia servir para sacanear o ministro, foi mostrar ao amiguinho de alcova lá no BPI o que deveria ser matéria privada, não transmissível.
E Lobo Xavier, macaco de rabo pelado, mestre da concupiscência que deita na mesma cama política, leis e negócios, parecendo querer evidenciar uma certa vocação para a prostituição ou para a alcoviteirice, começou por dar a entender, na Quadratura do Círculo, que estava sabedor de matéria quente e, de seguida, quando instado a esclarecer a insinuação, pegou nas mensagens e foi mostrá-las a Marcelo.
E eu, esperando que lhe tenha feito bom proveito, devo dizer que estes actos estão, a meu ver, ao nível do vómito. Penso nisto de um banqueiro guardar mensagens trocadas com um ministro, por sinal um verdinho na arte da manha, e ir mostrar a um sabido de primeira água, por sinal conselheiro de Estado, e de este se prestar ao acto vergonhoso de ir mostrar mensagens alheias ao Presidente e fico agoniada. Asco. A palavra que reflecte o que sinto á a palavra asco.
E que Marcelo se tenha prestado a isto de ir ler mensagens alheias, privadas, choca-me.
Bem, não sei se o fez. Tomara que não. Pelo que leio nos jornais, diria que sim.Mas, a tê-lo feito, sinto vontade de fazer write off sobre o capital de confiança que tem vindo a conquistar.
Marcelo, se fosse o homem que eu gostava que ele fosse, ao aparecer-lhe Lobo Xavier, qual vizinha coscuvilheira, com as mensagens alheias, ter-lhe-ia dado uma corrida em osso,
'Rato! Rato de esgoto! Por quem me toma para me aparecer aqui com fofocas e relatos de conversas privadas? Desapareça-me da vista e não volte a aparecer-me à frente. Vou destituí-lo de conselheiro e é já, que não quero cá tipos que, ainda sem ter chegado o Carnaval, já por aqui andam disfarçados de ratos de esgoto, muito menos sentados à mesa do Conselho de Estado. Xô!'
E agora andam os mesmos de sempre, cada vez mais a aparecerem aos olhos do país como vermes, os mesmos que ao longo de anos viveram sobre a podridão governativa de Passos Coelho e Paulo Portas, armados em virgens ofendidas, em ratas de sacristia, exigir a publicação dos sms, a demissão do ministro e sei lá mais o quê. Gente sem memória, sem respeito pelos outros, sem vergonha na cara. E as televisões a darem palco a estes parasitas.
Domingues, a Monica Lewinsky portuguesa, não apenas quase fornicou o Centeno (que é como quem diz, claro) como guardou os sms -- como a outra guardou as marcas de sémen sobre o vestido.
Mas Domingues já foi à vida. Já acabou. A Caixa já está com outra gestão e há muito trabalho a fazer. Já chega de tricas. Já enjoa tanta chachada que tem como único intuito lançar confusão, denegrir os bons resultados alcançados pelo governo, chatear, chatear, chatear. Já não se aguenta tanta má fé, tanta calhandrice.
Aqueles tristes pàfs, armados em destituídos mentais, não percebem a triste figurinha que andam a fazer alimentando, até à náusea, a polémica em volta deste assunto que fede a sonsice, a traição, a dominguice?
E Marcelo não é capaz de vir a público dizer que já é tempo de aqueles -- que deveriam estar numa CERCI e não na Assembleia da República -- arranjarem algum programa ocupacional e deixarem de brincar aos políticos de meia tigela já que não fazem outra coisa senão conspurcar o espaço público? A bem do interesse nacional (que é o oposto do interesse dos PàFs e dos balcões onde se serve comentário a copo), Marcelo não é capaz de lhes pôr um par de patins? De lhes dar um valente pontapé no cu? Ou, se quer fazer uma pose presidencial, um murro na mesa, vá? Ou acha bem o que se está a passar? Agora já gosta de ler sms alheios? Já deu em andar a espreitar pelos buracos das fechaduras?
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9 comentários:
Inteiramente de acordo consigo! Que nojo este Lobo Xavier. E o Domingues que lhe passou os SMS. E o PR????? Quanto a Centeno, que se cale e continue a fazer bom trabalho é o que se lhe pede. Mas, ficou muito fragilizado. Que trampa, tudo isto. Já enoja! Costa devia proibir ao governo e ao PS de se falar mais da CGD.
P.Rufino
O Blogue Vai e Vem, que tem no lateral do seu, publicou hoje este post que me parece retratar uma maneira de ver o assunto que se ajusta bem à realidade.
"Lendo bem, a “Nota” do Presidente é um elogio a Centeno
Publicado em Fevereiro 15, 2017 por estrelaserrano@gmail.com
Diz o Diário de Notícias de hoje que o Presidente “sentiu-se traído na confiança que depositou no ministro” [Mário Centeno]. E o Expresso e a SIC dizem que o Presidente “sabia do pacto de silêncio sobre decreto da CGD“. São notícias sem fontes identificadas mas oriundas de Belém.
Ora, se o Presidente “sabia” que havia omisão da Lei que obrigava Domingues a declarar patrimonio ao TC porque não esclareceu logo a questão? E se “se sentiu traído” pelo ministro porque veio fazer uma “Nota” oficial a dizer que “aceitou” a “confiança no Senhor Professor Doutor Mário Centeno” “atendendo ao estrito interesse nacional, em termos de estabilidade financeira”.
É que apesar de muitos verem nessa nota um raspanete ao ministro Centeno, que maior elogio pode um Presidente fazer a um ministro do que dizer que a sua manutenção em funções é de “interesse nacional ” e tem a ver com a “estabilidade financeira”? Que me lembre nenhum outro presidente ligou assim directamente um ministro ao “interesse nacional” e à “estabilidade financeira” do País!
Conhecendo os desenvolvimentos da história, sobretudo os sms que Lobo Xavier terá mostrado ao Presidente, (não sabemos se os Presidente os leu directamente no telemóvel de António Domingues ou se foram reencaminhados por este para Lobo Xavier ou se a operadora de António Domingues os facultou), percebe-se ainda melhor o conteúdo da “Nota” do Presidente. O Presidente apoiou Centeno como apoiou António Costa porque ambos partilharam com ele todas as fases do processo de recapitalização da Caixa que era para eles o mais importante. Por iso é absurda a ideia de que o Presidente deu raspanete a Centeno.
Também não é de somenos importância a revelação da ex-directora-geral do Tesouro e Finanças ao Jornal Económico de que “não recebeu nenhum pedido específico por parte do Ministério das Finanças para a realização de uma análise ou levantamento sobre a isenção de apresentação das declarações de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional (TC) da administração da Caixa”.
A história continua mal contada. Tendo em conta tudo o que foi publicado, Centeno é o bode expiatório e talvez tenha sido o mais ingénuo. Mas cabe perguntar se ninguém avisou Domingues de que Centeno não manda no TC e que mesmo que quisesse não podia comprometer-se em nome deste. Nem mesmo o seu amigo Lobo Xavier, jurista de profissão o ajudou neste imbróglio?"
Também vi hoje Marcelo Rebelo de Sousa na televisão dizer que já disse tudo o que tinha a dizer sobre o assunto, que até deixou escrito o que disse, para mais tarde não inventarem alterações e que não quer falar mais deste assunto.
Uma boa noite para todos.
SIM SENHORA! ..... ESTE TEXTO MERECIA SER PUBLICADO EM TODOS OS JORNAIS E TUTTI QUANTI SEJA COMUNICAÇÃO SOCIAL....COMO LIÇÃO DE PEDAGOGIA PARA POLITICOS E JORNALISTAS!
Visito sempre o seu blogue, embora não me manifeste. Desta vez venho a terreno só para sublinhar como concordo em toda a linha consigo....porque nesta "estória de gincana partidária" - é ver a corrida entre CDS e PSD para "abanar" o Governo - para mim, quem sai mesmo muito mal é o "excelso e luxuoso" banqueiro que iria restaurar a CGD...e que não aceita ter sido "despromovido"... Quanto ao Prof.e Presidente M.R.S.já deviamos saber que será sempre "uma no cravo outra na ferradura...!
Mas como é que gentalha deste quilate (Lobo Xavier e Marques Mendes) são conselheiros de Estado ? É a paródia no topo dos órgãos do Estado ! Não será crime mostrar mensagens de terceiros. digo eu ?
Lobinsky Xavier :)
Ex.Sra.
Se quem assina como Guia, não levar a mal,subscrevo inteiramente o descrito no mail por
ele enviado.
Grato pela atençao prestada.
jose vilar
Muito bem. Concordo em tudo.
Abraço :)
Subscrevo o que disse a Guia
Estes artistas seriam merecedores do epíteto piolheira: caterva de bichos pequenos, rasteiros, nojentos e incomodativos. O nível intelectual da maior parte deles é abaixo de cão (com pulgas) - e pensar que ganham milhares e euros para se porem com conversas de sopeiras, "ele disse", "eu disse", "tu mentiste", "traíste-me" (estas são para conjugar em todas as pessoas e tempos). O que vale é que se retratam a si mesmos, e não são nada bonitos de ver. As sondagens atestam-no, mas os idiotas estão desesperados e cegos, acreditam que sem Centeno recuperarão margem de manobra e o diabo irá chegar. Está aberta a época de caça.
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