terça-feira, janeiro 10, 2017

Se isto não for perversidade vocês, por favor, desculpem-me, ok?
[Mas é que eu também tenho o direito a enganar-me]





Já estou um pouco cansada, não posso alongar-me em conversetas -- para além de que esta terça-feira tenho muito que fazer. Só espero é, daqui a nada, quando sair, não encontrar, de novo, o aparato de há pouco com carros parados pela polícia, as pessoas a terem que sair dos carros para se identificarem e serem revistadas, etc.
Pergunto: mas o que vem a ser isto? Dizem-me, com ar normal, Com tudo o que tem acontecido, agora há muita vigilância. Bonito. 
Mas eu sou daquelas que dou um passo e automaticamente deixo para trás das costas o que enfrentei no momento anterior e, portanto, ao fim de dois dias já nem reparo nos omnipresentes polícias armados até aos dentes, nas carrinhas da polícia, na polícia a cavalo. Faz de conta que faz parte do folclore do lugar.

De noite, um frio cortante. De dia, um fresquinho bom. Dentro dos lugares, um calor abrasador. Dói-me a garganta e deve ser por isto. A gripe curou-se sabe-se lá como e agora, com as defesas certamente ainda a meio gás, vou do calor tropical ao frio antártico a toda a hora. Enfim, com estas pastilhas que eucalipto e mel que tenho andado a chupar, pode ser que amanhã já nem me lembre que tenho garganta.

Adiante. Depois de no post abaixo ter andado outdoor, na soi-disant street art, recolho a céu coberto. Ou seja, volto indoors para retomar o tema da arte mas agora para repescar gente que me parece ter o seu quê de perversidade. Tinha estado a escolher Nossas Senhoras em fundo dourado, relicários, arte sacra de fina têmpera mas, às tantas, deixei cair os pios propósitos de que estava possuída para me deixar levar, num inesperado twist, para os descaminhos que os meus maus instintos tanto requerem.

Em alguns casos, nem se vê malícia, escarninho, provocação ou malvadez. Parece, até, haver doçura e ingenuidade. Mas a minha mente perversa fareja malandrice a milhas e, portanto, se estes aqui abaixo ainda não tinham feito, iam fazê-la.

Vejamos.

Este mancebo. Parece um santinho, cabelinho aos caracolinhos, olhinhos suaves. Mas, meus Caros, o corpinho bem musculado é o de quem já caminha para os maus bocados desta vida e sempre com ar de quem um dia destes ainda perde a sua recatada virgindade.


Aqui, oh senhores, é o bebé... Tem cara de sabido, de safadinho. Não sei que escolha foi esta... onde é que se viu um Menino com uma cara destas...? A sua mãezinha com ar de pura donzela e o pestinha com ar de quem se prepara para fazer uma safadeza.


E aqui é o ar de danado do Adão... Um calmeirão mal intencionado, todo ele lascívia... A Evinha ali tão branca e fofa e ele, dengosão, com ar de quem se prepara para fazer perigar a castidade da moçoila (que, repare-se, na época, já tinha aderido à depilação brasileira...)


Este cavalheiro aqui abaixo não é que seja perverso. Nem sei que diga dele. Com esta cara, deve ser ascendente da Cristas. Mas aqui a atenção não recaíu na cara mas, sim, nas leggings. Uau, que elegância. E que bem fornecido o cavalheiro parece ser... Eu sei que mulher casada não devia ter olhos para estas pudibundícies. mas, credo, perante tal exagero até a pastorinha Lúcia deitaria um coup d'oeil -- quanto mais eu que não sou dada a aparições em cima de azinheiras.


E aqui é a menina que tem cara de viciosa, de sacaninha. Ele é que esconde o jogo mas ela é que a sabe toda. Esta menina é daquelas que cuidado com elas.


Esta aqui ao espelho tem cara de danada para a brincadeira, ar de doidona. Vestida deve parecer uma tia beata, uma daquelas que não parte um prato. Mas, quando se desenvencilha da roupagem e põe as mamocas ao léu, há toda uma fera que se solta de dentro dela. Deve devorar um incauto em três tempos. E a seguir recompõe-se, pega no terço e continua a novena.


Esta madame aqui em baixo é outra que tal. Com a fotografia do maridão carrancudo à cabeceira para impor respeito mas olhem bem para ela, toda ela oferecida às tentações: o corpo, o fruto, o mamilo, a púbis, a boca carnuda, as rosas da tentação. Um espécie de candaulisme avant la lettre, na volta.


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E, por agora, por aqui me fico.
E vão descendo que isto hoje é uma farturinha: há para todos os gostos (digo eu).


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1 comentário:

bea disse...

O último quadro é uma explosão de cor.Bonito mesmo. A senhora de mama ao léu parece-me bastante adstringente de expressão, não sei onde vai buscar essas ideias. Mas pronto, cada um divaga por onde quer e pode. O primeiro garoto mais me parece um Lúcifer atraente que outra coisa. Quanto ao par Eva-Adão até que estão ternos e muito humanos, aposto que a maçã já foi. E o mais para que agora me falta tempo.
Cuidadinho com essas mudanças de temperatura. Faça o favor de não se esquecer que tem garganta mesmo que esqueça outras coisas. E um dia bom para a JM a ver coisas lindas. E a mostrá-las aqui.