sábado, janeiro 28, 2017

Rir é uma coisa contagiante.
Pelo menos para mim é; estou aqui farta de me rir



Já aqui contei alguns momentos embaraçosos pelos quais passei por não conseguir parar de rir. É um problema que tenho: o meu riso é fácil. E, se quero ocultar ou oprimir o riso, estou feita. Como um vulcão, o riso explode, incontrolável.

Agora estou a lembrar-me. Estava a fazer um pós doc, um daqueles cursos de gestão avançada, eu entre la crème de la crème não apenas a nível de colegas de curso quer de professores, gente do melhor convidada entre a nata da sociedade.

Ao meu lado, um amigo. Ele, daqueles que faz observações em surdina e sem que a expressão deixe transparecer.

O professor, um conhecido ex-ministro muito cheio de si próprio. A turma disposta em U e o professor pavoneando-se dentro do U. A cada banalidade ou repetição que a sumidade soltava, o meu amigo fazia umas observações mordazes, sardónicas, mas parecendo estar a prestar a maior das atenções. Às tantas começou a dar-me vontade de rir. E, quanto mais queria parar, mais o riso começava a ficar à solta. À minha frente, na outra perna do U uma outra começava a perceber que eu estava a ficar morta de riso e começou também a rir. Eu não queria encará-la e, ao mesmo tempo, queria dizer ao meu colega que se calasse. Só que ja estava a ficar fora de mim. Desatei num riso já impossível de parar, a outra do outro lado também a ficar roxa de tanto rir, eu já com lágrimas cara abaixo e o meu amigo, terrível, cada vez a fazer-me rir mais. Tive que sair da sala, à pressa, a rir a bom rir.

Outra vez, estava numa reunião chatérrima, com gente a apresentar os seus feitos mas num detalhe estupidificante. Toda a gente já bocejava por todo o lado. Mesa também em U e eu numa das pernas mas perto da cabeceira. À cabeceira, na ponta, e, portanto, em ângulo directo comigo, um colega meu que, a bem dizer, se estava bem nas tintas para aquilo tudo. Então, enquanto um craque qualquer explicava a melhoria que tinha introduzido lá num processo qualquer e que tinha levado a uma economia de dois milhões -- e detalhava cada pequeno passo que tinha dado -- o meu colega começou a assobiar baixinho, com a mão à frente da boca. Quase ninguém o devia ouvir mas eu, que estava tão perto dele, não podia deixar de ouvir. O outro a explicar tudo bem explicadinho e o meu colega a soltar longos trinados. Bem. Começa a dar-me uma vontade de rir que já não aguentava. O outro que estava do outro lado perguntou-me 'então...? o que foi...?' e eu fiz-lhe sinal para o outro que assobiava. Então, começou ele, baixinho, com as mãos debaixo do tampo da mesa, a acompanhar com batidas. Eu já não me aguentava. Do outro lado da mesa, um outro levantava o queixo, querendo saber o que se passava. Eu queria parar de rir pois, às tantas, toda a gente reparava e eu não teria como explicar. Acabei por fazer de conta que estava a receber uma chamada e saí à pressa da sala.

A minha filha é que nem eu. Contou que um dia, numa reunião, tenho ideia que com um gago que falava pelos cotovelos, para ver se lhe passava a vontade de rir, teve a peregrina ideia de beber água. Só que, no momento em que tinha metido água na boca, o gago se saíu com mais uma. Então ela, incapaz de se conter, teve uma explosão de riso e salpicou toda a gente. Uma vergonha. Mas nem assim conseguiu conter-se. Quem sai aos seus...

Até o meu filho, que é super contido e se incomoda com os excessos da mãe e da irmã, volta e meia se deixa contagiar e desata-se também a rir desbragadamente.

E, pronto, vem isto a propósito do vídeo abaixo com o qual já me fartei de rir. Riam-se também, está bem?

Quando os membros do Júri não conseguem parar de rir
Factor - X



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E queiram, por favor, descer até ao post que se segue: mulheres femininas e alegres de dar gosto.

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3 comentários:

Anónimo disse...

Sei bem o que isso é. Se a minha irmã estiver por perto então é que estou tramada. Normalmente sou eu que provoco, que faço troça - um pouco como o seu amigo, sem mostrar que a mim me afeta. Ela ri primeiro. Depois começamos as duas e é o cabo dos trabalhos parar. Mas normalmente controlo-me. Normalmente. Houve uma aula, contudo, em que isso foi absolutamente impossível. Há uns dois anos. Era eu uma das poucas alunas no anfiteatro, um anfiteatro enorme, com seis ou sete alunos a assistir. O Professor era daqueles que se fazia acompanhar às vezes por um seu assistente, que ficava ao seu lado a ouvir a aula também (a tentar não adormecer). Ali estávamos, o Professor a contar uma peripécia qualquer que lhe tinha acontecido enquanto passeava no seu barco. O assistente e nós a tentar não adormecer. E, de repente, do nada, o Professor começou a roer a palma da mão. Olho para um amigo meu, sentado ao meu lado, em choque. Ele sorri e diz, como se não fosse nada: "Acho que estava com comichão na mão." E eu desatei a rir que nem uma maluca. O assistente, que me dava aulas e era um daqueles tipos um pouco toscos, mas bom rapaz, e me tinha em grande consideração por eu ser a única que resolvia sempre os casos que ele mandava fazer, olha para mim com cara de quem me pergunta o que se passa sem o fazer num tom acusatório. Eu abano a cabeça, como quem diz "nada, nada". Tapo a cara com as mãos e quase consigo parar de rir. O Professor não tinha sequer reparado em mim. Tinha continuado a falar, dirigindo-se, como sempre fazia, para duas raparigas que se costumavam sentar na fila da frente (eu gosto dos lugares centrais, mesmo com o anfiteatro vazio). E voltou a levar a palma da mão à boca. Eu volto a descontrolar-me. O meu amigo também se contém com mais dificuldade e eu pergunto: "Então mas ele coça com os dentes?". Nesse momento o Professor conta uma piada e todo o anfiteatro - as tais cerca de 10 pessoas - riem. Foi a minha salvação.

Bom fim de semana!
JV

redonda disse...

Estive a ver o vídeo e a rir :))

Anónimo disse...

https://www.youtube.com/watch?v=7o2eDzobS3s
GG