sexta-feira, dezembro 23, 2016

Uma cortina luminosa para a decoração natalícia, uma tiara para eu me apresentar a condizer, um anel de brilhantes para se ver que aqui é tudo em bom e, ainda, dois rolinhos de papel, um dourado e outro prateado.
E um tríptico festivo com o seu quê de alusivo à época.

Ho ho ho, o espírito natalício está a aproximar-se aqui da Santa UJM, ho ho ho.
It´s Christmas in Heaven





Para começar, deixei-me dormir. Nem sei durante quanto tempo dormi. Na volta, quase uma hora. Agora que abri os olhos e os da Quadratura do Círculo estão a acabar de debater o que já está mais do que debatido, penso no que hei-de aqui escrever que seja interessante para alguém. Não sei. Estou meio ausente, meio ainda a dormir.

Já sei. Vou recuar ao passado. Ao passado recente. Recentíssimo, que a cabeça não dá para mais.

Há bocado, fomos fazer uma mini-caminhada. Já não era cedo mas para dar uma esticada ainda se arranjava um bocado.


A certa altura, passámos por uma loja de chineses. Como ontem pensei que precisava de um papel dourado e outro prateado para uma certa coisa, resolvi que eles deviam ter. O meu marido disse que, àquela hora, a loja já devia estar mais do que fechada. Não acreditei e fui lá ver. Abertíssima. Nem devem fechar. Perguntei se tinham papel dourado e prateado. Um chinês com cara curiosa e mal falando português disse-me uma coisa que não percebi mas apontou para um recipiente alto. Lá estavam rolinhos de papel, entre eles o dourado e o prateado. Fiquei logo feliz da vida. Depois vi umas hastes de rena em feltro, presas numa bandelete. Um euro e meio. Experimentei. O meu marido logo arreliado, 'deve estar limpo, isso, para pores na cabeça'. Trouxe. Já tenho tiara natalícia. 


Pelo caminho, tinha estado a contar-lhe que tinha dito à minha filha que se calhar íamos fazer o almoço de natal na copa. A copa é o espaço aberto ligado à cozinha que torna a divisão ampla. Lá ao meio está a mesa onde geralmente tomamos as refeições. A mesa, de madeira, abre-se, ou melhor, estende-se, tornando-se muito comprida. Se puser a comida em cima do aparador onde está a televisão ou mesmo em cima das bancadas da cozinha, podemos estar à larga, levantar-nos para nos servirmos, e ter uma zona com entradas, outra com os quentes e outra com as sobremesas. Na sala de jantar, a mesa é também grande mas como é uma divisão específica (ou seja, não é a chamada sala comum), acaba por ficar mais acanhada quando lá está muita gente. Para nos levantarmos para nos servirmos, acaba por não dar muito jeito, em especial caso vários queiram servir-se ao mesmo tempo. Pôr a comida em cima da mesa, embora seja larga, nem pensar -- toda a gente levantada a passar os braços à frente dos outros, jamais, isso é o fim da picada.

Então, disse à minha filha que fazíamos o almoço de natal na copa. Atirou-se ao ar, que nem pensar, que jeito teria isso, que na sala de jantar é que é, que ideia de no natal almoçar na cozinha, que não, que não. 

Contei ao meu marido a reacção dela. Não ligou e disse para eu não ligar, que na copa estávamos muito melhor, completamente à larga. E para os miúdos muito melhor.

Mas fiquei a magicar nisso.

Então, lá no chinês fez-se-me luz. Pondo umas luzes natalícias na janela já mudaríamos o look à coisa. O meu marido incomodado, anda-te embora, deixa-te de ideias. Mas a ideia pareceu-me mesmo boa. Olhei à volta, tentando colher inspiração. Então, no meio de soutiens e camisolas interiores, vi penduradas umas mesmo jeitosas. O meu marido disse, nem penses. Perguntei ao chinês onde é que estavam daquelas. Perguntou-me naquela língua imperceptível 'clutine?'. Fiquei a olhar sem perceber. Mas, observando as luzes, fez-se-me, de novo, luz. 'Cortina'. Sim, isso mesmo. Lá foi a correr buscar uma caixa. Afinal não era. Foi buscar outra caixa. Experimentou. Perguntou 'uzi blan?. Não percebi. O meu marido também não. Ele insistiu, esmerando-se na pronúncia. 'uzi blanc?'. Percebemos: 'luzes brancas?'. O meu marido, já por tudo e para se despachar, disse logo que sim. 'Brancas. Está bem'. Eu disse que não, qual bem?, que queria às cores e a piscar como as que estavam penduradas. O chinês lá foi outra vez a correr. O meu marido disse entre dentes 'estou lixado contigo'. Afinal não havia. Então o chinês falou ao telefone, desta vez em chinês mesmo, e, no fim, disse-nos 'à bem'. O meu marido percebeu: 'já vem'.

Enquanto esperávamos, vi lá um candeeiro de rosinhas brancas que também achei um must mas aí o meu marido opôs-se. Mas juro: ficou-me entalado. Havia de ficar aqui mesmo bem.

Passado um bocado, chegou uma chinesinha ofegante, com uma caixa. O chinês tirou as luzes, ligou e fiat lux a piscar e às cores. Perfeito. Quando o chinês começou a fazer as contas, reparei numa caixa em cima do balcão com anéis prateados e outros dourados, uns com pedrarias diversas, outros com brilhantes. Três euros. Experimentei. Lindos. Espantada, tentei que o meu marido partilhasse a alegria 'mas tu já viste? mesmo bonitos... e o preço... não dá para acreditar. vou levar um'. O meu marido lamentou-se 'tinha que ser'. Eu disse 'Desculpa mas é uma belezura'. Trouxe um em ouro branco com diamantes, mesmo jóia de luxo. Coisa em bom.

No total, luzes em cortina, anel de pedraria, tiara feltruda, dois rolos de papel: dezassete euros. E eu radiante.

Quando chegámos, fui logo montar. O meu marido outra vez 'tinha que ser'. Quando ligámos, o décor ficou logo outro. Beautiful. E se o meu marido colaborou activamente e não disse nenhuma inconveniência é porque até gosta. Quem o viu e quem o vê... Jantámos com essa bela iluminação natalícia e até achei que vai ficar ali é o ano todo que dá um ambiente mesmo bom.

E agora, para que este post seja mesmo, todo ele, alusivo à época festiva, vou incluir um tríptico que não sei se é vertical, se é horizontal mas que, isso é de certeza, completamente apropriado para a época festiva. Ho ho ho.







Ho ho ho. 
Santa UJM is coming to town.


Ho Ho Ho

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Christmas in heaven na companhia das Meninas Margaux Rita e Tobi L'Rone



Ho Ho Ho*

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma santa sexta-feira.

E a quem já por aqui não passe antes do Natal, pois que sejam dias felizes.
Votos de harmonia e paz de espírito.

.....

*  Visto através daqui, um tema que não é propriamente natalício mas em que alguns dos intérpretes do vídeo (interditado pelo youtube) trazem ornamentos alusivos à época festiva. Ho ho ho.


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6 comentários:

Anónimo disse...

Recebi no meu correio electrónico umas "Mães-Natal" parecidas, a única diferença é que a certa altura perdiam a roupa. E não houve ali ninguém que as ajudasse a encontrá-la.
Boas Festas!
P.Rufino
PS: quanto às prendas, aqui quem trata disso, até mesmo embrulhá-las, é a minha mulher. Eu não mexo uma palha. Sou absolutamente contrário a dar presentes natalícios - só às crianças, mas como minha mulher discorda, ocupa-se ela disso, alegremente. O Natal deveria ser confinado a uma grande festa de família e nada mais. Um encontro familiar especial, mas hoje o comércio é quem manda.

Anónimo disse...

Olá Jeitinho,
Boas Festas para si e para a sua linda família.
Beijinhos Ana

Pata Negra disse...

Venho aqui respeitosamente deixar um Natal real como só a minha realeza deseja.
Boas Festas
Majestade Pata Negra

Um Jeito Manso disse...

Olá P. Rufino,

Pois é. O meu marido é o mesmo. Nisto de presentes apenas observa a minha trabalheira. Mas ajuda na preparação dos comes e bebes pois, para ele, também o que conta é o convívio e, em especal, o convívio em volta da mesa.

Umas boas festas, um bom Natal, e que reine a paz e harmonia em sua casa, P. Rufino.

Um Jeito Manso disse...

Olá, simpática Ana,

Gostei de revê-la por aqui.

Muito obrigada.

Um bom Natal para si e para a sua família, Ana.

E um abraço!

Um Jeito Manso disse...

Olá Majestade,

Muito lhe agradeço a real visita e muito lhe agradeço os votos.

Para si e para a sua real família seguem também os meus votos de que a festa seja bonita. E que haja alegria, boa comida e melhor bebida.

Dias felizes, Sua Majestade da Pata Negra.