terça-feira, julho 19, 2016

Confirma-se: não sou normal.
Não tenho sequer interesse em perceber que joguinho é esse do Pokémon Go
(ie, o gambozino dos tempos modernos)



Leio que há uma febre colectiva, que anda tudo de telemóvel na mão à caça dos neo-gambozinos, que a polícia em Espanha já emitiu recomendações (que não andem à caça enquanto conduzem, que não ponham a vida própria nem a alheia em risco), que há parques e jardins congestionados, tudo de telemóvel em punho a ver se os conseguem apanhar. Sei lá.

E eu nem aí. Claro que me interrogo sobre a minha natureza: como é que tanta coisa que leva ao êxtase qualquer vulgar mortal a mim me deixa completamente indiferente?

Nunca li nem vi nenhum Harry Potter, não sei nada do que é moda, nunca quis ter um iPhone, nunca andei a ouvir música com auscultadores nos ouvidos enquanto caminhava ou trabalhava, não sei de que fala grande parte das pessoas. Não tenho conta de Facebook ou de Twitter nem Instagram, nem tenho o CV no LinkedIn apesar de toda a gente que conheço o ter e de todos os dias receber convites nem sei para quê, creio que para fazer parte da rede de amigos ou de contactos. A verdade é que nada disso me interessa e já me bastam as coisas que tenho que gramar sem me interessarem, era o que faltava que me fosse forçar a qualquer coisa desse tipo sem ser obrigada.


Parte deste mundo em que se socializa via internet de uma forma que me parece meio fútil me é estranho e indiferente. Nunca senti qualquer falta disso. Muito menos, acho graça a jogos que levam as pessoas a infantilizar-se. Aliás, não gosto de jogos de qualquer tipo (excepto para aí de um ou dois tipos mas esses, agora, não são para aqui chamados).

Pode acontecer que essas 'cenas' das redes sociais ou desses jogos sejam boas para pessoas solitárias ou que vivem em lugares recônditos em que pouco contacto há ou onde a possibilidade de se conhecer gente nova é mínima. Não é o meu caso. Conheço gente que não acaba e tomara eu que não peguem no meu pé. 

Por isso, pode ser que sim, que seja giro, o máximo, fantástico, super, e que tudo isso seja dito com voz de tia, supé-tia, e que tudo tenha montes de piada.... que eu, no meu íntimo, fico a pensar que sim, tabém, que vão mas é dar banho ao cão.

Mas, lá está, não tomem isto com censura para os que são diferentes de mim. Nada disso. Sei bem que a verdade é dura mas que tenho que a aceitar: eu é que não sou normal. Ponto.

Normais são estas pessoas aqui abaixo:


Pokemon Go - Rare Vaporeon Monster (Craze in Central Park)



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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma terça-feira muito feliz.
Saúde e alegria para todos.

...

4 comentários:

Pôr do Sol disse...

Não deixo de reconhecer algum valor aos criadores destes jogos, mas daí a enlouquecer adultos, tambem não compreendo.

Adeus Mundo, cada vez pior, já dizia minha Avó

Um Jeito Manso disse...

Olá Pôr do Sol,

Dantes eram os totós que caíam na esparrela de saírem por aí a ver se descobriam gambozinos. Agora parece que virou moda ser totó. Só visto.

Mas lá está: às tantas estou a ficar é velha... Será...?

Beijinhos, Sol Nascente!

bea disse...

Só no fim de semana soube que o jogo existia. Mas nem liguei ao que, parece, muita gente liga. Os jogos palermas viraram moda. Foi o mesmo com a quinta, pessoas que não têm paciência para ter um gato ou mesmo galinhas a sério, carne e osso, levantavam-se de madrugada para tratar da sua quinta virtual. Não me apetece falar sobre isto, é desperdício de tempo.
Um bom dia de calor

P. disse...

Olá UJM,
Achei um piadão a este seu Post! E subscrevo inteiramente aquilo que refere e me permito transcrever - comungo inteiramente dessa suas palavras: “Nunca li nem vi nenhum Harry Potter, não sei nada do que é moda, nunca quis ter um iPhone, nunca andei a ouvir música com auscultadores nos ouvidos enquanto caminhava ou trabalhava, não sei de que fala grande parte das pessoas. Não tenho conta de Facebook ou de Twitter nem Instagram, nem tenho o CV no LinkedIn apesar de toda a gente que conheço o ter e de todos os dias receber convites nem sei para quê, creio que para fazer parte da rede de amigos ou de contactos. A verdade é que nada disso me interessa e já me bastam as coisas que tenho que gramar sem me interessarem, era o que faltava que me fosse forçar a qualquer coisa desse tipo sem ser obrigada (…)Parte deste mundo em que se socializa via internet de uma forma que me parece meio fútil me é estranho e indiferente. Nunca senti qualquer falta disso. Muito menos, acho graça a jogos que levam as pessoas a infantilizar-se. Aliás, não gosto de jogos de qualquer tipo (excepto para aí de um ou dois tipos mas esses, agora, não são para aqui chamados)… vão mas é dar banho ao cão.”
Ainda não tinha percebido do bem o que era esta parvalheira, mas hoje fiquei com uma pequena ideia, ao ler que sobretudo quando um atrasado mental deixara um emprego para ir procurar um gambozino desses! Estou em crer que só mesmo pessoas com um nível intelectual muito baixo, perto do zero, o que nada tem a ver com as suas condições sociais, mas interesses culturais, podem vir a interessar-se por tamanha imbecilidade. Depois de ler isto, um tipo pergunta se o Mundo está a ficar estúpido, ou se se trata apenas de um conjunto de patetas com serrim na cabeça que aderem a estas fantasias idiotas.
P.Rufino