terça-feira, fevereiro 09, 2016

Alô, alô Miguel Sousa Tavares! Eu trabalho numa empresa privada e amanhã, terça-feira de Carnaval, também não trabalho. Apre, MST, que já mal o consigo distinguir do outro, do João Miguel Tavares. Tanto facciosismo e demagogia é para manter o emprego na SIC ou está virado do avesso? Olhe, sabe que mais? Já não o consigo ouvir! E, como deixei de comprar o Expresso, também já não o leio. Vai por bom caminho, vai.


Chegada a casa mais cedo do que é costume, pus-me a ver as notícias. Mas já não estou: ou é futebol ou comentadores a eito. Não se aguenta.

Estava a ver o Miguel Sousa Tavares, na SIC, que falava como se tivesse estado a estudar o Orçamento de Estado e já fosse escolado em Finanças Públicas. Ora, do que ele diz, percebe-se que não deu sequer o primeiro passo: não sabe o que é um orçamento. Um orçamento não é um exercício de divinação: um orçamento é um exercício conjugado de objectivos que se tentam alcançar e que respeita os constrangimentos a que não se consegue fugir.


Quando faço um orçamento (na empresa privada onde trabalho) sinto muitas vezes que me estou a atirar para fora de pé. Mas, se eu quero lá chegar, cabe-me, durante o ano, fazer o que estiver ao meu alcance para o conseguir. Um objectivo é optimista, ambicioso? Ainda bem. Gente medrosa, com medo de falhar, faz orçamentos conservadores. Além do mais, as variáveis interagem umas sobre as outras (por isso são variáveis) e o evoluir favorável ou desfavorável de uma, por inércia, induz efeito sobre as outras. Mas para isso também há gente responsável que age em função dos acontecimentos, podendo agir para anular ou empolar o efeito, consoante o que se pretenda. Ora ouço as maiores boçalidades sobre o Orçamento como se o orçamento fosse a transposição para papel de informações do tarot e como se o Costa, o Centeno ou outros alterassem as ditas informações recebidas quiçá da Maya ou da taróloga Maria Helena. 

Haja paciência.

Mas o que me tirou ainda mais do sério foi quando o Miguel Sousa Tavares (outro que tem mostrado que faz de tudo para manter o lugar de comentador), num afã de dizer mal do Governo, se virou contra a pretensa protecção agora dada aos funcionários públicos, chegando ao populismo de se se virar para o Rodrigo Guedes de Carvalho e perguntar-lhe se, na SIC, lhe tinham dado folga por ser Carnaval. Claro que o outro respondeu que não. Então, o sempre-enfadado Miguel rejubilou com o brilhantismo da argumentação: ora se a SIC não fecha para Carnaval como podem os funcionários públicos não trabalhar?

Claro que, com esta anormalidade, desliguei a televisão. Há uma característica comum nesta chusma de comntadeiros: ou julgam que estão a falar para gente burra ou, então, são eles que não devem muito à inteligência. 

Mas agora aqui estou para dizer umas coisinhas ao cagão do MST, e vou dizer devagarinho.

1. Nas empresas privadas que deram tolerância de ponto no dia de Carnaval, mantêm-se a trabalhar as pessoas que têm que manter as instalações a laborar, nomeadamente em instalações fabris em regime contínuo, por exemplo. Mas, de todas as que conheço e que, por sorte, são geridas por gente com dois dedos de testa, foi dada tolerância a quem, não trabalhando, não prejudica a missão e os resultados da empresa. 

2. Contudo, nos hospitais privados e públicos mantêm-se a trabalhar os que exercem funções necessárias ao funcionamento regular dos serviços -- e, em alguns casos, também as funções administrativas. 

3. Os polícias devem também manter-se em funções e não é por serem funcionários públicos mas, também, pela natureza das suas funções.

4. Da mesma forma, quem trabalha nos centros comerciais  trabalhará porque é bem capaz de ser dia forte de consumo -- e é por isso que trabalham. Mas, provavelmente, quem trabalha nos escritórios não trabalha.

5. E no Brasil? E em Veneza? Achará o catavento Miguel Sousa Tavares que os governos brasileiros ou italiano dão tolerância às populações porque são parvos? Ou porque o longo braço do Costa chega até lá?

Ou será porque é bom para os respectivos países?

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Ou seja, não é por serem privadas ou públicas que as organizações dão tolerância aos trabalhadoras no Carnaval.

Dão-no porque, não se tratando de funções nevrálgicas, não é um dia que faz a diferença na produtividade das organizações. Isso está previsto desde o início e a planificação das actividades tem isso em consideração.

Dão-no porque toda a gente tem direito ao descanso, à diversão, à comemoração de festividades.

Dão-no porque a actividade económica pode ser mais estimulada com um dia de festejos do que num dia normal.

Dão-no porque, por todo o lado, o Carnaval é um dia de descompressão (menos do que devia ser, porque está cada vez mais formatado) e momentos assim são saudáveis nas sociedades. 

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Em tempos, Miguel Sousa Tavares era uma presença interessante na televisão. Agora é um maçador, um demagogo, um enjoado que dá sono, que não acrescenta informação ao telespectador nem valor a quem o contrata. Lamento dizê-lo com esta frontalidade mas é o que penso.


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Entretanto, umas horas depois de ter publicado o post, recebi por mail a referência a um esquecimento meu. Não me esqueci mas achei que o texto já ia longo e que talvez o mal esteja nele mesmo e não que tenha resultado de um processo de osmose. De qualquer forma, transcrevo:
(...) não mencionando, se li bem, que o fulano dorme com uma das maiores TRAULITEIRAS  PAF, e que portanto, é difícil alguém abster-se de influências de coito. O resto vem por arrasto... (arrasto de chinelas de quarto).
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Moral da história: ou as televisões, por alguma epifania, percebem que estão a intoxicar a opinião pública e que esta começa a rejeitar tanta manipulação e estupidez e mudam de direcção, ou, se persistem, é bom que as gentes das esquerdas abram os olhos e passem à acção. Para investir num novo órgão de comunicação social que contrarie a contra-informação que está a ser enfiada pela goela abaixo dos portugueses não é preciso ser de esquerda, é apenas preciso ter olho para o negócio. Mercado é o que não vai faltar.


E o que há a fazer não passa apenas por haver um espaço livre em que a informação seja limpa e o entretenimento não estupidificante: o Governo tem que perceber que há um problema sério a nível de desinformação levada massivamente a cabo pelos caceteiros do PSD e CDS e que, como tal, tem que ser combatido. E o combate tem que ser enérgico e levado a cabo com profissionalismo e criatividade, taco a taco. Tem que ser dada atenção à Comunicação e o mais rapidamente possível e, read my lips, isso não está a acontecer. 

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela terça feira de Carnaval.

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4 comentários:

FIRME disse...

A XIQUE,começa a ser "INTRAGÁVEL"...É um entrudo ridículo.Bom Dia U.J.M !

Anónimo disse...

Só agora UJM deu conta do nobre opinoso cagão enfatuado mst? Pois, olhe, que já lá vão vários anos que mst anda a botar opinião que, pouco a pouco, lenta mas bem urdidamente, tendem sempre para desaguar no pior retrogradisno bafiento.
Vem desde o tempo de Sócrates e dos "charutos" que S.Exma. persona mst queria fumar a seu belo prazer exclusivo e que por arrasto, enquanto fumava deliciado o seu charuto, queria desfrutar das vistas do Rio Tejo e, por conseguinte, era total e brutalmente contra os contentores no cais o imprdiam de gozar seus prazeres pessoais.
Começou por essas alturas pois, foi nesse tempo quando havia uma forte visão de desenvolvimento pensado e estruturado para o país que, eminências pardas parvas, perversas, politicamente incompetentes, surgiram com toda força do seu verbo televisivo e jornaleirismo avençado, a quem o poder da altura não tinha ido ao beija mão consultar sua divina opinião, surgiram dizia várias donas personas com direitos adquiridos nas mentes nacionais a destruir o quem avançava com tal arrojado projecto sem consultar tais donas primas.
Foram os mst, os pachecos, os pulidos valentaços, os graças mouras e toda uma caterva discípulos que seguiam esta pandilha de mestres da opinião destrutiva.
Como diz o Pita, já não se pode ler jornais nem ver TV porque logo aparece o fedor destes gatos fedorentos ainda piores que os ditos.
jose neves

Anónimo disse...

Eu também era dos que ia lendo o MST, mas a certa altura já me metia nojo ( em qualquer sentido que se queira dar). Não o ouvi ontem, mas depois de ler este post, fico ainda com mais vontade de o mandar para a caça (sim, ao que sei o homem diverte-se com isso...). Ele que se diz tão estudioso não conseguiu chegar ao ponto de ter verificado que a maior parte dos Contratos Coletivos (ou outras formas de organização do trabalho) já prevêem o dia de Carnaval como feriado?
Como diz o povo: "diz-me com quem andas (ou dormes...), dir-te-ei quem és..."

Anónimo disse...

Boa anonimo "diz-me com quem ..... "