Pois é: se as sondagens não estiverem completamente erradas, arriscamo-nos mesmo a ter Marcelo Rebelo de Sousa como presidente. Como comentador, que é naquilo que é bom (e talvez como professor), Marcelo tem graça, é rápido na argumentação, tem olho vivo, boa memória, sabe cativar a atenção. Mas, como político, Marcelo é vazio ou pouco mais que isso. É fraquinho, diz banalidades, oscila ao sabor do vento, tem um síndroma qualquer que o leva a querer agradar de qualquer maneira.
Com um governo forte e sem circunstâncias adversas, ao Presidente não se exigirá muito e, aí, Marcelo deve estar bem -- deve aparecer no seu papel didáctico, simpático, bem disposto, provavelmente vai andar pelo país a distribuir graças e simpatias a rodos. O pior é se há alguma crise. Aí, cá para mim, vai ensarilhar-se nos cenários que vai desenhar, vai para um lado e, no minuto seguinte, para outro e, não tardará, o caldo estaria entornado.
No debate, o que vi foi confrangedor: força-se a aparecer a sorrir e então sorri a despropósito, quer ser o rei da simpatia e pede desculpa aos outros por terem menos tempo para falar (como se fosse ele o moderador), desculpa-se de forma infantil não querendo assumir as responsabilidades pelas decisões do PSD quando estava à sua frente, alegando que, nos casos referidos, tinha sido vencido pelos seus correlegionários. Patético.
Quando lhe perguntaram se a mentira pode ser justificável, ele que tem no seu CV algumas mentiras de peso, saíu-se com uma resposta igualmente infantil, remetendo a justificação para algumas mentiras para situações de caridade para com moribundos.
Na verdade, ao longo do debate, tal como ao longo da campanha, não se consegue perceber qual vai ser a sua pedra de toque, não se percebe qual a sua ideia para o País. Quando algum dos seus colegas de debate tinha alguma intervenção mais marcante via-se no seu semblante alguma inveja disfarçada com um sorriso amarelo, como se tivesse pena de não ter ele tido aquela ideia. Mas, sempre que lhe foi dada oportunidade para falar a seguir a alguma dessas situações, logo se apressou a colar-se.
Portanto, para a decepcionante intervenção de Marcelo no debate, talvez um 6.
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