quinta-feira, dezembro 17, 2015

O que é o amor? Como ser feliz? Como ser bonita?


Estive a ver as listas 'mais' do motor de busca da Google em Portugal, ao longo de 2015, e fiquei como boi para palácio. Na maior parte das vezes não sabia do que se tratava (Desafio Final, Agario, etc), de quem se tratava (Maria Zamora, Sofia Ribeiro, por exemplo) e, no caso das questões que as pessoas escrevem, embora perceba o significado, fiquei admiradíssima. 


A mim não me passaria ir ao Google e escrever 'O que é o amor?' ou 'Como ser feliz?' ou, ainda, 'Como ser bonita?'- e, no entanto, foram estas algumas das questões mais colocadas.

Mas, porque se constata que, de facto, é isto que mais desperta a curiosidade dos portugueses, vou ousar responder e faço-o na convicção de que sei o que é o amor e de que, pelo menos com frequência, me sinto feliz. Quanto a ser bonita, aí já não sei bem o que dizer pois, cá para mim, ou se é ou não se é; ou melhor, ou uma pessoa nem pensa nisso e se sente bem como está... ou chapéu. Mas, enfim, vamos lá.


O que é ao amor?




Em minha opinião, amor é aquilo que a gente sente quando se sente bem ao pé de uma pessoa, quando sente saudades se não estiver junto dela, quando dava tudo para poder estar todos os dias com ela, quando, estando, sente vontade de lhe contar coisas, de saber coisas, de a olhar nos olhos, sente vontade de se aproximar, sente vontade de a tocar, sente vontade de a abraçar. E, quando está longe, pensa mil vezes que dava tudo para poder abraçá-la. E quase que vive como se, em silêncio, lhe estivesse sempre a contar coisas, e tivesse vontade de partilhar com ela tudo o que de bom vive e vê e ouve e lê. E, quando está perto, tem vontade de se rir, tem vontade de a beijar, tem vontade de se sentir amada, tem vontade de se sentir desejada. E tem vontade de lhe oferecer coisas e de também receber atenções, afagos, gestos, beijos, carícias, e tem vontade de fazer projectos ou de acreditar que se hão-de, um dia, concretizar. E tem vontade de a levar para junto dos amigos e da família e quer sentir que a outra pessoa também a quer saber apreciada pelos amigos e tem vontade de falar dela a toda a hora.

O amor é bom. O amor só faz sentido se for bom, se nos fizer sentir bem, se nos fizer sentir um fremitozinho bom na barriga, um apertozinho gostoso no coração. O amor é tudo isso. E mais. Muito mais. Tanto que não cabe em palavras.


Claro que há também o amor maternal (que é absoluto e incondicional), e o amor filial, e o fraternal, e o amor por animais, etc. Tantos amores.

Sem-abrigo dorme encostado ao seu cão:
uma ternura, um amor muito grande, sem dúvida.

Mas penso que, quem vai ao google e escreve aquela pergunta, anda mais à procura do amor romântico, apaixonado, do que dos outros tipos de amor - e, por isso, fico-me por aqui.


Como ser feliz?



Já aqui o escrevi e ainda há pouco tempo falei dessa forma de vida dinamarquesa que os torna o povo mais feliz do mundo: o hygge, o prazer das pequenas coisas na companhia daqueles junto de quem nos sentimos bem.

Para mim a felicidade alcança-se quando nos sentimos livres (e isto, para mim, talvez seja a primeira condição), quando nos sentimos agradecidos, quando sentimos que estamos em paz connosco e com os outros, quando nos sentimos disponíveis para aceitar sem condições e apreciar o que nos é dado presenciar ou viver - e pode ser um céu azul, uma flor escandalosa de tão bela, uma árvore de onde saem chilreios e que dá uma sombra acolhedora, um rio largo, um pássaro que brinca na relva, uma gaivota que dança no ar, uma criança que descobre o mundo ou um casal que se abraça, tomar um chá quente e saboroso, ler um bom livro, ver um filme que nos envolve, estarmos deitados na relva de um jardim ou numa rocha junto ao mar, apanhar sol na pele nua, ouvir a chuva, estarmos sentados numa esplanada a ver quem passa, sorrir para alguém, receber o afecto de uma pessoa, de um cão (ou de outro animal de estimação), merecer a confiança de outra pessoa, escrever, sentir o retorno de quem nos lê, recordar bons momentos, imaginar alegrias futuras, caminhar num bosque, num jardim, numa praia, estar nos braços de quem se ama, respirar um ar fresco com cheiro a maresia, contemplar uma cidade bela demais. E, quem tem filhos e netos, saber que estão bem, estar com eles, vê-los felizes. E tantas, e tantas outras coisas que nos fazem sentir felizes. 



Como ser bonita?


Nisto, eu acho que o que torna uma mulher mais atraente é o sentir-se segura. Ou nem isso, talvez sentir que, querendo, conseguirá agradar. Ou talvez não se preocupar muito com isso. Não sei o que dizer aqui. Talvez que, como no amor ou na felicidade, o principal seja tirar o peso de cima, não racionalizar demais, deixar que a leveza nos leve, não nos preocuparmos com insignificâncias, acreditar que o que for soará e que há sempre alguém, algures, para nos amar, para nos fazer felizes, para nos fazer sentir bonitas.

E, portanto, não sabendo o que dissertar sobre o tema (porque acho que não é a maquilhagem, o corte de cabelo, as marcas ou tipos de roupa ou os sapatos que farão milagres - embora um mix acertado de tudo isto possa produzir impressionantes efeitos) passo aos exemplos.

As meninas do vídeo abaixo, os Anjos da Victoria Secret são das mulheres mais belas do mundo mas têm, também, graça, descontração, charme, alegria - e isso ajuda muito nesta coisa da beleza feminina. 

O vídeo foi divulgado há poucos dias e é relativo à época festiva - Victoria’s Secret Holiday 2015. 


Porque se trata de publicidade a roupa interior feminina, a sua apresentação reza assim:

The greatest gift of all is love, but some stunning lingerie never hurts. 

(Confirmo)

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O pior é quando as anjinhas se põem elas a cantar... Ui, até dói...

Mas, vá lá, acho que a gente lhes perdoa (mas é só porque nos fazem rir).
E a nossa Sarita não vai nada mal.

Victoria’s Secret Angels cantam 12 Days of Christmas



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E há a felicidade suprema de uma mulher livre que se sente bela, que muito ama e se sente amada -- e que faz o que quer, como quer, onde quer, com quem quer, porque quer.

Trouble in Paradise


Com a surreal e por aqui muito apreciada Dame Vivienne Westwood (74 anos) e o seu marido Andreas Kronthaler (49 anos) fazendo de Eva e Adão -- com muito amor e muito humor, a favor de uma grande causa: a sustentabilidade do planeta.



Ganda maluca! Esta é cá das minhas.

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Quanto às outras questões, como por exemplo, 'o que é papel comercial?', ' o que é o Paypal' ou 'o que é o Uber?' agora não me está a apetecer responder. São temas chatos: outra pessoa que se chegue à frente que eu sou mais dada a frescuras.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quinta-feira.
Sintam-se belos, amados e felizes -- está bem?

(Nisto da felicidade, se acharem que não têm muitas razões para se sentirem felizes, pensem que acabou a coligação dos PàFs, que o Láparo já correu com o Portas e que não tarda o Rio corre com o Passos e, não tarda, também, alguém há-de correr com o Portas e, de limpeza em limpeza, talvez o ar em Portugal se torne mais respirável --- e isto são boas notícias. É caso, até, meus Caros, para fazermos uma party)


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6 comentários:

Rosa Pinto disse...

Bom como já nos habituou. Este blog é de leitura diária pelo prazer que dá. Parabéns.

André disse...

Ah! Eu sei o que é o Agario! Quanto à Maria Zamora, não faço ideia. Será que devo pesquisar? Abraço.

Anónimo disse...

Permita-me dizer-lhe que no seu texto descreveu o que é a paixão, e não o que é o amor, pelo menos é o que me parece.
O amor é algo mais sólido, acho. Na verdade eu não sei o que é o amor, sei apenas o que ele devia ser: 'Uma mistura de paixão e amizade. Muito de ambos'. :-)

E é sempre um prazer lê-la. Porque gosto, e porque temos tantas coisas em comum.

Lurdes

Anónimo disse...

Torço sempre o nariz à felicidade dos dinamarqueses. Não percebo a morte de animais em publico, em zoos, por exemplo. A girafa Marius...
E os conhecidos bordeis de animais tão conhecidos na Dinamarca...
Para a Dinamarca é - Não Like.

Para si... muitos likes, claro!

Lurdes (again)

Um Jeito Manso disse...

Olá Lurdes,

Agora fiquei a pensar... será? Será que descrevi a paixão e não o amor? Ou serei eu que só conheço o amor-apaixonado? Não sei. Para mim o amor é este empolgamento, esta coisa de querer sempre tudo e mais e, ao mesmo tempo, aceitar, dar, receber. Afinal já sou casada há tantos mil anos que, se calhar, deveria descrever um amor mais sossegado... Ainda hoje um colega meu se referia à mulher como 'a minha melhor amiga' o que me fez rir imenso. A mim nunca me passaria pela cabeça achar que o meu marido é o meu melhor amigo - porque, apesar de ser muito meu amigo, está num outro patamar, é outra coisa.

Mas, olhe, deixou-me a pensar.

PS: E também me deixou a pensar com aquilo das girafas e da frieza com que matam os animais. Nem me tinha lembrado disso, tem razão. Bolas, Lurdes, agora que eu queria ir ler e dormir descansada, deixou-me aqui cheia de dúvidas... Isso faz-se...?

:)

Um abraço! E obrigada!

Anónimo disse...

Olá UJM, às tantas ontem à noite fui um bocadinho excessiva. :-)
Ainda bem que o seu amor de trinta mil anos é assim, desassossegado, inquieto e apaixonado. Ainda bem, que bom.
Eu Também tenho um amor com alguns milhares de anos, trinta e tal mil também (:-)), e já vivi com ele uma fase de paixão daquelas em que parece que estamos em estado de graça, quando andamos na rua e parece que os nossos pés vão no ar (risos) sem pisar o chão. Essa fase em que queremos estar sempre com a pessoa e quando o telefone toca ficamos logo em sobressalto etc etc. Agora não sinto nada disso. Não tenho duvida que o amo e quero viver com ele e ter as minhas noites ainda muito loucas com ele. Mas não estou apaixonada, estou na minha calma e com toda a descontração. Tenho uma amiga que diz que a paixão acaba quando nos habituamos a ver o outro sentado numa sanita (nem é preciso chegar a tanto, a bem dizer...). E eu concordo!
A paixão é uma fase que passa depressa, embora seja dos melhores 'estados' da nossa vida.
Estou para aqui a divagar nem sei porquê, UJM. Desculpe o relambório sim?

Um abraço e bom fim de semana.
Lurdes