No post abaixo falei e mostrei um vídeo com as sessões fotográficas do calendário Pirelli 2016 e, num outro, mais abaixo ainda, mostrei a Maitê Proença a cumprir a promessa de se pôr nua em público se o seu Botafogo conseguisse uma certa proeza.
Portanto, quem estiver mais virado para mulheres fantásticas ou inspiradores e para stripteases, pode já saltar daqui para as mulheres Pirelli e depois para a nudez frontal da Maitê.
Aqui, agora, é de jornalismo que vou falar. E falo com o à vontade dos ignorantes na matéria: apenas conheço o jornalismo pelo lado do consumidor.
Na segunda-feira, enquanto me desloquei de carro, fui ouvindo nas notícias que António Costa não tinha discursado na Cimeira do Clima e que a culpa era do outro governo e os do outro governo a dizerem que tinham feito o que era preciso -- e os jornalistas pespegados àquele grande tema, como se fosse um drama ou como se os ouvintes achassem que isso era, sequer, tema. No meio de cento e tal discursos, alguém vai prestar atenção a isso? E, se alguém prestar, não vai ter em consideração que António Costa tomou posse há dois ou três dias úteis? E não se passou nada de importante naquele encontro para que tivesse passado praticamente em branco e todo o relevo tivesse sido dado a esse insignificante episódio paroquial?
E depois que António Costa disse que Portugal e a Turquia eram membros fundadores e trocou 1949 com 1959. Outra festa. Todos a falarem do lapso como se o homem tivesse dito que a rainha de Inglaterra se chamava Cavaco Silva.
E ouvi na rádio e vi nos jornais online. Provavelmente na televisão terá sido a mesma coisa.
E a isto eu chamo um jornalismo de meia tigela.
Só se interessam pela rasteira, pela escorregadela, por alguém que tropeça, por alguém que tem um cabelo fora do sítio. Tudo o que é importante no mundo seja a que nível for, seja a nível de ciência, de arte, de verdadeira política, seja do que for, lhes passa ao lado. Os jornalistas hoje, por cá, empolam a trica, a pequena briga, a trampolinice, a gaiteirice, a coscuvilhice. Os jornalistas destroem o jornalismo, matam o interesse do público em ouvir e ler o que dizem.
E a isto eu chamo um jornalismo de meia tigela.
Só se interessam pela rasteira, pela escorregadela, por alguém que tropeça, por alguém que tem um cabelo fora do sítio. Tudo o que é importante no mundo seja a que nível for, seja a nível de ciência, de arte, de verdadeira política, seja do que for, lhes passa ao lado. Os jornalistas hoje, por cá, empolam a trica, a pequena briga, a trampolinice, a gaiteirice, a coscuvilhice. Os jornalistas destroem o jornalismo, matam o interesse do público em ouvir e ler o que dizem.

Depois há a chusma de comentadores que invade as televisões e as rádios e os jornais: uma praga. Há gente boa que quase desaparece debaixo da avalancha que se está a tornar insuportável e que esmaga os jornalistas.

Leio cada vez mais sites de jornais ou revistas internacionais, blogs: opiniões fundamentadas de gente que sabe escrever, sabe divulgar, que pensa fora da caixa. Não procuro a cacafonia ou os coros organizados.
Sabe-se agora que mais umas dezenas de jornalistas, em Portugal, vão ficar sem emprego: o Sol e o i estão em desagregação. Tenho pena. Não gosto de saber que quem quer que seja fique desempregado.
A responsabilidade pelo jornalismo sem qualidade que se pratica em Portugal não será sobretudo dos jornalistas. Talvez seja de quem gere os órgãos de comunicação social. Mas alguém, sobretudo as pessoas que trabalham nesta área, vão ter que repensar qual o seu papel, qual o nível mínimo de qualidade a que devem obedecer, quais os níveis éticos a que deverão atender. Os jornalistas vão ter que perceber o que se espera deles: não é o lugar comum, não é a repetição ad nauseam do que todos dizem, não é o que convém a A ou a B. Os jornalistas vão ter que saber viver no mundo actual com todos os seus constrangimentos e, apesar disso, pensar pela sua cabeça.
Tal como um dia, talvez não distante, deixemos de ter bancos portugueses (como Vítor Bento previu e eu concordo que há esse risco), talvez um dia deixemos de ter órgãos de comunicação social portugueses - e isso não é nada bom. É certo que também já temos universidades que foram compradas por estrangeiros e que as grandes empresas estratégicas já estão praticamente todas nas mãos de estrangeiros. Se ainda estivéssemos a ser governados pelos infames PàFs talvez um dia acordássemos e Portugal, todo ele, já tivesse sido posto à venda num site de real state.
Tenho esperança que este Governo consiga inverter parte deste triste rumo. Mas, na comunicação social, já vai ser difícil travar a decadência acentuada a que estamos a assistir. Ou alguns dos jornalistas mais preparados, talvez alguns dos mais apaixonados pela profissão e mais aventureiros, se juntam e gizam um projecto inovador, arrojado, de grande qualidade, e encontram um grupo de empresários que suporte financeiramente a aventura ou vejo o cenário muito mal parado. E isso é mau para os jornalistas e para os portugueses.
Tenho esperança que este Governo consiga inverter parte deste triste rumo. Mas, na comunicação social, já vai ser difícil travar a decadência acentuada a que estamos a assistir. Ou alguns dos jornalistas mais preparados, talvez alguns dos mais apaixonados pela profissão e mais aventureiros, se juntam e gizam um projecto inovador, arrojado, de grande qualidade, e encontram um grupo de empresários que suporte financeiramente a aventura ou vejo o cenário muito mal parado. E isso é mau para os jornalistas e para os portugueses.
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[Os Tais Quais são Celina da Piedade, João Gil, Tim, Paulo Ribeiro, Vitorino, Sebastião, Serafim e Jorge Palma.]
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E permitam que vos recomende, em posts abaixo, o Calendário Pirelli 2016 ou o stripease da Maitê Proença. As mulheres estão em destaque, uma vez mais, no Um Jeito Manso.
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