quinta-feira, novembro 12, 2015

Enquanto o Cavaco anda, no sossego do lar, a ensaiar engolir sapos sem sedação e sem dar estrilho, e enquanto, nas calminhas, vai ouvindo um e outro a ver se empata a coisa, o Marcelo resolve fazer das dele e começou já a ouvir os parceiros e mais não sei o quê, nem sei se não vai convocar, ele, o Conselho de Estado. Entretanto, nas televisões há duelos a toda a hora entre os que acham que ainda bem e os outros que ainda não conseguem encarar a realidade e que destilam ódio, sofrimento e raivinhas


No post abaixo voei nas asas de mulheres que as têem a nascer-lhes nas costas ou nas mãos ou nos pés ou na voz ou na alma. Enquanto voava, estava, como ainda estou, a ouvir a televisão -- e tenho ouvido coisas do além. 

Agora estou a ouvir um debate por acaso interessante. Jorge Reis Novais, constitucionalista, está a dar um baile, mas um senhor baile, a um tal Tiago Duarte, parece que do mesmo ramo, (um daqueles em que o fácies não engana), um passarinho que, desasado, anda para ali a rodopiar e a pipilar face à argumentação sustentada e credível do primeiro.


Mas antes deste debate em que até aprendi com o Jorge Reis Novais, um homem que gosto de ouvir (é objectivo, claro, contido), o que já para aqui ouvi. Os pafiosos estão de cabeça perdida, agressivos, desatinados, parece que ainda não perceberam que, em democracia, as coisas funcionam assim, por votação. 

Agora, por exemplo, no noticiário, tenho na televisão o Portas: completamente desbragado, provocador. 

Esta gente parece que saíu de um outro regime qualquer, não de um regime democrático. 

Estão ameaçadores, quase a tenderem para o arruaceiro. E azeiteiros de má figura - é que, alguns, nem é parecerem uns marialvas desqualificados é, mesmo, não passarem de uns arrojas saídos do antigamente ou lá o que é. 


Ou o mau perder lhes passa quando assimilarem o que lhes aconteceu ou isto vai ser bonito, vai, trauliteirices a toda a hora. 

Ao Portas, então, parece que encarnou nele, outra vez, o espírito do Indy: todo ele é sound bites, parangonas, e dali só saem termos vulgares a tender até para o ordinário. Ainda agora gozava alarvemente com o fraco aumento das pensões, referindo-se a isso como sendo uma medida da geringonça. Foi este sujeito, que assim linguareja, vice-primeiro ministro do meu País? Custa a crer.


Ai! Então não é que agora estou a ver o Paulo Rangel, franzino e mal encarado, a lavar roupa suja no Parlamento Europeu...? Não posso crer no que estou a ver... Então foi para ali fazer queixinhas feito menino enfezado e birrento...? Que vergonha. 


É certo que a Marisa Matias e a Elisa Ferreira (esta falando em inglês, para toda a gente perceber bem) lhe deram uns valentes puxões de orelhas mas, caraças, fica a má impressão. 


Como é que do valoroso povo português sai gentinha desclassificada desta boa maneira? Que figurinha mais triste que aquele sujeitinho ali fez, credo. Alguém proiba aquele mal encarado de falar em público, se faz favor...!

E agora ouço que o Cavaco prossegue com a sua agendazinha, ora vai aqui, ora ali, ora vai almoçar, depois deve ir fazer a sesta com a sua Maria, esta quarta lá fez o frete de receber o Ferro, esta quinta vai falar com parceiros, e por aí anda, na boazinha, nas calminhas. Deve andar a engendrar forma de se livrar desta à papo-seco, sem indigitar o Costa, quiçá que a Nossa Senhora lhe apareça na sala e lhe faça um milagre. Isto só visto.

Enquanto isso, na prática, o País está, desde antes das eleições, sem Governo.
É certo que mais vale estar sem governo do que com o láparo a fazer das dele. Mas o pior é que o País não se compadece com um dolce fare niente destes. É que os pafientos, com a bênção do Cavaco, nem dançam nem saem da pista. 
A equipa dos orçamentos de Bruxelas está piursa, querem fazer as contas e falta-lhes o orçamento português. E daqui nem vai orçamento nem o Cavaco se sente com pressa em resolver o assunto. Ou seja, e dizendo de outra maneira: com esta tropa a descomandar o País, nem o pai morre nem a malta come a sopa. 

Não sei se é por causa das tosses, ouço que o Marcelo já anda, ele também, a fazer uma ronda de audições, até o vi a dar música àquele insuportável da UGT, agora nem me lembro do nome - Carlos qualquer coisa, acho eu.
Quando o Proença se foi embora, pensei que este ia ser melhor (também não era preciso muito) mas, afinal, vou ali e já venho: que sujeito mentalmente mais balofo, senhores. 
Mas dizia eu que o Marcelo anda numa fona - não sei se acha que, se o Cavaco fraquejar, alguém o chama a ele como presidente suplente. Age e fala como se já estivesse em funções ou mesmo à beirinha disso.

E agora vejo na televisão também a Maria de Belém - toda cautelinhas, toda ela bonequinha bem comportadinha, nem sim, nem sopas, antes pelo contrário: uma princesinha. Ao menos o Nóvoa e o Padre Edgar falam claro, pão pão, queijo, queijo, que empossariam o Costa, pois é claro.

Mas isto de candidatos está bonito, está. O melhor ainda é o Candidato Vieira. Com ele na presidência, não havia paf que levantasse cabelo. Mal o tentasse levava logo uma desanda à boae saudável maneira Vieirã.


Para quem o queira conhecer melhor, aqui deixo uma entrevista de vida ao grande Manuel João. 
Este, sim, é cá dos meus: um ganda maluco.

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Ora bolas! Estive a ver e ouvir tanta treta e agora li que o Mário Centeno esteve a dar uma entrevista ao Vítor Gonçalves. Como é que não vi? Chatice. Gostava de ter visto, gosto dele. É outra coisa. Para além de ser fofinho, ar de boa gente, é uma pessoa normal. Percebe-se o que diz, fala linguagem de gente e, apesar de lidar com números, não se esqueceu que isto da economia e finanças só faz sentido se as pessoas entrarem na equação. Parece pouco mas, parecendo que não, faz toda a diferença.


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As fotografias en rose sobre um céu in blue não têm nada a ver. São da autoria de Gaile Martinenaite e achei que tinham piada.

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E agora, se me permitem, deixem-se deslizar por aí abaixo para ver se conseguem boleia nas asas de alguma mulher.


4 comentários:

Silenciosamente ouvindo... disse...

Sabe amiga, eu neste momento estou mais inclinada para que
Cavaco Silva não vai dar posse ao Governo do PS.

Começa por receber hoje centrais patronais que não querem.

Vamos ver no que tudo isto vai dar, mas só a ferros ele empossará Costa.

Viu as imagens dele ontem com o Ferro Rodrigues? Que horror - para Cavaco -

ter ali Ferro Rodrigues como presidente da Assembleia da República.

Afinal em Portugal ainda há muita gente de direita.

Bjs.
Irene Alves

Anónimo disse...

Receio bem que possa suceder o que uma comentadora aqui refere, ou seja, a possibilidade de Cavaco poder recusar indigitar António Costa. É a menos plausível das hipóteses, mas “o manequim da Rua dos Fanqueiros” já nos habituou a muitas decisões inaceitáveis e até deixou passar as inúmeras inconstitucionalidades praticadas, deliberada e conscientemente, pelo governo deposto. O debate entre o Prof. Reis Novais, um grande constitucionalista e jurista, com o representante da Sociedade de Advogados PLMJ, o tal Tiago, cujos negócios com o Poder Político são conhecidos (dar-lhe-ei alguns exemplo por outra via) foi interessante e até esclarecedor. O dito Tiago é um pedante, convencido (talvez por pertencer à dita Sociedade “de interesses”), um menino “queque”, cuja argumentação consiste em dar argumentos a Cavaco para não dar posse a António Costa, de resto, em consonância com o que escreveu, ou disse, num jornal que hoje li (on-line). Esta questão é complexa. O Art.º 281º, nº 2, b) e f) da Constituição menciona que quer o Presidente da A.R (b) ou um décimo dos Deputados da A.R (f) podem requerer ao TC uma declaração de inconstitucionalidade e ilegalidade com força obrigatória geral. Ora, os Partidos de Esquerda rejeitaram o governo, nos termos do Art.º 180º, 2º, h). Mas, o Art.º 195º, b) diz que a demissão do governo depende da aceitação do PR do pedido de demissão do PM. E é aqui que a “porca torce o rabo”, visto que Cavaco pode não aceitar esse pedido de demissão de Passos e mantê-lo. E desta decisão não há recurso para o TC. Naturalmente, o PR pode também, ao recusar-se a dar posse ao governo de António Costa, invocar o Art.º 131º da Constituição e renunciar. Mas, conhecendo bem a figura, ninguém no seu bom senso admitirá essa possibilidade. Assim, ou nomeia Costa, ou “estamos fritos”. Só um novo PR, que não Marcelo, poderia então convidar António Costa a forma governo. Sobre Marcelo, numas declarações que dele ouvi e pela forma como se comporta e nada diz de concreto sobre o que faria, fica-me a impressão que é uma versão em “soft” do “manequim”. E Maria Belém uma outra versão em “soft” de…Marcelo. Que a Direita anda fora de si (Portas não passa de um tolo patológico) é um facto. Ainda outro dia, essa pitonisa da Direita, a Helena Matos, com aqueles comentários desbragados, comparava o nosso PCP ao regime da Coreia do Norte. Enfim, esta gente é de um primarismo político que mete dó. Mas, o problema para já chama-se Cavaco Silva – que em vez de actuar rapidamente como manda a urgência da situação política, vai para a Madeira, “em visita oficial”!
P.Rufino

Bmonteiro disse...

If...
If I were a politicion.
Sem qq animosidade para com Sexa o Exmo PR,
sem deixar de considerar a saída dos Quatro (ou três) Acordos, uma imbecilidade,
em vez de um claro Memorandum de entendimento assinado a quatro,
era capaz de preparar uma monobra para o pior:
Convocar um tribunal, para ajuizar de uma solução a-constitucional de Sexa.
Um caso para o TC?

Rosa Pinto disse...

Será possível que isto esteja a acontecer neste país. Protela.se uma decisão. Muda.se uma lei. Ora bolas..