A maior parte de quem me lê já não deve estar de férias mas eu, ó senhores, ainda estou e que bem me estão a saber. Não serão umas férias muito canónicas. Pelo meio vou ver o pai, vou ver a mãe, visitas familiares inadiáveis, compro coisas para levar a um, coisas para levar a outro, fico com uns meninos porque os pais vão para o Avante, vou para a praia com outros e com a mãe, respondo a mails, resmas deles, faço telefonemas pessoais e, claro, também profissionais (isto do trabalho estar disponível num telemóvel faz-nos estar sempre de serviço) e sei lá. Mas estou tão formatada para isto que não é com esforço que o faço. Sobretudo, pelo meio, visito sítios lindos, encanto-me, fotografo as maravilhas que se me deparam, sinto-me feliz com o que vou vivendo.
Daqui a nada já vos mostro os mares ocidentais de que, agora, estou por perto. E, se tiver tempo e paciência, ainda falo um pouco do PS, do António Costa e do do cara de pau e do ajudante de campo, o trauliteiro-mor.
Mas, antes, tenho que esclarecer aqui uma questão. Na sequência do que ontem falei a propósito de uma citação de Coco Chanel, não apenas em comentários mas, sobretudo, por mail me perguntam como corto eu o cabelo a mim própria. Ando sem tempo (ou sem vagar...) para responder a mails pessoais mas escrevo aqui e fica tudo explicado.
Quando era pequena queria ser cabeleireira. Sempre gostei de cortar cabelos e fazer penteados. Durante muito tempo, fazia eu as mises à minha mãe - e bem pequena devia eu ser.
Até à adolescência era eu que cortava o cabelo aos meus filhos e agora voltei a cortar o cabelo à minha filha. Ao meu marido também sou eu que corto o cabelo mas aí é fácil, máquina quase zero e o pouco cabelo que tem fica quase rapadinho.
Agora que, com o sol, está negro, um verdadeiro marroquino - e eu miseravelmente branca, como sempre... - fica mesmo bem assim com o cabelo.
E a mim também é limpinho. Até há tempo atrás, pelo menos uma ou duas vezes por ano ia ao cabeleireiro para um corte mais a preceito. Deixei-me disso. Saía de lá sempre feita 'senhora', muito penteada. Não dava. Gastava tempo e dinheiro para ficar desagradada. Antes de entrar em casa, no elevador, já eu ia a despentear-me só para não me desreconhecer no espelho do hall.
Acontece que tenho um cabelo forte e em quantidade. Portanto qualquer desacerto passa despercebido (acho eu).
Mas faço assim:
Mas faço assim:
- Começo por fazer um rabo de cavalo pois, ao fim de semana, gosto de o apanhar. Por isso, para ter a certeza que não o corto de modo a que não o consiga apanhar, é com ele apanhado que dou o corte de fundo.
- Uso uma tesoura grande de costura, para ter mais potência, digamos assim.
- Depois solto-o e, aí, já sei que o que vou cortar é apenas um escadeamento para que fique desestruturado, com movimento.
- Quando o apanhar, quando o corto curto, tenho que prender o que está escadeado com uns ganchinhos da cor do meu cabelo.
- Para o escadear, ponho a tesoura quase na vertical e tiro-lhe volume de cima para baixo.
- Claro que tenho cuidados: o cabelo fica (tentativamente) simétrico.
Volta e meia procedo a esta operação. Sempre que chego a casa farta e com vontade de arrumar um assunto, de deixar as coisas bem claras com alguém ou de mudar qualquer coisa, é certo e sabido que, ao chegar a casa, lá vai parte do cabelo ao ar.
Para o cortar, humedeço-o e depois de o cortar, lavo-o. Seco-o sempre ao ar, sem o pentear. Secador é coisa que nunca uso. Também não uso encaracoladores, alisadores, nada. Shampoo apenas e, volta e meia, uma máscara hidratante.
Nos dias em que não o lavo, obviamente penteio-o mas é na base de passar o pente e já está.
Depois tenho uma coisa: estou-me nas tintas para o que os outros acham ou deixem de achar acerca do meu aspecto, quero é sentir-me bem. Podia ter medo que o cabelo não ficasse bem ou muito direitinho ou quelque chose nessa base ou que gozassem - mas, palavra, é coisa que nem me ocorre.
Quando leio que, em matéria de cabelos, o que é cool é secar o cabelo ao ar e deixar que fique com os seus jeitos naturais, sorrio: afinal sou mesmo cool.
...
Então agora vou tratar de coisas mais sérias.
Até já.
..
1 comentário:
Engraçado.
A minha mãe, uma alentejana simples, tinha grande vaidade no seu cabelo. O cabelo era farto com bastante ondulação. Adorava que eu metesse a mão na tesoura e ficava bem bonita. Acho que herdei esse seu lado vaidoso. Gosto de um cabelo bem hidratado mas nada de esticadinho e certinho todo formatado. Para mim, um bonito cabelo carece de vida própria. Tem movimento. Em resumo - ando sempre despenteada!
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