quarta-feira, junho 24, 2015

O Pacheco Pereira e os demasiado lampeiros para serem sérios, o PS de António Costa, as sondagens, o Syriza, a UE, o euro, esta prisão absurda gerida por burocratas imbecis e desalmados --- e todo este mundo de incertezas e absurdos.


Meus Caros, no post abaixo falei das lágrimas que me cobriram os olhos perante o magnífico Pano de Cena pintado por Chagall para a Flauta Mágica e que está no CCB. No post a seguir falei da surpresa que tive ao ler um comentário que alguém muito especial para mim deixou no post sobre o Valverde Hotel de Lisboa.


Mas, agora, que entrem as valquírias!







É que, estando eu nesta boa onda, compreenderão que pouca vontade tenha para sujar os dedos com palavras sobre a forma cobarde e estúpida como os burocratas imbecis que governam a Europa estão a tratar a Grécia. Cobardes, estúpidos, desrespeitadores, acéfalos, broncos. E ainda gozam a pensar que ganham alguma coisa vergando um povo, um país. Gente parva, perigosa.

Compreenderão também que não tenha vontade nenhuma de falar deste PS tomado por maria-amélias que medem cada palavra com medo de que os tomem por perigosos radicais, gente acobardada que parece que só lhes falta andar de fralda, que não são capazes de dizer alto e bom som que governar não é desprezar o povo, não é impedir o desenvolvimento económico, não é amarrar gerações a uma dívida que parece um monstro de mil goelas. Compreenderão que já nem posso ver o António Costa incapaz de formar uma equipa credível, de gente desempoeirada, virada para o futuro, em vez de andar rodeado apenas por meia dúzia de gatos pingados a arrastar os pés como zombies.

Compreenderão que me custa à brava ver que tem que ser gente como o Pacheco Pereira a escrever coisas como Demasiado lampeiros para serem sérios 

(e uma vez mais agradeço ao Leitor que me enviou o artigo que eu, de outra forma, não teria lido que nem tempo tenho para passar os olhos, mesmo que apenas de relance, pelos jornais). Transcrevo a parte do texto que esse Leitor me enviou:

O PS ainda não percebeu em que filme é que está metido. Continuem com falinhas mansas, a fazer vénias para a Europa ver, a chamar “tontos” ao Syriza, a pedir quase por favor um atestado de respeitabilidade aos amigos do Governo, a andar a ver fábricas “inovadoras”, feiras de ovelhas e de fumeiro, a pedir certificados de bom comportamento a Marcelo e Marques Mendes, a fazer cartazes sem conteúdo — não têm melhor em que gastar dinheiro? — e vão longe.


Será que não percebem o que se está a passar? Enquanto ninguém disser na cara do senhor primeiro-ministro ou do homem “irrevogável” dos sete chapéus, ou das outras personagens menores, esta tão simples coisa: “O senhor está a mentir”, e aguentar-se à bronca, a oposição não vai a lado nenhum. Por uma razão muito simples: é que ele está mesmo a mentir e quem não se sente não é filho de boa gente. Mas para isso é preciso mandar pela borda fora os consultores de imagem e de marketing, os assessores, os conselheiros, a corte pomposa dos fiéis e deixar entrar uma lufada de ar fresco de indignação.


Compreenderão meus Caros como fico arreliada, e arreliada é apenas um suave eufemismo, por ter que ser uma pessoa do PSD a dar este abre-olhos ao António Costa.

É tarde e espera-me outro dia dos valentes pelo que tenho que estancar a minha indignação perante tudo isto. Mas a verdade é que fico passada com tudo isto, fico mesmo.



A União Europeia fede entregue a gente que toma decisões para ter votos nas eleições do seu país ao mesmo tempo que amarra os países menos desenvolvidos e mais vulneráveis a pactos incumpríveis e os impede de crescer ou de ter esperança numa vida melhor.

Portugal está entregue a uns Pafs ignorantes, manipuladores, gente incapaz que tem vendido o País ao desbarato, gente que já nem deveria poder sair à rua sem apanhar com grandoladas, gargalhadas, sapatos, tartes e sei lá que mais em cima -- e que, afinal, por aí andam lampeiros, a defecar de alto (pardon my french).

O PS, que tinha tudo para fazer uma oposição de pé em riste, anda armada em sei lá o quê, umas mariazinhas que parece que saíram da sacristia. Nem sei o que pense disto tudo. Ou o PS acorda para a vida e percebe que, se toda a gente acha que o Passos Coelho e o Portas não prestam, mas que, ainda assim, consideram votar neles, é porque não se revêem na forma como o PS está a actuar -- ou vamos ter o caldo entornado nas próximas eleições, ai vamos, vamos.

E enquanto a UE não começar a ter Chefes de Estado capazes, gente com visão, vamos continuar a ter cimeiras que só servem para enterrar cada vez mais o ideal europeu. O cherne foi-se embora mas o aquário ficou cheio de peixe podre. Caraças.

Vou pregar para outra freguesia que já estou farta desta cambada toda. Bolas para isto.




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As imagens mostram a Golden Valkyrie de Joana Vasconcelos. A música é (e desculpem por nem traduzir mas já mal consigo manter-me acordada): The Ride of the Valkyries from Wagner's Ring Cycle at the Met.

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Sem rever nada de nada e a escrever quase de olhos fechados e, portanto, antevendo que haja para aqui mais de mil gralhas, apresento desde já as minhas desculpas.

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E, se me permitem o conselho, desçam até aos dois post seguintes que contêm temas mais agradáveis.

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Desejo-vos, meus Caros leitores, uma bela quarta-feira.

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3 comentários:

jose neves disse...

Caro "jeito manso",
Penso eu que pacheco é um totalmente falhado político que nunca passou, nesse trabalho, de um lambecus de cavaco e apoiante da escola cavaquista plena de corruptos a troco de cadeirões dourados; o apoio ao cherne & cia era a troca para o cadeirão da OCDE em Paris que falhou porque o dito cherne foi colocado de serviço ao dono na Europa.
O nobre intelectual historiador senhor da maior biblioteca da marmeleira sempre foi apoiante de idiotas provincianos e atrazados intelectuais porque, penso eu, como pacóvios ignorantes, são os mais fáceis de seduzir pela lábia literária de pacheco.
Pacheco,´politicamente, está definido definitivamente com a sua visão do Iraque semeado de armas de destruição maciça que viu juntamente com durão, asnar, blair e busch. E, recentemente, com o seu extraordinário condoimento "benevolente" que esconde a formidavelmente perigosa "erínia" que transporta em si ao afirmar que é sua total convicção que Sócrates é corrupto e culpado, contudo não quer julgamentos por convicção; ou seja, não quer os julgamentos que ele próprio faz.
Este comportamento de pulha político é a sua natureza que o tem guindado a "ideólogo" ou "guia espiritual-político" de muita gente levada com a personagem, como agora me parece der o caso de "um jeito manso".
Pacheco vive desesperado porque o novo psd, feito de broncos, o despreza como político e tem medo dele como intelectual, vai daí o pacheco que já se apercebeu que, só por si, não "dobra" ou não consegue que "venha à mão" este psd quer que outrem com força capaz (o amigo da quadratura) faça o seu trabalho de vingança.
Até pode ter alguma razão nas críticas de moleza ao PS de Costa mas o que o faz correr é o derrube do passismo e sua substituição pelo "seu psd" e de rui, manela ou outro novo contabilista menor qualquer para voltar a ser senhor conselheiro importante e influente.
Pacheco tem as mãos manchadas de sangue no caso das "vacas loucas", cobertas e escorrendo sangue no caso do Iraque e foi/é contribuinte liquido para o estado a que o país chegou/está. Agora ensaia voltar ao seu velho radicalismo(ml), contudo, usando como sempre, os outros para fazerem o trabalho e depois arcarem com as consequências se corre mal e ele com os louros se corre bem; um verdadeiro artista, este pacheco.
Disse, mas, muito mais há para dizer.

Anónimo disse...

Por este andar, o Costa nem uma vitória de Pirro conseguirá. Estamos entregues à bicharada!
P.Rufino

Rosa Pinto disse...

Como se diz no alentejo - garganeiros. Super ambição pelo poder. Ah! Uns lobos maus! Obrigada.