domingo, maio 31, 2015

Jacarandás em Lisboa - tanta beleza, tanta perfeição nesta cidade tão maravilhosamente imperfeita [3º de 4 Posts]


Lisboa é uma cidade bonita todos os dias, bonita em todo o lado, bonita mesmo nas suas imperfeições, 
Por outro lado, é uma cidade imperfeita, que bom! Não é como Genebra ou Zurique, onde tudo é perfeitinho.
É um local incrível, com um império no passado, uma história extraordinária, uma arquitetura admirável de muitos períodos diferentes. Há exemplos tão bons dos anos 60 e 70 como do final do século XVIII. A cidade está cheia de textura, não se limita à arquitetura do final do século XIX, há também um formidável sentido de modernismo.

uma cidade variada, com casas novas, casas velhas, árvores enormes, cores suaves, flores, uma luz meridional, tranquilidade.

Quem por aqui me acompanha sabe deste meu amor, e se eu sou de amores intensos. 

Muitas vezes falo da beira do rio ou do Chiado ou dos miradouros ou dos museus ou dos jardins. Mas hoje é de jacarandás, essas imensas árvores, etéreas, luminosas, que vou falar. Falar, não. Mostrar.

Andar por uma avenida ladeada por estas árvores ou em que elas fazem um deslumbrante separador central é maravilhoso, o céu visto através de uma cortina rendilhada e lilás é maravilhoso, parece que caminhamos no meio de um sonho delicado.
















Uma beleza esta cidade onde os jacarandás florescem em fulgor e graça.


Quer dizer que ainda há muito que pode ser feito para melhorar?

Sim. E o mais importante é que não se deve renovar ao ponto de tudo ficar parecido com a Disneylândia. É preciso que continue a crescer erva entre a calçada portuguesa. Isso é importante porque revela personalidade, de outra forma é como se a cidade tivesse excesso de botox. Se as cidades sofrerem demasiada cirurgia plástica começam a ficar com uma personalidade diferente, perde-se a autenticidade. A razão pela qual Lisboa é assim é porque não há toneladas de dinheiro, nem tudo pode ser renovado, não se podem contratar os melhores arquitetos, o que é bom!


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O texto em itálico é um excerto da entrevista do Expresso a Tyle Brûlé, criador da Monocle, entrevista a que os jornalistas deram o título, justamente, de "Lisboa é imperfeita. Que bom"


Criou a revista "Wallpaper", em 1996, considerada a bíblia do design e arquitetura. Voltou a reinventar-se em 2007 com uma marca de media inovadora, a "Monocle", que passou a ditar tendências globais. Estatuto, qualidade de vida, reinvenção do luxo e das regras do mercado fazem dela uma revista e uma 'cultura' globalmente cobiçada. Tyler Brûlé é a "Monocle". E todos querem ver o mundo pelo seu monóculo.
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Lá em cima, a música de Erik Satie - Gnossienne nº 6 - Avec conviction et avec une tristesse rigoureuse

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E, se me permitem a sugestão, desçam, por favor, até ao post seguinte para verem um anjo silencioso que se atirou da Boca do Vento.

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