No post abaixo já falei das notícias que dão conta da fortuna que a família de José Sócrates tinha numa conta numa offshore e, supostamente, à pala da qual estão sob investigação no âmbito do Processo Monte Branco. Fiz as contas e retirei as minhas conclusões. (Os vasos comunicantes entre a investigação e o jornalismo linha branca continuam em grande estilo mas, enfim, nem foi sobre isso que falei).
Mais abaixo ainda, apresentei as minhas explicações aos Leitores que têm deixado comentários e que eu, mal agradecida, tenho deitado fora. E, em contrapartida, deixo-lhes um desafio.
Mas tudo isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra.
Desde que cheguei ao computador que estou com vontade de espairecer e tinha aqui uma na manga que era uma gracinha.
Mas pus-me a ver os comentários, a varrer alguns, a proceder à devida desinfestação e o tempo foi passando.
Quando agora, finalmente, vinha fazer o gosto ao dedo, dou uma espreitadela pelas notícias e toda eu sorri. Ah menino lindo!
Quando agora, finalmente, vinha fazer o gosto ao dedo, dou uma espreitadela pelas notícias e toda eu sorri. Ah menino lindo!
Mas, porque não há machado que corte a raiz ao pensamento, vamos com música, por favor.
E que vi eu?
Pois bem: um comunicado de José Sócrates ditado ao bacano do seu advogado, o Dr. João Araújo enviado à TSF e ao Público.
Li as palavras e o que me ocorreu foi que um lobo saído da noite uivou e uivou bem alto.
O que eu gostei de ler o que ele escreveu... E, também, o que eu gostei que ele o tivesse escrito!
Há quem os prefira mansarrões, cabeça baixa, sempre batendo com a mão no peito, sempre dizendo ámen, nunca levantando cabelo, sempre nas tábuas. Eu não. Eu gosto de gente que não se acobarda, que vai à luta, que se levanta, ergue a cabeça, olha sem medo, marra de frente. Assim, acho eu, são os líderes, os que têm carisma, os que sabem o que querem e não se deixam ficar pelo caminho.
Transcrevo pois, embora as suas inesperadas palavras estejam por todo o lado, não quero deixar de as ter aqui no Um Jeito Manso - embora preferisse que estivessem escritas sem respeitar o malfadado Acordo Ortográfico (mas, enfim, isso agora não interessa).
«Há cinco dias "fora do mundo", tomo agora consciência de que, como é habitual, as imputações e as "circunstâncias" devidamente selecionadas contra mim pela acusação ocupam os jornais e as televisões. Essas "fugas" de informação são crime. Contra a Justiça, é certo; mas também contra mim.
Não espero que os jornais, a quem elas aproveitam e ocupam, denunciem o crime e o quanto ele põe em causa os ditames da lealdade processual e os princípios do processo justo.
Por isso, será em legítima defesa que irei, conforme for entendendo, desmentir as falsidades lançadas sobre mim e responsabilizar os que as engendraram.
Defender-me-ei com as armas do Estado de Direito - são as únicas em que acredito. Este é um caso da Justiça e é com a Justiça Democrática que será resolvido.
Não tenho dúvidas que este caso tem também contornos políticos e sensibilizam-me as manifestações de solidariedade de tantos camaradas e amigos. Mas quero o que for político à margem deste debate. Este processo é comigo e só comigo. Qualquer envolvimento do Partido Socialista só me prejudicaria, prejudicaria o Partido e prejudicaria a Democracia.
Este processo só agora começou.
Évora, 26 de Novembro de 2014
José Sócrates»
O que eu gostei de ler o que ele escreveu... E, também, o que eu gostei que ele o tivesse escrito!
Há quem os prefira mansarrões, cabeça baixa, sempre batendo com a mão no peito, sempre dizendo ámen, nunca levantando cabelo, sempre nas tábuas. Eu não. Eu gosto de gente que não se acobarda, que vai à luta, que se levanta, ergue a cabeça, olha sem medo, marra de frente. Assim, acho eu, são os líderes, os que têm carisma, os que sabem o que querem e não se deixam ficar pelo caminho.
Transcrevo pois, embora as suas inesperadas palavras estejam por todo o lado, não quero deixar de as ter aqui no Um Jeito Manso - embora preferisse que estivessem escritas sem respeitar o malfadado Acordo Ortográfico (mas, enfim, isso agora não interessa).
«Há cinco dias "fora do mundo", tomo agora consciência de que, como é habitual, as imputações e as "circunstâncias" devidamente selecionadas contra mim pela acusação ocupam os jornais e as televisões. Essas "fugas" de informação são crime. Contra a Justiça, é certo; mas também contra mim.
Não espero que os jornais, a quem elas aproveitam e ocupam, denunciem o crime e o quanto ele põe em causa os ditames da lealdade processual e os princípios do processo justo.
Por isso, será em legítima defesa que irei, conforme for entendendo, desmentir as falsidades lançadas sobre mim e responsabilizar os que as engendraram.
A minha detenção para interrogatório foi um abuso e o espetáculo montado em torno dela uma infâmia; as imputações que me são dirigidas são absurdas, injustas e infundamentadas; a decisão de me colocar em prisão preventiva é injustificada e constitui uma humilhação gratuita.
Aqui está toda uma lição de vida: aqui está o verdadeiro poder - de prender e de libertar. Mas, em contrapartida, não raro a prepotência atraiçoa o prepotente.
Defender-me-ei com as armas do Estado de Direito - são as únicas em que acredito. Este é um caso da Justiça e é com a Justiça Democrática que será resolvido.
Não tenho dúvidas que este caso tem também contornos políticos e sensibilizam-me as manifestações de solidariedade de tantos camaradas e amigos. Mas quero o que for político à margem deste debate. Este processo é comigo e só comigo. Qualquer envolvimento do Partido Socialista só me prejudicaria, prejudicaria o Partido e prejudicaria a Democracia.
Este processo só agora começou.
Évora, 26 de Novembro de 2014
José Sócrates»
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Poderia eu agora pôr-me a tecer comentários às palavras de José Sócrates mas, dado que já passa e bem das 2 e meia da manhã, limito-me a partilhar convosco as palavras de Proença de Carvalho no programa Pares da República na TSF sobre a Detenção de José Sócrates.
Peço que ouçam. Peço que ouçam a comparação que ele faz com a Justiça antes do 25 de Abril, achando que regredimos. Proença de Carvalho não é socialista, não é soarista, não é um perigoso esquerdista, não é uma carpideira ou uma viúva de Sócrates. Muitas vezes me tenho referido a ele como uma eminência parda do regime mas, senhores, como gostei de o ouvir. Maria de Lurdes Rodrigues também fala, e fala muito bem mas, enfim, para os meus leitores mais cépticos pode não ser tão interessante, podem achar que não é isenta, que fala assim porque também passou por uma do além e porque foi ministra dele. Mas, então, ouçam, por favor, as palavras de Proença de Carvalho. Quem não tiver muito tempo, depois das suas palavras que vão mais ou menos até ao minuto 10 e picos (que são imperdíveis!), salte, por favor, ali para o minuto 18 e picos e deixe-se ficar a ouvir.
Carreguem aqui por favor e ouçam com atenção. As nossas opiniões são formadas com melhor conhecimento de causa quando ouvimos a opinião de quem sabe do que fala.
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A música lá em cima é Manuel Freire interpretando a Livre com letra de Carlos de Oliveira e música dele próprio. É acompanhado pelo mestre Fernando Alvim.
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Relembro: descendo há mais dois posts e eu tenho agora tanto sono que nem vos vou maçar a dizer sobre o que são.
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa quinta-feira.
1 comentário:
Porque é que isto não é noticia em poortugal?
http://www.lavanguardia.com/sucesos/20141126/54420758671/policia-ignoro-chivatazo-madeleine-mccann-arrojada-lago.html
http://www.mirror.co.uk/news/uk-news/madeleine-mccann-cops-ignored-tip-off-4688474#rlabs=1
a)Não convem alarmar o povo em momento tão importante e distraí-lo da campanha de desinformação em curso. uma noticia destas poderia descredibilizar profundamente o estado policial, oh perdão, de direito, que temos a felicidade de usufruir todos os dias.
b) Os media não querem ser prejudicados em materias de segredo de justiça. A sua agenda informativa está nas mãos das policias e magistraturas e com estes são colaborantes na manutenção do estado de direita, oh perdão, de direito.
c)Os media estrangeiros não têm qualidade e estão aquem do que é exigido pelos farois nacionais da liberdade de imprensa. A saber;
Eduardo Dâmaso, R.Costa, Felicia Cabrita, baldaia, etc...
SACADO DE UM COMENTÁRIO DO DERTERRORIST, NÃO CONVÊM DISTRAIR O POVO.
UM COMENTÁRIO A SEGUIR A ESTE, COM O MESMO NICK,É DO CROMO(A).
Ray Charles
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