Dantes comprava ou ofereciam-me carteiras de pele, caras, clássicas, convencionais. Tenho várias em tons de castanho, castanho amarelado, castanho avermelhado, outra em bordeaux acolchoada com asa em corrente dourada, várias em preto. Não havia outras.
Para tentar fugir a essa monotonia, arranjava por vezes, naquelas lojas mais étnicas, uns sacos bordados mas, claro, não podia usá-las em ambientes convencionais, para o trabalho, por exemplo.
Lembro-me bem de uma que adorava, que tinha quando andava na faculdade, uma grande em veludo de várias cores. Tantas vezes tentei voltar a encontrar uma outra assim mas sem sucesso.
Depois, há uns anos abriu uma loja que tinha artigos importados de sítios longínquos e comprei uma grande em pele (ou casca?) de bananeira, acho que era bananeira mas agora estou em dúvida, tem um pêlo raso, e com contas e missangas coloridas bordadas. Toda a gente se espantava com ela de tão exótica que era. Já caíram algumas contas, já não está muito boa, raramente a uso agora.
Nunca fui de gastar fortunas em carteiras ou sacos. Milhares de euros? É que nem pensar. Mesmo centenas de euros? Fora de questão. No entanto, as carteiras de pele de antes, forradas, de bolsos, tenho ideia que eram, em contos, o equivalente a isso. Um disparate.
Quando ia a Madrid, ia sempre a uma loja que tinha carteiras giríssimas, já coloridas e relativamente em conta. De lá trouxe as minhas primeiras carteiras com alguma graça, uma relativa novidade por cá (carteiras ou malas, como se queira chamar, já que eu não alinho no ortodoxo e limitado léxico das betas).
Até que, para minha alegria, chegaram a Parfois e a Misako e chegaram as cores e os modelos variados e os preços muito acessíveis. Agora são sempre assim, coloridas, alegres, as carteiras que uso. Tenho-as em rosa choque, em encarnado, em azul claro, em azulão, em amarelo cor de mel com um girassol em relevo (esta trouxe de Amsterdão), em cinza e branco, em rosa e cinza, e mais não digo para não ficarem a pensar que tenho um fétiche qualquer.
Écharpes, pulseiras, colares, brincos, carteiras - tenho que confessar que me tentam de forma quase dramática. O que vale é que só me deixo tentar por coisas baratas. Também tenho algumas que me são oferecidas, o que atenua algum sentimento de culpa .
Escolhi algumas de que gosto para vos mostrar. E é que não é só a carteira: é o conjunto, o estilo. Aliás, as coisas valem, sobretudo, pelo estilo de quem as usa.
Écharpes, pulseiras, colares, brincos, carteiras - tenho que confessar que me tentam de forma quase dramática. O que vale é que só me deixo tentar por coisas baratas. Também tenho algumas que me são oferecidas, o que atenua algum sentimento de culpa .
Também, quando vejo (e gosto de ver) sites de moda, especialmente moda de rua, as carteiras chamam sempre a minha atenção. Tenho este lado, confesso: feminista mas feminina.
Escolhi algumas de que gosto para vos mostrar. E é que não é só a carteira: é o conjunto, o estilo. Aliás, as coisas valem, sobretudo, pelo estilo de quem as usa.
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Esta é o máximo, hate me, love me. Não se fica indiferente. E a cor presta-se a ser usada com tudo. O casaco e as meias também estão muito bem.
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Esta é uma graça. O rosa e o laranja combinam muito bem. E ligam bem com o cinza do casaco. As pulseiras são uma graça. Eu também uso muitas vezes um monte de pulseiras às cores, assim como este.
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Esta também é muito bonita e é das que dão muito jeito. Tenho algumas assim. Claro que lá dentro tudo se perde mas, enfim, quanto a isso não há nada a fazer. Enfiamos a mão e, às cegas, vamos rodando a mão até sentir o que pode ser que seja aquilo de que andamos à procura
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Bem, aqui gosto mesmo muito de tudo. O casaco de tricot é uma graça e tem umas cores que me agradam muito. Estou capaz de pedir à minha mãe que me faça um casaco assim. A conjugação com calças em tom camel é feliz e a pequena carteira é uma graça. Pouco lá cabe mas não faz mal, é linda e isso é que interessa.
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Deixei para o fim a minha preferida. Sumptuosa. E que bem combina com o casaco - gosto muito de casacos azuis escuros; casacos, calças, blusas - e também com a écharpe. Uma elegância. Esta, contudo, deve ser daquelas cujo preço é de fugir. Mas é linda. Fica para ser vista de longe.
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Grande parte das imagens foi colhida nas ruas de Paris. A música é a Valse de Amélie de Yann Teiersen.
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1 comentário:
Olá UJM!
Penso que Amélie Poulet,um fascínio aquele olhar sobre o mundo.Ah!E o arrojo de se poder ser diferente,na combinação de cores improváveis e principalmente na liberdade de se poder ser único,ainda que os outros possam pensar e dizer o que lhes apetecer sem que isso nos afecte.Aquele casaco de malha,faz-me lembrar uma camisola que fiz à minha filha quando ainda era miúda e que tal como eu ela adorava.Continuo a gostar da facilidade com que aborda temas completamente diversos.Pelo menos na palavra,transparece alguém de bem com a vida e isso é bom!
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