domingo, junho 01, 2014

António José Seguro é entrevistado por Judite de Sousa: fuga para a frente, mau perder, falta de nível. As soluções absurdas que está a engendrar, as acusações que profere contra António Costa e a falta de compreensão do que se está a passar só têm uma saída possível: demissão. Já.


A sexy Judite de Sousa
enquanto entrevistava o rancoroso António José Seguro

Uma coisa a despropósito. 

O meu marido, parecendo que estava a prestar atenção à entrevista, disse com o ar mais natural do mundo: A Judite hoje está com uma blusa a mais.

Na minha inocência ainda pensei que se estivesse a referir ao vaporoso casaquinho de musselina branca transparente. Mas depois ocorreu-me que ele não é dado a observações relativas a moda. Confirmei a minha suspeita: Qual a blusa que está a mais? 

A de baixo.

Claro. Estava mesmo a ver-se que dali não iria sair boa coisa.

Adiante.



António José Seguro: 

eu tenho um mandato democrático e não me demito

(Ai Tozé, Tozé, que má figuras que andas a fazer!)

Uma coisa é certa: com o mau feitio com que estava, o Tozé nem deve ter tido pensamentos libidinosos a propósito das transparências da Judite.

Depois de já ter deixado o aviso de que Preparem-se, isto vai mudar! e estando nós todos já cheios de medo, eis que compareceu nos estúdios da TVI todo zangado, a fazer biquinho, só a querer falar de soluções, propostas para reduzir o número de deputados, círculos uninominais e uma enxurrada de medidas, e todo ele agitado a analisar o abstencionismo e os votos em branco e o escambau.


A Judite incrédula bem queria chamar o Tozé Seguro à razão: Mas e a crise no partido? Mas ele que sim, que preferia que o António Costa não estivesse a querer o lugarzinho dele mas que o sistema eleitoral e o Constitucional e os eleitores e o sistema.



António José Seguro não se demite e quer eleições primárias


E ela, Mas então o que é isso de haver um candidato a primeiro-ministro e um secretário geral? e ele que É uma proposta nova para um problema novo mas que isso não vai acontecer porque vou ganhar tudo.

E pelo caminho foi dizendo que António Costa já podia ter-se candidato e que agora que lhe cheira  a poder é que avança, que o Costa está a estragar a festa e que isto aquilo e o outro.

E a Judite, já com uma certa comiseração perante tamanho estado de negação, insistia: Mas e o apoio de Mário Soares e de José Sócrates?

Responde o infeliz: Dado o percurso desses militantes, não me admiro. Aqui a Judite, tão admirada ficou, que nem conseguiu reagir. Mas um bocado depois, conseguiu verbalizar a estupefacção: Mas tratou Mário Soares e José Sócrates por militantes? E ele, amuado, danado, piurço, E é o que são e mais não sei o quê.


Completamente cheia de pena por tamanha estupidez e histeria, ou desconcertada, coitada (que não é fácil uma pessoa assistir a tamanha falta de tino), Judite exteriorizou: Já o entrevisto há muito tempo, nunca o vi assim; está muito magoado, não está?

E aí o Seguro lá caíu nele, que sim, que estava magoado, porque deveria estar a ser entrevistado a propósito da vitória nas eleições e do chumbo do Constitucional e afinal estava ser entrevistado acerca da ambição de outra pessoa. E só não se pôs aos saltinhos, a bater o pé no chão, aos gritinhos, quase a chorar, Aquele menino mau tirou-me o carrinho!, o carrinho é meu!, porque estava sentado a encenar pose de Estado. Mas durou pouco esse momento de realismo e lá prosseguiu a querer falar de outras matérias. Depois, quando a Judite lhe perguntou o que era aquilo de agora ir ser diferente, que nos preparássemos, todo biquento lá esclareceu que durante estes três anos tem andado a levar na cabeça de comentadores, jornalistas e que isso acabou, agora vai responder, e que vai matar e esfolar e nem sei mais o quê - um valentão, cuidado com ele.

A entrevista acabou e eu pensei: estes mansos são um perigo. Tem razão a Leitora JV que diz que o tipo é perigoso. Os mansos são assim, andam junto às tábuas, armados em sonsos e depois, quando menos se espera, atacam à sorrelfa, mostram-se rancorosos, maus.

Ainda estou a pensar no raio de proposta dele: abrir a escolha do candidato a primeiro-ministro a quem quiser, militantes, simpatizantes, quem quiser. Ou seja, se o Passos Coelho, o Paulo Portas, a Maria João Avillez, o Henrique Raposo, o José Gomes Ferreira e todos esses amigos da onça quiserem ir votar, podem. Todos a votar no Seguro para o PSD e o CDS terem a vida descansada. Boa.

Mas vamos imaginar que, apesar desse disparate, ganhava mesmo o António Costa. Ficava o Seguro a mandar no PS e o António Costa à frente de um Governo do PS, em que os deputados do PS respondiam perante o Seguro. É isto, não é? Coisa esperta.

E montar um processo eleitoral destes, em que o País inteiro pode votar, sem haver mecanismos de controlo, como seria? Quanto tempo se levaria a montar um processo desses?

O país a definhar, o País a precisar de alguém que o defenda dos ignorantes e fora-de-lei que nos tem andado a desgovernar e sai-nos um artolas destes na rifa.

Face a isto, pergunto: mas o Seguro acha que o País inteiro é igual a ele? Ou anda a tomar alucinogénios? Ou passou-se?

Alguém tire este fulano de cena, se faz favor. O espectáculo é demasiado deprimente.

Antes não acreditávamos nas suas capacidades de líder, achavamo-lo frouxo, titubeante. Agora, ao presenciarmos o seu mau perder, a sua mesquinhez, o seu rancor, a sua indisfarçada vontade de vingança, percebemos também que lhe falta a grandeza de que são feitos os verdadeiros líderes, lhe falta o espírito republicano, democrático, socialista. Quem vota socialista não se revê, mas de maneira nenhuma, nesta forma de agir, de pensar, de ser. Rua, se faz favor.


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Não deixem de descer até ao post seguinte. São palavras enviadas por Leitores (um é a Lovely Lídia e outro é alguém que com ela pratica transmissão de pensamentos). Ambos me enviaram coisas a propósito de chineses. Só visto.

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Volto aqui para efectuar as despedidas que ontem não escrevi. Ainda comecei a escrever um terceiro post mas depois fui vencida pelo sono e fiquei-me por aqui mas esqueci-me de voltar atrás e vir despedir-me. Faço-o agora.


Desejo-vos, meus Caros Leitores, um belo domingo!

(Eu estou na sala a ouvir uma chilreada que dá gosto)

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4 comentários:

JOAQUIM CASTILHO disse...

Olá UJM!

Excelente análise política e comportamental! O Inseguro revelou-se em toda a sua plenitude como uma criança mimada a quem querem tirar o
brinquedo favorito! É um triste e lamentável espectáculo!!!

um abraço

Anónimo disse...

Olá UJM,

Não vi a entrevista, mas agora que vi o seu post, fui ler o relato dela no site da tvi e vi o video que têm lá com um pequeno excerto dela. Parece que temos aqui a confirmação de que Seguro é mesmo um tipo perigoso. Alguém que tem de ser afastado. Se qualquer pessoa ("simpatizante do PS", seja lá o que isso for) poder votar, Costa terá o meu voto. E se ele ganhar, duvido muito que o Seguro tenha condições para não se demitir. E, demitindo-se, pouco sentido fará candidatar-se a secretário-geral, contra a vontade dos portugueses, já que foi ele que lhes quis dar voz e eles disseram que não o apoiavam. Mas se, por absurdo, se candidatasse, não vejo os militantes a elegerem-no.

Bom domingo,
JV

PS: Universidade Sénior parece Universidade para Idosos ;)

Anónimo disse...

Também não vi a entrevista, pois acabo de chegar há pouco. Estivemos com o filho e neto, pois era o dia da criança, ali para os lados de Sintra, numa de tranquilidade, como dizia o Paulo Bento, em tempos.
Mas, o que me ri com esta sua descrição da entrevista. Até fiquei com medo do Seguro. O que me vale são os cães, embora whippets, mas que me salvarão do valentão enfurecido.
Que vergonha! Seguro Lapa, agarrado á rocha, ou melhor, Poder. A Judite está melhor, mais feminina desde que deixou o careca. Nada como uma mulher voltar a ganhar a sua liberdade...
P.Rufino

lidiasantos almeida sousa disse...

UM TRAIDOR É SEMPRE UM TRAIDOR.
Nunca fui sócia de nenhum clube ou de Partido politico, mas pela 1ª vez na minha vida irei filiar-me no PS, para que António Costa seja o 1º Ministro de Portugal.

Mas como não percebo nada disso. como poderei inscrever-me no PS? Depois de inscrita posso logo votar no tal congresso? E poderei desistir se o Costa perder?. No que eu me vou meter. SOS UM JEITO MANSO.