sábado, março 22, 2014

Maria Filomena Mónica e os diários numa sala de aulas onde professoras e alunas descrevem o que lá se passa


Vi há pouco Maria Filomena Mónica a ser entrevistada por Ana Lourenço. 


Naquele seu ar destravado, falou apaixonadamente sobre o tema dos seus novos livros. Desta vez gostei de a ouvir. 


Esclareceu que os livros, que descrevem a hecatombe do ensino público português, não significam que ela defenda o ensino privado sobre o público. Explicou que é ao contrário. 


Explicou que o ensino público tem que ser defendido de quem, por astúcia ou inépcia, o tem vindo a destruir.



E descreve aulas de trinta alunos onde os professores não conseguem dar aulas, não conseguem conhecer bem os alunos. Descreve uma carga burocrática sobre os professores que lhes retira a criatividade e o ânimo para preparar bem as aulas, descreve métodos absurdos que o Ministério inventa para controlar professores.

Reconhece que haverá alguns professores baldas (- mas há alguma profissão em que os não haja?), reconhece que a culpa não é exclusivamente deste ministro paranóico, reconhece que os pais também são responsáveis porque não ligam à educação dos filhos, reconhece que não é só a escola pública que está mal - e, descrevendo o que se passa nas salas de aula, descreve um cenário preocupante. Os manuais escolares são mal feitos, os programas são absurdos, as salas estão cheias demais. Tudo está mal.

Ora, e isto já sou eu a perguntar, se a escola não prepara bem os alunos e se os jovens avançam na vida sem saberem aprender e sem saberem comportar-se, que raio de sociedade é esta que estamos a desenhar?

E que raio de sociedade é esta que permite que uma das profissões mais nobres do mundo, a de professor, seja tão desprezada? Como podemos permitir que bandos de ignorantes, de medíocres, de fala-baratos, de vendidos (e estou a referir-me a governantes, deputados e papagaios avençados) façam tanto mal a uma profissão e façam tanto mal a um País?

Gaita!


4 comentários:

Jaime A. disse...

Sabe? Há muito de verdade no que diz. No entanto, recuso a encarar-me como vítima e também não vejo os alunos/encarregados de educação como carrascos, nem o próprio Ministério - entidade tão abstracta.
Em 10/15 anos todo nosso mundo mudou, e em muito. Agora, há que 'aprender' a viver neste 'circo' em que temos sido ora actores/ ora empresários.
Gostei do seu texto.

Anónimo disse...

Também gostei de a ouvir, embora a tenha achado, uma vez ou outra menos capaz de defender o que escreveu. MFM é uma mulher inteligente e corajosa. E culta. E livre. Quanto ao Ensino e Educação ainda fala fazer uma reforma de fundo. Que ninguém parece ter a coragem de querer tomar a iniciativa. Requer-se mais qualidade, alguma dose de disciplina que não chocaria e mais apoio a quem ensina - os professores. E um objectivo, ou seja, para que serve o Ensino, no futuro, aos alunos que um dia o deixarem de ser. Prepará-los para as universidades, para a sociedade e para o mundo laboral e empresarial um dia. A Educação é parte, integrante, do futuro do país, daquilo que fomos, somos e seremos no futuro.
P.Rufino

Sónia Semedo disse...

A educação, que é o pilar imprescindível para a nossa formação e desenvolvimento enquanto pessoas e membros de uma sociedade. Naã devia ser alvo de tantas criticas nefastas, contudo é com muita pena minha que digo que concordo em "pleno", com o que foi escrito, sou uma estudante de mestrado, e sempre tive muito respeito pelos meus professores que escolheram como profissão a mãe das profissões(ser professor). é triste que hoje, devido a alguns fatores e entre eles maus professores essa profissão, seja tão desvalorizada pela as autoridades competentes.Eu não sei que tipo de sociedade haverá no futuro mais uma coisa eu sei,com esse ensino, não há-de ser de louvar.

Sónia Semedo disse...

A educação, que é o pilar imprescindível para a nossa formação e desenvolvimento enquanto pessoas e membros de uma sociedade. Naã devia ser alvo de tantas criticas nefastas, contudo é com muita pena minha que digo que concordo em "pleno", com o que foi escrito, sou uma estudante de mestrado, e sempre tive muito respeito pelos meus professores que escolheram como profissão a mãe das profissões(ser professor). é triste que hoje, devido a alguns fatores e entre eles maus professores essa profissão, seja tão desvalorizada pela as autoridades competentes.Eu não sei que tipo de sociedade haverá no futuro mais uma coisa eu sei,com esse ensino, não há-de ser de louvar.