'Mentiras, tragédias e pecados' [na Gazeta do Interior] - "A CULPA É TODA DO SÓCRATES!", disse com ironia o autor do blogue 'Agora blogo eu'. Leitura vivamente recomendada.
Por me parecer circunstanciado, documentado e oportuno, aconselho a leitura de parte do texto da Gazeta do Interior transcrito no blogue AGORA BLOGO EU. O que ali se pode observar fala por si.
4 comentários:
JOAQUIM CASTILHO (QUIM)
disse...
Olá UJM!
Muito curiosa foi também a afirmação de Henrique Granadeiro, Presidente do CA da PT e empresário agrícola , ao ser entrevistado ontem no Telejornal da RDP-1, e a propósito a nacionalização do BPN: A Europa diz-nos : tussa e depois acusa-nos de ter tosse.
Esta afirmação, digo eu, é também válida para muitos dos investimentos feitos pelo Sócrates, já depois de iniciada a crise nos EUA, incluindo algumas PPP’s ,que a Europa estimulou e, em parte, generosamente financiou. Quando os juros começaram especulativamente a subir em flecha e os empréstimos complementares contraídos, para o efeito, pelo Governo português começavam a pesar fortemente na nossa dívida pública, resolveu dizer: parem. Não se isenta o Sócrates de algumas culpas no cartório mas considerar que ele, e só ele, foi o único responsável pela situação do país , são argumentos trapaceiros do Coelho e sua pandilha reforçados quase diariamente pelo seu jornal oficial o Correio da Manha (sem til).
É bom que se diga o que ali, nesse Blogue que aqui nos menciona, se diz, pois com a propaganda mentirosa deste governo há muita gente que acha que esta cambada é que está bem e que os anteriores (Sócrates) é que eram os muito maus que levaram o país à falência. Na política, ainda mais do que na vida, uma mentira repetida muitas vezes acaba por parecer uma verdade. E muitos acabam por acreditar nela. Gostei bastante de ler. P.Rufino
Olà UJM! Por feliz coincidência António Correia de Campos , antigo Ministro da Saúde do Sócrates escreve hoje no "Público" e transcrevo: O bode expiatório
‘Todas as sociedades tiveram o seu bode expiatório. O dia da expiação era um ritual para purificação da nação de Israel. Para a cerimónia, eram levados dois bodes, um deles era sacrificado e o outro, o bode expiatório, era tocado na cabeça, pelo sacerdote, que confessava os pecados dos israelitas e o enviava para o deserto, onde todos os pecados eram aniquilados.
Para a direita nacional e sobretudo para a comunicação social que o temia, por imprevisível, Sócrates é o bode expiatório ideal. Está ausente, não pode falar sem provocar mais ruído que o já criado, dedica-se a coisas aparentemente esotéricas como a filosofia política, os seus apoiantes reduzidos a um quadrado defensivo. Ainda por cima, o partido que dirigiu com mão forte durante meia dúzia de anos esteve longe de se dispor a defendê-lo, com isso deixando-se também cair num fojo. Os sinais recentes de reunião podem aqui ajudar ao exorcismo clarificador. Até que tal suceda, os clarins da direita infrene espreitam a mais ténue imagem, escutam o mais vago rumor de movimento do visado.
Certamente não deixariam passar em claro que o seu antigo e temido adversário de estimação emergisse da clandestinidade. O que quer que fosse o que fizesse, o emprego que aceitasse ou a que aspirasse, tudo seria objecto de inquisitória perseguição sob a forma de suposta investigação jornalística. Acontece que Sócrates aceitou funções de representação internacional de um laboratório suíço intervindo na área do sangue e seus derivados, com a reserva de o trabalho ser fora do país. Toda a sanha se projectou sobre o desempenho dessa empresa, entre nós, no tempo de Sócrates. Descobriu-se, pasme-se, que a empresa era um dos poucos fornecedores activos nos concursos centralizados que a Saúde então organizava. A passagem de centralizado a disperso, proposta pelos serviços competentes, parece racional. Mas tendo sido executada no seu tempo, todas as razões são boas para gerar suspeição e insídia. Tal como aconteceria se o processo fosse o oposto: a passagem de concursos descentralizados a centralizados, talvez até com agravada desconfiança.
Faça Sócrates o que fizer, será sempre ele a turvar a água que o lobo pretende beber. Ele ou alguém por ele. A sua única sorte é não ter sido ele tomado como o outro bode, o que sofreu sacrifício imediato. Assim, como refere a antiga cultura, ele foi apenas tocado na cabeça e mandado para o deserto.’
4 comentários:
Olá UJM!
Muito curiosa foi também a afirmação de Henrique Granadeiro, Presidente do CA da PT e empresário agrícola , ao ser entrevistado ontem no Telejornal da RDP-1, e a propósito a nacionalização do BPN:
A Europa diz-nos : tussa e depois acusa-nos de ter tosse.
Esta afirmação, digo eu, é também válida para muitos dos investimentos feitos pelo Sócrates, já depois de iniciada a crise nos EUA, incluindo algumas PPP’s ,que a Europa estimulou e, em parte, generosamente financiou. Quando os juros começaram especulativamente a subir em flecha e os empréstimos complementares contraídos, para o efeito, pelo Governo português começavam a pesar fortemente na nossa dívida pública, resolveu dizer: parem.
Não se isenta o Sócrates de algumas culpas no cartório mas
considerar que ele, e só ele, foi o único responsável pela situação do país , são argumentos trapaceiros do Coelho e sua pandilha reforçados quase diariamente pelo seu jornal oficial o Correio da Manha (sem til).
um abraço
Convém não exagerar. Não é toda...
É bom que se diga o que ali, nesse Blogue que aqui nos menciona, se diz, pois com a propaganda mentirosa deste governo há muita gente que acha que esta cambada é que está bem e que os anteriores (Sócrates) é que eram os muito maus que levaram o país à falência. Na política, ainda mais do que na vida, uma mentira repetida muitas vezes acaba por parecer uma verdade. E muitos acabam por acreditar nela.
Gostei bastante de ler.
P.Rufino
Olà UJM!
Por feliz coincidência António Correia de Campos , antigo Ministro da Saúde do Sócrates escreve hoje no "Público" e transcrevo:
O bode expiatório
‘Todas as sociedades tiveram o seu bode expiatório. O dia da expiação era um ritual para purificação da nação de Israel. Para a cerimónia, eram levados dois bodes, um deles era sacrificado e o outro, o bode expiatório, era tocado na cabeça, pelo sacerdote, que confessava os pecados dos israelitas e o enviava para o deserto, onde todos os pecados eram aniquilados.
Para a direita nacional e sobretudo para a comunicação social que o temia, por imprevisível, Sócrates é o bode expiatório ideal. Está ausente, não pode falar sem provocar mais ruído que o já criado, dedica-se a coisas aparentemente esotéricas como a filosofia política, os seus apoiantes reduzidos a um quadrado defensivo. Ainda por cima, o partido que dirigiu com mão forte durante meia dúzia de anos esteve longe de se dispor a defendê-lo, com isso deixando-se também cair num fojo. Os sinais recentes de reunião podem aqui ajudar ao exorcismo clarificador. Até que tal suceda, os clarins da direita infrene espreitam a mais ténue imagem, escutam o mais vago rumor de movimento do visado.
Certamente não deixariam passar em claro que o seu antigo e temido adversário de estimação emergisse da clandestinidade. O que quer que fosse o que fizesse, o emprego que aceitasse ou a que aspirasse, tudo seria objecto de inquisitória perseguição sob a forma de suposta investigação jornalística. Acontece que Sócrates aceitou funções de representação internacional de um laboratório suíço intervindo na área do sangue e seus derivados, com a reserva de o trabalho ser fora do país. Toda a sanha se projectou sobre o desempenho dessa empresa, entre nós, no tempo de Sócrates. Descobriu-se, pasme-se, que a empresa era um dos poucos fornecedores activos nos concursos centralizados que a Saúde então organizava. A passagem de centralizado a disperso, proposta pelos serviços competentes, parece racional. Mas tendo sido executada no seu tempo, todas as razões são boas para gerar suspeição e insídia. Tal como aconteceria se o processo fosse o oposto: a passagem de concursos descentralizados a centralizados, talvez até com agravada desconfiança.
Faça Sócrates o que fizer, será sempre ele a turvar a água que o lobo pretende beber. Ele ou alguém por ele. A sua única sorte é não ter sido ele tomado como o outro bode, o que sofreu sacrifício imediato. Assim, como refere a antiga cultura, ele foi apenas tocado na cabeça e mandado para o deserto.’
um abraço
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