Escrevi abaixo um texto todo irritado. Estava (e estou) furiosa e, quando isso acontece, não dá para disfarçar. Comigo é assim: tanto há explosões de alegria, como de fúria. Criaturas apaixonadas são assim mesmo. Nada a fazer.
Mas, sendo extrovertida, dá-se a explosão e logo amanso. Ou seja, agora já me apetece descontrair e falar de coisas mais agradáveis.
Falemos então de cores.
Ontem uma Leitora chamava-me a atenção para que a cor de 2013 é a cor de esmeralda e referiu parte do que sobre esta cor se escreve no site da Pantone e que passo a citar:
Emerald, a vivid verdant green, enhances our sense of well-being further by inspiring insight as well as promoting balance and harmony.
Most often associated with brilliant, precious gemstones, the perception of Emerald is sophisticated and luxurious. Since antiquity, this luminous, magnificent hue has been the color of beauty and new life in many cultures and religions. Also the color of growth, renewal and prosperity, no other color conveys regeneration more than green. For centuries, many countries have chosen green to represent healing and unity.
"The most abundant hue in nature, the human eye sees more green than any other color in the spectrum," said Leatrice Eiseman, executive director of the Pantone Color Institute®.
de Steve McCurry |
"As it has throughout history, multifaceted Emerald continues to sparkle and fascinate. Symbolically, Emerald brings a sense of clarity, renewal and rejuvenation, which is so important in today's complex world. This powerful and universally-appealing tone translates easily to both fashion and home interiors."
[* como se vê, a cor do fundo que escolhi não é exactamente esmeralda mas não descobri melhor aproximação no editor do blogger.]
Isto do efeito das cores na disposição das pessoas vem um pouco a propósito de um artigo do site Ciência Hoje que nos dá conta que a cor dos recipientes afinal também influencia o sabor dos alimentos, ou pelo menos, a forma como as pessoas percepcionam o sabor deles.
Transcrevo:
Dois investigadores, da Universidade Politécnica de Valência (Espanha) e da Universidade de Oxford (Reino Unido) provaram que o recipiente pode modificar o sabor do conteúdo, por exemplo, o chocolate sabe melhor numa taça laranja do que numa branca, por exemplo. Os resultados do estudo foram publicados no «Journal of Sensory Studies».
Por exemplo, frascos amarelos permitem melhorar o sabor do limão em sodas, já cores frias como o azul, dão a sensação que a bebida é mais fresca; já se a embalagem for rosa dá a impressão que o conteúdo é mais doce.
Para os interessados, o artigo original que serviu de base ao da Ciência Hoje pode ser lido aqui.
Achei graça pois eu tinha essa impressão mas achava que era eu que era sugestionável, nem sei, qualquer coisa nessa base. Por exemplo, desagrada-me beber vinho em copos às cores, tal como me irrita beber em copos grossos. O vinho não sabe ao mesmo, perde a subtileza, o mistério, o requinte da multiplicidade de sabores.
Talvez também por isso, como no outro dia aqui o referi, a mesa da D. Maria no Palácio de Belém me pareceu um atentado ao apetite e ao prazer da degustação, tamanha a barafunda que para ali ia, os copos e os pratos todos às cores, um ruído que, certamente, abafaria o sabor dos alimentos e das bebidas.
Mesa de Natal do Palácio de Belém (a D. Maria Cavaco bem queria aparecer na fotografia, mas olhe, paciência) |
Aliás, para beber um bom vinho, nada como bebê-lo num Riedel e, não querendo parecer pretensiosa citando-me a mim mesma, permito-me invocar um texto que escrevi faz justamente dois anos, 'Riedel ou a arte de servir um bom vinho' no qual vos falava dos meus copos de estimação.
À frente de um quadro que está sobre a minha lareira, um Riedel, aqui um Riedel Sirah |
No artigo acima referido (Assessing the impact of the tableware and other contextual variables on multisensory flavour perception, Charles Spence, Vanessa Harrar and Betina Piqueras-Fiszman) pode ler-se também referência ao formato dos pratos e dos talheres.
Aqui também tenho a dizer-vos que acho que uma boa confecção gastronómica requer espaço. Comer a comida num prato pequeno, atravancado, é muito desagradável. Os alimentos devem poder estar visíveis, espaçados, facilmente manejáveis. Hoje, se vejo um prato com a comida quase ao monte, já me incomoda. Os pratos que uso cá em casa são pratos amplos, claros. A comida deve poder respirar e a nossa vista deve poder saboreá-la visualmente. A visão, tal como o olfacto, são aqui tão importantes quanto o sabor.
E também gosto de talheres grandes, com algum peso.
Podem achar que tudo isto é uma fantasia mas olhem que não é.
Há tempos frequentei um curso de vinho e a primeira prova era feita com água: aprendermos a distinguir os diferentes tipos de água. A mais leve, a mais densa, a mais salgada, a mais neutra, a mais pura. Não esqueço uma do Japão, poesia em estado líquido.
A seguir aprendemos a perceber a importância do copo: provávamos o mesmo vinho em copos diferentes... e que diferença. Um copo espesso, colorido, sem pé, estraga o sabor do vinho. Em contrapartida um copo como um Riedel abre o sabor, eleva-o até ao nosso espírito.
Só a seguir, com os sentidos despertos e alguma aprendizagem, é que passámos para as provas de vinhos propriamente ditas. A acidez, os frutados, as madeiras, por exemplo - e os elementos que definem o térroir do vinho e o seu posterior amadurecimento.
Antes de ter frequentado este curso, eu não apreciava vinho. Agora, depois de educada, sou grande apreciadora. De vinho e de copos (de vidro...).
Termino agora; e quase me apetecia pegar num copo de vinho e fazer um brinde: À Vossa! À cor! Saúde! Tchim, tchim!
Mas só bebo, e não muito e nem sempre, às refeições. Se agora bebesse um copo de vinho, assim, a seco, acho que já não me levantava daqui.
!!!
Bom, mesmo sem vinho, tenho que ir dormir. Por isso, despeço-me já por aqui.
Recordo que se quiserem saber o que penso sobre a constitucionalidade ou não do orçamento e sobre a proposta dos 12 dias de indemnização que os inteligentes deste (des)governo agora pariram, é descerem mais um pouco, pois é o post já a seguir.
Mas, se estiverem ainda para isso, teria todo o gosto em receber-vos no meu Ginjal e Lisboa. Hoje temos amor feito sobre erva alta, coisa que não ocorreu ao Pedro Mexia quando escreveu o poema Assalto porque estava a referir-se a alguém por sentia amizade e não mais que isso (*). A música é um momento límpido, com Bernardo Sassetti ao piano e Rui Veloso e Nancy Vieira a alternarem.
(*) Inside information
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E tenham, meus Caros Leitores, uma luminosa sexta feira!
10 comentários:
Minha amiga
Li este seu post com imenso prazer. São coisas que me deliciam: buscar a harmonia em tudo o que nos rodeia, naquilo que, ao fim e ao cabo, poderá estar ao nosso alcance, bastando apenas reflectir, e tomar-lhe o gosto e sentir-lhe o cheiro e deliciar o olhar.
Já fui ao Ginjal. Como sabe gosto imenso de me deter por lá, molhar os pés nas águas do Tejo, contemplar Lisboa e...estender-me na relva (havendo).
Voltarei para ler o post sobre a constitucionalidade ou não da carga fiscal, e não só, do orçamento.
Agora vou ao dentista... :(
Beijos
Olinda
Olá Amiga,
As coisas que eu aprendi hoje!!
Comer em pratos brancos e lisos sim, mas pequenos...como pouco, por isso utilizo sempre os de sobremesa, copos para vinho, sim, os finos...já para água, gosto dos mais grossos. Talheres não gosto dos muito pesados, a minha irmã tem uns, pesadissimos, que eu chamo de "armas de arremesso"!!
Estou toda trocada, fora de moda...eheheh.
Gostei de tudo, menos da sua irritação sobre a inconstitucionalidade do orçamento. Não perca a sua boa disposição, eles não merecem!!
Adorei a história de Alice, num país que não é de maravilhas...gostei dos bules. As pedrinhas do ex-bebé deveriam ser todas atiradas aos bichos que nos (des)governam.
Um abracinho.
MCP
Olá Jeito Manso!
Outro ano, outro “new look”! Gostei! Saúde para 2013 e goze-se, pelo menos, aquilo que é garantido: o bem estar com a família (revejo-me em muito do que diz sobre os seus netos, pois estou cada vez mais encantado com o meu!), gozar os amigos, ler, viajar, entreter o palato e, já agora, a propósito do seu interessantíssimo Post, degustar um bom vinho...num bem apropriado copo! Comungo em muito do que aqui diz. O Vinho, vamos dar-lhe honras de maiúsculas, deve ser servido e degustado com todo o cuidado e subtileza, como refere. E, nestas coisas, ou se gosta, ou não. E, a seguir, ou se sabe apreciar, ou não. São dois patamares diferentes. Vejo, com deleite, que está no segundo. Copos de cores, ou grossos, nunca, concordo. Bem como pesados, que os há, até elegantes, mas em minha opinião não liga com vinho (já quanto aos talheres, sim, devem ser pesados). Como diz, num Riedel, essa arte de bem fazer copos de vinho que os austríacos criaram, o néctar bebe-se na sua plenitude. Mas há igualmente excelentes copos de bom cristal, Portugal tem alguns muito bons, por onde se pode beber um bom vinho, não ficando atrás dos Riedel. Como sou um daqueles amadores algo “fundamentalistas”, no que ao vinho respeita, fui adquirindo uns tantos copos, onde se incluem de Riedel (que comprei na Austria em tempos), mas, também, Decanters (incluindo, naturalmente, de Riedel), iniciando, neste capítulo, uma pequena, mas simpatica colecção, alguns (Decanters) com um “design” curioso, todavia, sempre respeitando a sua função: decantar bem um bom vinho. Partilho também do que diz sobre a dimensão dos pratos e a comida neles contida. Tal como o vinho, deixemos respirar o que foi confeccionado, para melhor nos deleitarmos! Sabe, como gosto de boa gastronomia (e de cozinhá-la, já agora) e de bom vinho, há 2 coisas que nunca dispenso, que nunca me podem faltar, em casa: azeite e vinho. E bebo, sempre, á refeição. Já é tradição de família! Por fim, quanto à mesa, não podia estar mais de acordo: mesa não se compadece com “tudo ao molhe e fé em Deus”, nada de excessos e confusão a mais. Na mesa está-se para bem comer e bem beber, o que requer alguma atenção. Muito prato, muita cor, muito copo, muita travessa, enfeites, tachos, etc, dispersa-nos e acabamos por comer e beber sem a tal necessária concentração. Até porque, há que dar igualmente atenção a uma boa conversa, aos amigos e família que ali estão connosco a saborear o mesmo.
Tchim, thim e saúde!
P.Rufino
PS: o quadro sobre a lareira foi pintado por si?
Desconhecia a questão das cores, mas beber por copos grossos, ou sem pé, é difícil, para não dizer, desagradável.
Li o seu anterior post relativo aos copos Riedel. Resultado? Tenho que ver se os encontro. Onde? Não sei!
Ainda que não compre, gostava de os ter na mão, de os "sentir".
E assim se vai aprendendo, de "Um jeito manso".
Beijinho.
Depois de ler este seu belo texto tambem fiquei melhor e aprendi mais alguma coisa.
Só em ocasiões especiais e para brindar é que bebo vinho. Gosto de o escolher de determinadas regiões. Mas tambem gosto de o beber por este tipo de copo, vidro fino e que encha a mão. Já o conhecia mas não sabia o nome.
Querida Jeitinho, vamos pois pegar num Riedel, meio cheio de um bom tinto Ermelinda de Freitas (é o que me ocorre agora)e brindar ao que de bom ainda vamos tendo, a riqueza de espirito, e fazer votos para que pelo menos depois do Carnaval, Portugal se renove e entre no caminho certo para bem dos nossos filhos e netos.
Á NOSSA E Á DELES TCHIM TCHIM!!!
Olá Olinda,
Espero que a 'cena' lá no dentista não tenha sido má demais e que esteja já apta a degustar um bom petisco acompanhado por um bom vinho.
Eu ultimamente apetece-me cada vez mais falar de banalidades, de coisas assim, comida, bebida, cores, coisas das crianças.
A minha filha hoje dizia 'falar de copos? mas a que propósito?'. Pois, sei lá. é o que me vem à cabeça, coisas que leio aqui e ali e que me captam a atenção.
Espero não me tornar chata, quer aqui, quer no Ginjal.
As melhoras dos seus dentes.
Eu não gosto nada de dentistas. Há tempos convenceram-me a pôr um implante no maxilar superior, que era uma coisa simples, do mais banalizado que há. Lá fui, descontraída, pensando que era como arranjar um dente. Quando me vi numa sala que parecia quase uma sala de operações, com dois médicos de touca e com bata verde comecei a perceber que se passava qualquer coisa. Mas o pior foi em casa, nessa noite. Umas dores. Eles bem me disseram para estar com gelo mas eu ainda não tinha bem captado a coisa. Na manhã seguinte, quando fui à casa de banho e me vi ao espelho quase dei um grito de susto. A cara estava disforme, inchada, um horror. Nem pude ir trabalhar. Nunca mais lá pus os pés. Já devia ter ido substituir o dente que é provisório por um definitivo e ainda não fui. Enquanto durar, e já lá devem ir quase dois anos, não vou. Fiquei com medo.
Um beijinho, Olinda!
Olá MCP,
Comer pouco é bom para a saúde e a carteira agradece.
Mas, mais do que modas, é uma questão de hábito. Habituámo-nos a comer em pratos amplos. A comida fica mais à vontade e nós podemos manejar melhor. Mas, de facto, se é um 'pisco' (passarinho pequenino), um prato pequeno chega e a comida, se calhar, pode ficar à larga na mesma.
Quanto aos talheres também mais do que moda é um hábito. parece que com talheres grandes e pesados a comida é tratada com mais dignidade. Não sei bem explicar.
O meu faqueiro do enxoval tem talheres que são relativamente pequenos e com cabos um pouco trabalhados. Na altura, parecia muito bonito. Mas parece que já não nos dá muito jeito. Por isso, há uns anos comprei um de linhas simples, mas talheres grandes e pesados, Cutipol modelo Sevigné. No entanto, o Ikea tem talheres também bons e muito em conta.
Já viu para o que agora me dá? receitas de culinária, copos, pratos, talheres....?
A minha filha disse-me que também gostou muito do texto da Alice e como estava lá comigo, ainda mais significado teve para ela.
Um beijinho e desculpe a seca sobre talheres e coisas do género...
Olá P. Rufino,
Comungo de tudo o que diz sobre vinhos, comidas, confeccionar a comida, copos, pratos, talheres, mesa, uma boa conversa, etc. Coisas boas que devem ser apreciadas com respeito, carinho.
Quanto a copos: quando me casei, uma tia ofereceu-nos um serviço de copos que escolhemos na Casa José Alexandre, um serviço também austríaco. Lindo. Ela fez questão de nos dar um bom serviço de copos e eu achei aquele uma coisa do além. O meu marido (namorado, na altura) também gostou e ela, alertando para a fragilidade, fez-nos a vontade. Mas são mesmo de uma fragilidade sem igual. Ultra finos com um pé de uma elegância que não dá para acreditar. Só que é de tal ordem que sempre tive medo de os pôr a uso. Só em dias de festa. Na máquina está fora de questão e, à mão, não deixo que mais ninguém os lave, senão eu e estou sempre com o credo na boca. Por isso, comprei outros mais normais para usar habitualmente.
E, para os dias de jantares ou almoços mais especiais mas não tão especiais que justifiquem o risco de usar os outros, usamos os Riedel.
O meu marido chateia-se um bocado com estas minhas manias de ter medo de partir ou estragar e que levam que, às tantas, não usemos estas coisas tanto como devíamos mas que quer...? Sou assim.
Quanto à mesa, acho que se deve pôr o mínimo de tralha. Apenas os pratos, copos, talheres, guardanapo, o pão, eventualmente alguma coisa para pôr no pão antes da refeição ou azeitonas se as houver. De resto, nada de travessas em cima da mesa, senão anda tudo a passar os braços à frente uns dos outros. A comida ponho-a no aparador e as pessoas levantam-se e vão-se servir. assim, ninguém atrapalha ninguém e podemos estar à mesa tranquilamente. O que gosto de colocar é um castiçal (ou dois). Acho que a luz das velas dá um bom ambiente.
O quadro atrás da lareira não foi pintado por mim. É abstracto, em tons claros, pastel, suaves. Gosto muito dele. Eu não consigo pintar assim. Saem-me sempre cores intensas.
Um bom fim de semana, P. Rufino!
Olá GL,
Nas boas lojas de vinhos costumam ter bons copos. Antes na Dimensão (em Lisboa) tinham este género de produtos mas creio que já não vendem mas não sei.
Mas é muito agradável de pegar, sim. São ao mesmo tempo leves e pesados, o vidro é muito fino mas, o conjunto, tem um peso muito agradável. Mas atenção: caso não saiba, aqui fica a dica. Nos copos de vinho pega-se pelo pé e não no 'bojo' do copo para não alterar a temperatura. Deve, sim, pegar no pé e voltear, ao de leve, o vinho dentro do copo para que os aromas se soltem na direcção da sua cara. É bom sentir esse aroma e, logo, beber. O efeito do olfacto vai juntar-se ao paladar e fica a saber muito melhor.
Eu devia ter-me lembrado disto antes do natal pois mesmo que se comprem apenas 2 copos (para o casal, caso seja um casal) ou 1 (no caso de quem viva só), eu acho que é um prazer que vale a pena.
Um beijinho, GL!
Olá Pôr do Sol,
Ermelinda de Freitas é bom. É da zona de Palmela, é agradável.
Há-de experimentar saborear o vinho devagar (porque as papilas reagem de forma diferente, consoante sejam na ponta da língua ou de lado ou atrás e, por isso, deve deixar-se que o vinho percorra com tempo todas as zonas) e depois tentar perceber a que sabe, tentando identificar gostos como os de frutos silvestres ou de madeira. Aos poucos aprende a distinguir-se. O sabor do vinho é composto de muitos sub-sabores e é isso que lhe dá o carácter. E antes de o beber, deve sentir-se o aroma pois isso faz com que o sabor depois fique mais vivo. Temos bons vinhos. Eu prefiro o vinho tinto mas ainda há dias bebi um branco, um Burmester, bem fresco, a acompanhar peixe e soube-me muito bem.
Seja como for, aceito o brinde: a melhores tempos, a um futuro radioso, a um país maravilhoso para os nossos filhos e netos (e para nós também!). Tchim, tchim! E saúde, Sol Nascente!
Um beijinho!
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