quinta-feira, janeiro 03, 2013

O OE 2013 é inconstitucional? Não sei nem isso me parece o mais grave. Vejamos: atirar uma praga de gafanhotos sobre o País é inconstitucional? Atirar uma praga de mosquitos do dengue é? Atirar uma praga de baratas para cima de todas as casas é inconstitucional? Despejar ratos é? Atirar napalm aqui e ali é? Obrigar cada português a usar um pin com a cara do Relvas, é? Não sei. Se calhar não é. Mas, seja ou não seja, uma coisa é certa: são coisas que arrasam o País, dão cabo da saúde e da vida dos Portuguesas, afugentam os sobreviventes do País para fora. É o que acontece com esta porcaria de Orçamento. É inexequível, vai destruir a economia e, por causa disso, vai destruir o País. Se é ou não inconstitucional é pormenor! É como esta história da redução das indemnizações por despedimento para 12 dias. Para que é isto?! Para quê?! Quem é que lhes anda a encomendar estes sermões, senhores?! Passo-me com estes fulanos.


E Cavaco Silva, que é economista, não percebeu isso?!

Um Orçamento que acelera a recessão, que é o contrário do que é indispensável (e o indispensável, crítico, urgente, inadiável é pôr a economia a crescer), um orçamento que aumenta a dívida, que aumenta inexoravelmente o desemprego, que não baixa o défice, que contempla a venda das últimas empresas estratégicas do país, que arrasa a educação, a ciência, a saúde, a cultura, que se marimba para os portugueses - é um orçamento miserável, um orçamento que deveria ter sido chumbado no Governo (alô, alô Paulo Portas, quando é que acorda para a realidade?), que, não o tendo sido, deveria ter sido chumbado na Assembleia (que deputados são estes que temos andado a eleger, senhores...?!); que, não o tendo sido, deveria ter sido liminarmente chumbado pelo Presidente da República.´




Assim, com todos estes, a agirem cobarde ou ignorantemente, isto é, a chutarem para o que vem a seguir, sobrou para os portugueses, para o povo. 

E, cá para mim, mais cedo ou mais tarde, o povo saberá mostrar-lhes como é.

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Igualmente miserável é o soez ataque aos direitos dos trabalhadores (e não sou comunista, nem uma perigosa esquerdista nem nunca fui sindicalizada). Esta última medida que este estúpido governo tirou da cartola é inadmissível e estúpida. 

Conheço bem a realidade económica, conheço as empresas privadas pois é aí que me movo e não vejo interesse económico na redução das indemnizações por despedimento, nem vejo os empresários minimamente preocupados com isso. 

Ninguém investe mais ou menos por isso. A menos que esta tropa fandanga do governo esteja a querer fazer o frete a chineses ou a outros para quem os direitos de trabalho e os direitos humanos são qualquer coisa de muito, muito vago.

Que neura que isto me dá, credo.

*

A ver se ainda consigo aqui voltar hoje. Agora vou para o Ginjal. Mas não resisti a vir aqui dizer isto. Estes sujeitos tiram-me do sério.


9 comentários:

JOAQUIM CASTILHO disse...

Olá UJM
Uma achega para a sua raiva da Fernanda Câncio no DN de hoje!
Além da "espiral da recessão" temos a "espiral de calculismo" do "pastel" de Belém!

Espiral de calculismo


‘O Expresso noticiara-o já há duas semanas: Cavaco ia promulgar o Orçamento e enviá-lo para o Tribunal Constitucional para fiscalização sucessiva. Mas o PR esperou até ao fim do prazo de promulgação. Para quê o compasso de espera, se a presidência vem de seguida (incrivelmente) esclarecer que não solicitou prioridade ao tribunal para que se não "perdesse mais tempo"? Muito simples: o Presidente gosta de suspenses. E achou que era giro anunciar a fiscalização no discurso de ano novo.

(…)

Grave crise política é, depreende-se, o que Cavaco acha que decorreria de um chumbo do Orçamento em fiscalização preventiva (antes da promulgação). Mas um chumbo daqui a três meses é melhor? E é indiferente que um Orçamento que se suspeita ser inconstitucional (mais outro) entre em vigor? Das duas uma: ou Cavaco, apesar de ter pedido a fiscalização de três normas - por acaso duas delas tendo a ver com o corte do subsídio de férias a pensionistas e funcionários públicos, que ele deixara passar, em dobro e sem pedido de fiscalização, no OE 2012 -, aposta no facto de o tribunal não ter coragem para, em março/abril, declarar mais uma vez a inconstitucionalidade de confiscos que "sustentam" o Orçamento; ou perante a inevitabilidade dos pedidos de fiscalização da oposição e prevendo que a execução orçamental vai ser - de novo - um desastre, sabe que a crise política é inevitável mas quer poder dizer que fez tudo para a evitar. E emergir como quem "avisou" - talvez mesmo o salvador. Do resto, que é só Portugal, quer ele lá saber.’

um abraço

Anónimo disse...

E este País lá vai indo, cantando e rindo, como sempre! O Relvas e outros tratantes de férias no luxo – podiam fazê-lo depois de este governo ser História, agora não, não fica bem, tendo em conta os múltiplos e pesados sacrifícios que nos saõ exigidos. É uma questão de imagem, de respeito, de bom senso. Que esta malta não tem. Foram educados no WC. O Homem de Belém a dizer o que já foi dito por muitos, incluído da maioria, durante o ano, portanto com 1 ano de atraso. A Economia a resvalar, sem salvação á vista. O Tribunal de Contas a chamar e bem á atenção para aspectos de relevo, mas a que ninguém deste governo liga. O TC a ter de pronunciar-se sobre certas eventuais inconstitucionalidades, que, aliás, não há muito, alguns constitucionalistas (como, entre outros, Germano Marques da Silva) foram alertando, mas que esta rapaziada não quer saber, são autistas profissionais, como o Gaspar e o Passos. Os trabalhadores a terem de sujeitar-se aos tais 12 dias de indemnização. O Banif, outro banco, em apuros e que o governo, ou melhor, os contribuintes, terão de “salvar”, etc, etc. O país das maravilhas!
Passo ao Post seguinte, sobre o Vinho. De Política pronunciar-me-ei mais tarde.
O Diabo que os carregue a todos (refiro-me aos governantes)!
Cordialidade,
P.Rufino


GL disse...

Sinto ter esgotado a pouca capacidade que ainda tinha para ouvir todos estes "ilustres".

Apenas uma questão subsiste: mas ninguém se insurge? Ninguém responsabiliza estes "senhores"? (com aspas, sim!)

Decidi ouvir o mínimo dos mínimos. Recuso-me a mais esse sacrifício.

Egoísmo? Não, impotência!

Beijinho.

Pôr do Sol disse...

eles não nos ouvem, não ouvem ninguem."deixam-nos" insultá-los mas isso nada resolve.

O "Grande" Economista e o seu cinismo vai empatar qualquer decisão atempada e util.Só é eficiente at home.

Sou só mais uma portuguesa que lamenta não ter idade para recomeçar num País governado por gente capaz e honesta.

Um Jeito Manso disse...

Olá Joaquim,

Isto é tudo uma trapalhada e a bem do sentido de estado toda a gente (deputados, governo, presidente) vão destruindo o Estado.

O OE 2013 não tem ponta por onde se lhe pegue porque é o instrumento de uma política feita com os pés. Por isso não é uma ou outra medida que estão mal. é tudo. mesmo que mudem uma das medidas, terão que a trocar por outra igualmente má pois qualquer das medidas que encaixem aqui são más, porque tudo aquilo é uma aberração.

Em 2012 houve 3 rectificativos e, chegados ao fim, nada conseguiram senão atirar para o desemprego milhares de pessoas, aumentar a dívida.

2013 vai ser ainda pior e eu não percebo que cambada é esta que não vê uma coisa tão óbvia.

Mas hoje fiquei surpreendida com o Mota Amaral. Aleluia.

Obrigada com o contributo da Fernanda Câncio. Tem razão ela, claro.

Um abraço, Joaquim.

Um Jeito Manso disse...

Olá P. Rufino,

De facto, falar de vinho é bem melhor do que falar desta tropa fandanga sem qualidade, sem qualificações, sem competência de espécie alguma.

Como é que a gente impede estes sujeitos de estragarem o país de forma irreversível? É que ao venderem as grandes empresas ao estrangeiro estão a alienar irreversivelmente parte da riqueza nacional. os grandes empregadores passam a ser empresas sem qualquer ligação ao país. Isto preocupa-me tanto.

E as empresas que fecham? E tanta gente que cai no desemprego sem ter para onde ir e com os subsídios de desemprego cada vez mais pequenos e de menor duração... Isto é um filme de terror.

Que sacanas que são, aqueles estúpidos.

Bom, mas hoje é sábado e eu não quero arreliar-me mais.

Um bom fim de semana, P. Rufino!

Um Jeito Manso disse...

Olá GL,

Pois é, não os ouvir, não ler sobre o que andam a fazer. Também me apetece. Mas, por outro lado, se não lhes fazemos marcação cerrada, quando dermos por nós, estamos com um chinês a mandar em nós, dentro de casa, com um angolano a dizer o telejornal à maneira deles e com coisas assim. O país está a ser passado a patacos. E os impostos todos, cada vez ganhamos menos. E para quê?

isto revolta-me.

mas vou seguir o seu conselho. A ver se me ralo menos com isto, até para não ficar tão chateada.

Obrigada, GL. Um beijinho e bom fim de semana.

Um Jeito Manso disse...

Olá Pôr do Sol,

Ter idade temos sempre. Compare a sua idade com a do Manoel de Oliveira e veja lá se não se acha uma menina. Já viu os anos que tem pela frente? Por isso, vamos ter esperança que o melhor ainda esteja para vir.

Eu acredito nisso e por isso não me canso de barafustar. Ou melhor: canso-me, sim, de vez em quando já não os posso nem ver nem ouvir, muito menos falar deles. Mas, apesar disso, de vez em quando, salta-me a tampa...

A ver se me consigo abstrair um pouco mais...

Obrigada pelas suas palavras.

Um beijinho e bom fim de semana, Sol Nascente!

Olinda Melo disse...


Boa noite, UJM

Realmente, a inconstitucionalidade do OE 2013 é coisa que não parece relevante perante a praga que é o desgoverno que nos assola.

E diz bem, os sobreviventes fogem daqui para fora por já ser incomportável a vida por estas bandas. A debandada já começou. Estamos a ficar cada dia mais pobres em termos humanos.

Dépardieu já é russo e Brigitte Bardot quer seguir-lhe o exemplo, cada um com os seus motivos. Se calhar a moda ainda pega por aqui.

Beijinhos

Olinda

P.S. Hoje, foi o último tratamento de um dente que começou a dar-me problemas antes do Natal. Ia cheia de medo pois os dois primeiros tratamentos foram bastante desagradáveis. Felizmente não sofri muito, mas respirei aliviada quando saí de lá.

Bj

Olinda