sábado, setembro 15, 2012

Que se lixe a troika? Pois... acho que, por agora, ainda não pode ser. Temos é que negociar outras condições, isso sim. Por isso, por mim, é mais que se lixe este regime político que permite que se governe contra as pessoas, e, agora, em particular, contra o governo deste Passos Coelho, deste Relvas, deste Gaspar e de todos os outros que andam a destruir o País. O que quero é que se construa um futuro condigno e que Portugal seja um bom lugar para os meus meninos, para os meninos dos meus meninos, para os meus pais, para mim, e para todos os meninos e todos os pais e todos os cidadão do meu País. Eu vou para a rua neste 15 de Setembro, claro! Basta!


Se não lutarmos pelo futuro das crianças, se não lutarmos pelos indefesos, se não lutarmos por nós, quem lutará?

Em casa a protestar contra as imagens que passam na televisão é que não vale a pena. Eu vou para a rua.

Sempre vou poder dizer aos meus amorzinhos pequeninos que fiz tudo o que estava ao meu alcance para tentar que tenham um futuro digno, para que o País que os acolheu deixe de ser um lugar perigoso e passe a ser um sítio bom para se viver.



Para que, para além de obstáculos, encontrem sempre uma saída, uma saída feliz.



Para que descubram sempre o caminho para uma vida feliz e que, se assim o entenderem,
tenham lugar em Portugal



Para que saibam que é preciso estar sempre atento, ter espírito e, se necessário, ir à luta
para se construir um futuro feliz


*

Sem saudosismos, sem querer nada do que ficou para trás, querendo apenas construir um furo de qualidade: Traz outro Amigo.


José Afonso

*

Desejo a todos um sábado inesquecível pelos melhores motivos. 
Desejo que se divirtam-se e que sintam felizes.

10 comentários:

Teresa Santos disse...

E vamos para a rua, sim.

Devemos isso às nossas crianças, aos nossos jovens, a nós próprios.
É o mínimo dos mínimos que podemos fazer.

Vamos!

Abraço.

Maria Eduardo disse...

Infelizmente não posso estar presente fisicamente mas estarei, com todo o entusiasmo, e fervor, em pensamento... a lutar por todos nós, para que haja mais justiça social, para que os nossos direitos sejam restituídos e possamos viver em paz e esperança num futuro melhor!... Porque é preciso e urgente!
Hoje vai ser um dia em que todos iremos mostrar o tamanho da nossa revolta!
Um beijinho

jrd disse...

Hoje é o dia de gritar: Até amanhã!
Porque o amanhã tem de continuar a luta deste dia.
Abraço

Maria disse...

Amiga:
Quem me dera ter a força doutros tempos! Como me apeteceu ir para a rua!
Estou menos infeliz. O meu povo, o grande povo português, afinal ainda não é um rebanho de carneiros. Acordou! Revoltou-se e gritou de novo: NÃO!
Manuel Alegre disse:

Mesmo no tempo mais triste
Em tempo de solidão
Há sempre alguém que resiste
Há sempre alguém que diz NÃO.

Mais uma vez, os portugueses reagiram.
Que irá resultar disto? Não sei. Talvez seja um sinal de mudança.
É nisso que quero acreditar.
Abraço
Mary

ERA UMA VEZ disse...

Querida Jeitinho

Estive lá com marido, filho e nora.

Ainda tive esperança que me visse.
Tinha sido giro conhecer-nos hoje.

O mais importante é que somos duas mulheres a exercer a sua cidadania.

Orgulhei-me de ter o meu filho ao meu lado e ele representar algo para quem o reconhecia.Abraços, sorrisos, fotos e força Manel.

E eu a pensar que é a primeira vez que ele vai a uma manifestação...

Oxalá a nossa presença serena mas determinada produza alguns efeitos.
Hoje é dia de Bocage.
Não o fui visitar hoje... mas sei que ele que sofreu tanto por ser corajoso, deve estar orgulhoso de nós.

Um abraço.


Um Jeito Manso disse...

Olá Teresa,

Não consegui convencer os meus filhos a levarem as crianças, tiveram medo que houvesse alguma confusão. Afinal, claro que não houve, foi uma festa de democracia e liberdade.

Por eles, por nós e por todos hoje foi um dia em que Portugal mostrou que afinal é feito de gente que não é a cobaia da troika nem uns 'totós' nas mãos de um qualquer Passos ou Relvas ou Gaspar. Hoje dissemos que já chega.

Um abraço, Teresa!

Um Jeito Manso disse...

Olá Maria Eduardo,

Foi pelas pessoas que não estiveram fisicamente presentes mas que se sentem próximas de quem lá esteve que tirei tantas fotografias e que acabei de compor um post em que tento mostrar o ambiente que lá se viveu.

Espero que, ao vê-las, se sinta um bocadinho como se também lá tivesse estado.

Eu gostei imenso, foi muito emocionante. Não é coisa de que a gente se esqueça. Não é coisa que a Troika, o Governo e o Presidente da República possam ignorar.

Um beijinho Maria Eduardo!

Um Jeito Manso disse...

Olá jrd,

Enquanto estava a escolher as fotografias que lá tirei, li este seu comentário e, por isso, o meu texto incorpora esta sua mensagem. é bem verdade. É preciso que isto não seja apenas um fogacho, é preciso que isto tenha servido para mostrar que esta é a atitude normal: pôr os pés à parede, bater o pé, dar um murro na mesa, olhar nos olhos e dizer frontalmente o que se pensa, encher a rua, tudo atitudes normais de cidadãos responsáveis.

Obrigada, jrd. Eu gostei de lá estar e acho que havia uma energia muito positiva no ar.

Um abraço, jrd!

Um Jeito Manso disse...

Mary, olá,

Teria gostado muito se tivesse lá estado, o ambiente era de alegria, de luta. Havia, ao mesmo tempo, uma modernidade muito estimulante. Novos, velhos, ricos, pobres. Estive a escolher fotografais que mostrassem isso. Como tirei muitas, escolher algumas é uma seca... Espero não ter colocado demais para não ser uma maçada mas também fiquei com pena de não mostrar.

O poema de Manuel Alegre transmite muito este ambiente, o de haver sempre alguém que diz não. Não sei se ele lá esteve, mas se esteve deve ter gostado muito.

Um beijinho, Mary e, sim, pode orgulhar-se de ser portuguesa!



Um Jeito Manso disse...

Olá Erinha,

Pois lá estive e sempre a ver se a via. Mas era tanta gente... Estivémos grande parte do tempo na Av de Berna junto ao portão grande da Gulbenkian. Depois, para estar mais à sombra, fomos para o lado de lá da rua. A seguir fomos para junto do portão do lado da Embaixada. No fim fomos mesmo lá para o meio, na Praça de Espanha. Mas, dos poisos que escolhi para me pôr, ia vendo quem passava. Só que havia tanta gente que os que passavam do lado de lá da avenida, já não os via. Nem vi o meu filho. Ainda me ligou mas estava mais atrás, pois ele veio na manifestação desde a José Fontana e eu caminhadas tão longas ainda não aguento. Depois já não ouvi as chamadas dele nem ele as minhas. Acabou por se ir embora sem o vermos.

Tive pena de não a ter visto, tinha mesmo ido ter consigo (... e esforçava-me por me portar bem e não pedir um autógrafo ao Manel...).

Mas foi uma manifestação 'à maneira' não foi? Tanta gente e tudo tão ordeiro. Gostei mesmo de estar ali no meio daquele mar de gente.

Não sabia que era dia de Bocage. Que belos e satíricos poemas ele não faria em momentos destes...

Um beijinho, Erinha, e vamos esperar que este mar de gente sirva para que o Passos e o Gaspar e o Relvas percebam que não somos parvos (mas não estou muito optimista a esse respeito).