Passos Coelho ponderou demitir-se do Governo depois da facada que Paulo Portas lhe deu nas costas. Sentiu-se traído. Já sabíamos que este País não era para velhos, depois o Relvas e Companhia disseram-nos que também não era para jovens. Hoje acrescento uma nuance: o Governo não é para 'meninas'. Mas o José Miguel Júdice aconselha o Passos Coelho a ser pouco masculino, pouco viril. Sobre o seu pupilo e amigos, decreta Ângelo Correia: aquilo é tudo uma garotice.

Parece que a esta hora os crânios da Comissão Política do PSD estão ainda a pensar no justo correctivo que vão aplicar ao Paulo Portas. Chocam, chocam, chocam mas dali não há meio de sair um pinto.

Quando deu a entrevista em S. Bento, Passos Coelho, com a inteligência que se lhe conhece, resolveu entalar o Paulinho da Vichyssoize. É um dos sintomas do problema do ex-doce, subestimar o adversário. 

Ora com quem ele se foi meter...! Logo com a criatura política que, em Portugal, mais rasteiras tem passado. A sua história política é uma história de ambição e o seu passado está pejado de sombras. Quase todos aqueles que dele politicamente se aproximaram, enredados no seu verbo fácil e na sua pose institucional, acabaram prostrados pelo caminho. 

É mais que óbvio que Paulo Portas, mal se apercebesse que estar num Governo com rasteirinhos que se limitam a alimentar, e em catadupa, o anedotário nacional, resolveria logo demarcar-se. 

Paulo Portas está nisto porque gosta de representar, gosta de ser reconhecido, gosta de ser aplaudido, em suma, quer ser amado. Um dia que se reforme, vê-lo-emos nos palcos, quiçá ao lado de Odete Santos. Que ninguém pense que está nisto sobretudo para fazer bem aos pobrezinhos, às mulheres das feiras, para puxar pela agricultura ou pelas pescas. Nada. Está nisto essencialmente para estar no palco e ponto.

Todos nos lembramos do célebre discurso do fungagá, isto é, do pingo no nariz, onde partiu a loucinha toda e deixou o ex-doce completamente apeado - aquelas pausas, aquelas inflexões de voz, aquelas expressões. O gosto pela encenação e pela representação corre-lhe nas veias.

Não tenho nada a ver com as bastardias que aquela gentinha pratica a torto e a direito, farto-me de os avisar, apresento alternativas mas eles não as percebem e não as aceitam. E só não saí porta fora porque ainda não percebi para que lado é que isto vai cair. Queixa-se agora o pseudo-barítono-ex-doce que lhe espetei a faca nas gostas...Não gostou? Azarinho. 

E adiante que nisto de facadinhas (políticas), cada um sabe de si e, além disso, não sei se uma facada em directo na televisão é uma facada pelas costas ou pela frente.

O que havia de ter tido graça, era se o Passos-da-Nini se tivesse mesmo demitido. Como seria? Apareceria a ter chiliques em público? A espernear no meio do chão? As pessoas preocupadas a ver se esticam o dinheiro para dar até ao fim do mês, e o ex-doce ora a fazer birrinhas em público, ora a cantar a Nini. Lindo. Lindo.

Leio agora no Expresso que parece que, na decorrência da reunião de iluminados que a esta hora decorre, não vai haver faladura, apenas um comunicado. Presumo que temam que, se fizessem declarações, os jornalistas fizessem, também eles, logo ali, uma manifestação, cantando com a música do Frère Jacques, Coelhinho, Coelhinho, anda cá, anda cá, pi-pi-pi-pi-pi--pii, pi-pi-pi-pi-pi--pii, ... toma lá, ... toma lá! e escuso de dizer como estaria o dedidnho do meio quando entoassem o 'toma lá, toma lá'.

De resto, nunca mais os vimos. Passos Coelho mais o grande estadista Vai-estudar-ó-Relvas e demais ministros devem ter passado à clandestinidade. 

Devem ter feito plásticas, pintado o cabelo, mudado de nome, viver escondidos. Em público só aparece o Álvaro (porque ainda não percebeu bem o que se está a passar) e aparece rodeado de matulões, puxa...; ele e o Crato, mas o Crato só aparece para ir a creches com meia dúzia de criancinhas e mesmo assim têm que ser escolinhas no meio do nada. Os outros, está quieto. 

Entretanto, por todo o lado, de todos os quadrantes, só se ouvem conselhos e cada um melhor que o outro.

Hoje ouvi na rádio, mais concretamente na TSF, José Miguel Júdice a recomendar a Passos Coelho que faça cedências, 'que não seja muito masculino, muito viril'. 'A menos que queira implodir o Governo'. Juro que ouvi isto. E pergunto-me: mas que conselho é este? Que o outro se arme em menina...?! Mas ainda mais do que já o fez? Ah a falta que a Manuela Ferreira Leite faz no PSD... É que testículos (salvo seja) como os dela não há por lá muitos (e reparem na fineza das minhas palavras).

Agora estou a ouvir Freitas do Amaral dizer que aquele par de jarras 'deveria olhar-se nos olhos e honestamente avaliar se podem retomar a vida em conjunto'.

Mas porque é que toda a gente os trata como se fossem um casalinho mal amancebado?

Não sei como é que isto vai acabar mas sei que vai acabar e não deve faltar muito. Pode não ser já, já, que é bem capaz de aparecer por aí alguém a tapá-los para que a gente não veja as pouca-vergonhas que fazem em privado. Dantes, quando eu era pequena, faziam umas saias muito grandes que, na praia, as pessoas punham pelo pescoço para poderem mudar o fato de banho sem que ninguém lhes visse ver as partes pudibundas. Acho que nos próximos tempos pode acontecer uma coisa assim, uns quantos, armados em saia, a envolverem o Passos e o Portas para a gente pensar que eles ainda vivem juntos. Está bem, brinquem lá mais um bocadinho que a gente já vos mostra como é.

'Gaspar quer tacho na Alemanha à custa dos portugueses'
... e não é que se está mesmo a ver que tem razão, TBM...?

Outra coisa do além que, há bocado, vi na televisão, foi o Vítor Gaspar na Alemanha a gabar-se que os portugueses fizeram uma manifestação muito importante, muito digna e que os portugueses são muito tolerantes e maduros e que foram muito contidos. 

Mr. Bean ou Mr.Gaspar-Tsu-Tsu?
Eu acho que o Mr. Bean percebe mais de finanças que o Gaspar-não-acerta-uma

Dizendo isto, o Gaspar Tsu-Tsu está mesmo a pedi-las, está, está. Ele que faça muitas mais como a gracinha de querer roubar 7% aos trabalhadores para dar aos patrões, que nós, um dia destes ainda lhe mostramos se somos contidos. 

'Fardas unam-se a nós!',
'Um dia os pobres terão que comer os ricos por falta de opção'
'O povo está unido. Cuidado'

E o Wolfgang Schäuble, o descarado ministro das finanças alemão, veio logo, todo sorrisinhos dengosos, dizer que a sorte é Portugal ter o Gaspar como ministro das finanças. Comentário da Constança Cunha e Sá na TVI 24: 'sorte para os alemães'. Só pode, porque para nós, ter um ministro destes é um pesadelo dos piores. 

Bom, vamos aguardar. De uma coisa podemos estar certos: dali nunca vai sair boa coisa, só desgraças. Bem, sejamos justos: dali também sai muito material para a gente se divertir. Acho que o Cavaco deve é tirá-los de lá a mandá-los para um canal do Meo.

PS: Já depois de ter publicado isto, ouvi uma espécie de comunicado do PSD (e percebi que a reunião ainda dura), no qual aqueles políticos de mão cheia (estou a brincar, atenção...!) parece que desafiam os do CDS para uma espécie duelo. Uma coisa mais ou menos assim: se querem continuar na coligação, então terão que renovar os votos. E lamuriam-se que a coligação está afectada e mais não o sei o quê, talvez falta de diálogo que é aquilo de que se queixam os casais em vésperas de divórcio, e que têm que falar, que têm que marcar uma reunião. Ai, senhores. Andou a minha mãezinha a criar-me para eu assistir a isto? Mas porque é que não vão brincar aos casalinhos para longe da gente...?

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Bom, não sei se ainda tenho fôlego para continuar hoje a história da mulher triste. O mais certo é que não. Por isso, por via das dúvidas, aqui vos deixo já o meu desejo de que tenham um dia muito feliz.