quarta-feira, julho 11, 2012

O Estado da Nação, a AR, o Governo, a Oposição: uma pobreza. E Lisboa e o Tejo vistos da minha janela. E os meus livros a monte.


Música, por favor

Keith Richards e Chick Corea interpretam o Concerto para Piano de Mozart

*

Ontem não consegui escrever nada. Não estava muito bem, coisa que decorre deste momento que atravesso: nada de especial mas o suficiente para não poder vir aqui dar um arzinho da minha graça. 

Hoje já estou bem, já respondi aos comentários, já respondi aos mails e já aqui estou depois de uma tarde em que, quase em off, na televisão, decorria um debate chatíssimo na Assembleia da República. 

Olho as bancadas e acho que aqueles não são seguramente os representantes do povo português. Vejo miúdos e miúdas que não se percebe que condições mínimas terão para serem deputados nem de onde saíram, vejo gente com ar ensonado, enfastiado, esbodegados nas cadeiras. Muitos são totalmente desconhecidos do comum dos mortais.

Depois há os oradores de serviço, banais, os do PSD dizendo tontices, infantilidades, a provocar os do PS, os do CDS a armarem-se em superiores mas sem se perceber que razões têm para o fazer e com quem se estarão a comparar, os do PCP a falarem de uma forma tão monocórdica e repetitiva que dá ideia de dizerem a mesma coisa sejam quais forem as circunstâncias, o PS com alguma incisividade mas com falta de garra, sem ser capaz de agarrar o governo pelo colarinho. António José Seguro, não sei se pela imagem, se pelo tom de voz ou pela forma como quer aparecer, com uma certa pose de estado mas uma pose precoce, não é pessoa para empolgar os descontentes.  Em quem reconheci alguns dotes de tribunos, afirmativos, mobilizadores, com clareza de exposição foi, de facto, nos deputados do BE, Fazenda, Louçã e até a Ana Drago adquiriu já uma compostura mais convincente. No entanto, não me esqueço que o BE fez panelinha com os outros para deitar abaixo o Governo de Sócrates sabendo, de antemão, que a alternativa era a desgraça que está à vista.



Durante grande parte do tempo, Paulo Portas pôs-se ao fresco. Os outros, ar de quem tem mais que fazer,
entretinham-se com os computadores
 (Vítor Gaspar, certamente, a ver se atina com as contas, Passos Coelho com ar de quem não percebe patavina e pensa que o computador é para tocar piano no écran, Relvas sempre a fazer coisas às escondidas).
Assunção Cristas, cuja cabeça não se vê, sempre num desconsolo.


Passos Coelho, sumido, enfezado, ar agastado, respondeu sem brilho, jogando com palavras, palavras, palavras esgrimidas por vício em esgrimir palavras, sem ser capaz de mostrar um rumo para o País. Persiste obstinadamente no lema de que fará o mal que for preciso para dar cabo do País. O ano a meio e já todas as metas a aparecerem furadas, tanto sacrifício e tanta desgraça para nada e Passos Coelho aparece, de ar zonzo, como se nem desse por isso. Parece aluado, parece que não consegue perceber o fiasco que são as suas políticas, e, quase sem lábios, olhos a meia haste, usa expressões típicas de Massamá (pôr porcaria na ventoinha...?!) e não acrescenta uma vírgula a coisa nenhuma. Um zero.

A encerrar, Paulo Portas, bem encarado, ar saison, cores estivais e sorriso de quem 'os vai arrumar', limitou-se a fazer a defesa do indefensável, atirando as culpas para os idos do PS, sacudindo a água do capote e puxando para o seu lado, como testemunhas abonatórias, os vários factores que demonstram que somos um aluno bem comportado. Não interessa que o país esteja de rastos, porque lá fora os mercados e os seus representantes gostam de ver sangue... e estão a vê-lo.

Fala, pois, Portas de alto sem nada dizer, fazendo muito mal, perante os seus eleitores e perante todo o País, em colar-se ao que circula na ventoinha no Governo e esquecendo-se dos seus próprios telhados de vidro (vidé a este propósito a crónica de Manuel António Pina no Jornal de Negócios, intitulada 'Um adjunto para a adjunta', crónica esta que em boa hora um Leitor fez o favor de ma assinalar, o que, daqui, muito lhe agradeço).



Relvas mexe no iPad ou no telemóvel escondidos sob a bancada, ou, quando tinha Portas ao lado,
roía as unhas e dizia segredinhos, o tempo todo na total desatenção e agitação.
Assunção Cristas, com ar de quem está a fazer o maior frete, com sono, desinteressada


Enquanto isso, na rua, os médicos mostravam o seu descontentamento e a sua preocupação pelo rumo que a saúde está a tomar neste país entregue aos valores mais descabelados, valores estes relacionados com um mercantilismo primário. Sobre este assunto, permito-me recomendar a leitura dos excelentes textos do Leitor deste blogue, o Caro DBO, médico que, no seu blogue Deputado-da-Abstenção, tem esclarecido de forma muito clara e frontal as muitas razões para o descontentamento desta classe (e, de resto, de todo o sector da Saúde em geral).

Enfim, um País a marcar passo, ou melhor, a caminhar numa rampa descendente a caminho do passado e não do futuro, com toda a população descontente, desde os que têm profissões tradicionalmente mais reconhecidas como os médicos até aos trabalhadores mais indiferenciados, desde os desempregados até aos reformados, desde os jovens que não encontram trabalho e abandonam o país até emigrantes que perdem o emprego e voltam para a terra mãe (deixando de fazer descontos cá, o que tanta falta nos faz).

*

Levanto-me então, uma vez mais, e desloco-me até à janela, agora já com maior facilidade. Tenho que arejar a cabeça, senhores.

Olhando este rio tão fresco e tão feliz quase me esqueço das desgraças a que assisto na televisão. Volto atrás a buscar a máquina, que saudades tenho de andar a passear e a fotografar. E fotografo um daqueles grandes paquetes ao pé dos quais Lisboa quase parece uma cidade de casinhas pequeninas.





Lisboa a Bela, quase ofuscada por um enorme paquete, gigante branco com o ventre carregado de gente de outras paragens.
Santa Apolónia, azul, ali ao pé, quase parece uma estação de brincar . E repare-se no navio de carga acostado ao paquete, que pequeno parece. E as grandes árvores... como também parecem tão pequeninas.



Que cidade tão bela é Lisboa, que cores, que luminosidade, que magia. Olho extasiada, fico com Lisboa presa ao meu olhar, dentro de mim. Envolta em azul, colorida, Lisboa é uma cidade fascinante.


Mais à frente, aproximamo-nos do centro, o casario eleva-se, começa a ganhar outra dimensão sem que a beleza se disperse.





Quase parece que os barcos de passageiros furam os prédios, deixando rastos de espuma atrás de si
(Estamos perto da Casa dos Bicos, Fundação José Saramago, junto à zona ribeirinha, estamos na zona  em que Lisboa começa a elevar-se com monumentalidade, e sempre grácil, sempre suavemente colorida)


Tem sido esta cidade maravilhosa que tantos pintores tem inspirado, casas a seguir a casas, polifacetadas, multicoloridas, suaves, delicadas, e todas cintadas pelo rio azul, largo, generoso (e, por favor, não venham tentar domesticar-me os adjectivos!).

A seguir vejo um fino traço que desliza Tejo afora. Não percebo o que é, é uma linha estreita, discreta, no meio dum rio brilhante, um risco apenas. 




Do lado de cá as árvores da margem, do lado de lá o casario discreto da outra banda
e, deslizando, como um ágil segmento sobre as águas, este traço que talvez seja um barco


Talvez que, por um qualquer acto de magia, alguém o transforme num navio. Não sei. Espreitei, espreitei e manteve-se assim, subtil como é a geometria das coisas inesperadas.

*

A seguir, de máquina na mão, continuo a fotografar. Os livros que estavam em cima da mesa em que eu escrevia e outros que estavam sobre outra pequena mesa de apoio, foram agora empilhados para que a mesa fique livre para refeições e para que a sala possa acolher visitas, parecer um pouco mais ordenada. Difícil. Já lá havia outros, agora são mais. Mas eu gosto de os ver assim, irreverentes, amigos sempre presentes.





Livros postos em pilhas sem qualquer ordenação
(ao fundo a minha estante ondulada de que tanto gosto e que uma vez já aqui mostrei e, de esquina, a parede que há tempos pintei de carmim e que tem um grande quadro pintado por mim)





Livros agora fotografados de cima
(no chão, no qual parece haver uma mancha clara que não existe na realidade, carpete de Arraiolos feita por mim,
modelo clássico segundo original existente no Victoria and Albert Museum) 



E assim, rodeada por livros, com as janelas banhadas pelo Tejo e por Lisboa, vou passando estes os meus dias de indolente cativeiro.

**

Como sabem, terei todo o gosto em receber-vos também lá no meu Ginjal e Lisboa. Hoje as minhas palavras falam de uma certa boca que encanta pela doçura, junto a um poema de Rui Rocha que hoje se estreia por aquelas bandas. A música hoje é uma interpretação superior, Diana Damrau interpreta Salieri.

**

E desejo-vos, bem entendido, uma bela quinta feira! Saúde e felicidade é o que vos desejo.

12 comentários:

rosaamarela disse...

Ontem cheguei a Lisboa de barco, é uma sensação tão forte, vi esse barco ou outro igual, a Praça do Comércio começa a estar como devia há muito (leva pelo menos um atraso de 20 anos) depois assisti a um concerto era meio dia na Igreja de
a Domingos e vi as “estátuas” da rua Augusta que a meu ver são muito melhores que quaisquer outras…. e começam a haver lojas na baixa/chiado/príncipe real fantásticas e não estou a referir-me a roupa.

Quando não estou bem, "ir" a Lisboa serve de terapia.

bjs

Olinda Melo disse...

Minha amiga

É realmente, o 'estado da nação'...uma desgraça.
Gostei muito da visita guiada. Estante, livros, pintura, carpete de Arraiolos, ambiente digno da inspiração que lhe conhecemos.
A perspectiva que nos dá agora de Lisboa e do rio, é bela e surpreendente. Põe a sua alma de artista na captação de pormenores que, ao comum dos mortais, passariam despercebidos.

UJM, continuação de boa recuperação.

Beijinhos

Olinda

Isabel disse...

Gostei de ler e gostei principalmente da legenda da primeira foto. É deprimente pensar no estado do país.

A sua sala é linda!
Estive a espreitar as pilhas de livros, que estão como as minhas, e só consegui reconhecer dois livros, que tenho, mas ainda não li: A pequena abelha e A Marquesa de Alorna.

As fotos são lindas.

Um beijinho e continuação das melhoras.

ERA UMA VEZ disse...

Olá Jeitinho "obrigatoriamente" manso

Já todos os amigos perceberam que os dias não estão a ser fáceis e anda aí, além do mais, uma "bela neura"
e como eu a percebo!

Ora bem, tenho uma proposta que há muito vem tomando forma.

Porque não inicia o seu ROMANCE?

Espantada? Não fique. Eu explico..
Quem a segue há quase um ano como eu, percebe que há em si um lado de romancista por despontar.
Já nos provou isso várias vezes.
A sua sensibilidade, espírito de observação, cultura e desembaraço são qualidades suficientes para pegar no"folha em branco" e dizer VAMOS A ISTO!

Obrigam-na a estar parada? Ok. Pois que seja. Mas a cabeça está a mil...e talvez este seja o momento.
Força aí!!!
Cá estaremos todas e todos para lhe dar alento.
E não me diga que não é capaz.
Eu sei que é e "já cá ando há uns tempos..."
Abraço "delicado"

Um Jeito Manso disse...

Olá Rosita Amarela,

Fico contente quando me contam estes passeios pois atenuam um pouco a minha vontade de também ir passear. Estou com umas saudades de ir para o Chiado, Príncipe Real, por aí... O Terreiro de Paço ainda está meio entaipado, não está? Pelo menos a última vez que lá passei, entre o Cais Sodré e o Terreiro de Paço ainda havia aquele estúpido estaleiro que ali está há anos. São as verdadeiras obras de Santa Engrácia. É dos sítios mais lindos do mundo e não é aproveitado como devia ser. Até no Cais das Colunas a maior parte das pessoas que lá se vê é estrangeira.

Mas enfim, aquilo tudo é lindo de qualquer maneira.

E tem razão: as nossas 'estátuas' têm muito nível, são fantásticas e há lojas óptimas.

Passear em Lisboa é uma grande terapia, sem dúvida.

Beijinhos, Rosita!

Um Jeito Manso disse...

Olá Querida Olinda,

Como agora quase não saio desta sala, as minhas expedições fotográficas restringem-se a isto...

Hoje já aqui andei outra vez a tirar mais fotografias.

Mas mais daqui a nada vou aventurar-me por mais longas paragens... Vou ver se já consigo descer escadas porque isso dar-me-á outra mobilidade.

Mas, enfim, mesmo assim, dá-me prazer em ir partilhando o que tenho aqui à minha volta ou vejo da janela.

Fico contente por perceber que gosta de ver.

Obrigada pela sua presença e pelas suas palavras.

PS: A Mary manda beijinhos e afiança que, não tarda, está de volta. Quando menos esperar tê-la-á lá no seu maravilhoso Xaile de Seda (a propósito do seu oportuno último post: já conhece o último livro do Nuno Júdice? É um livro luminoso)

Beijinhos Olinda!

Um Jeito Manso disse...

Olá Isabel,

Muito obrigada.

Gosto imenso de fotografar. Estou aqui no sofá com a máquina fotográfica ao meu lado, imagine (como se fosse aparecer, de repente, algum motivo de interesse e eu tenha que estar prevenida...)

Gosto muito da minha sala (e da minha casa). É tudo muito ao meu gosto.

Os meus netos mal aqui chegam (e não tarda estão aí) vão lançados aos móveis. Grande parte das minhas estantes são fechadas com portas de vidro (para ver se entra menos pó...) e, aos que começam ao nível do chão, abrem as portas e começam a tirar as pecinhas que lá tenho: moldurinhas, caixinhas, figurinhas de louça, tacinhas, jarrinhas. Tiram de lá com muito cuidado e levam para os sofás e ali andam naquele afã, a descobrir o que lá há (e eu com o credo na boca, com medo que me partam alguma coisa...)

Quanto aos meus livros, são do que mais gosto e mais prezo. Adoro livros, lê-los, tê-los. Não passo sem viver rodeada por eles.

Um beijinho, Isabel.

rosaamarela disse...

Rápidas melhoras(?) é o que lhe desejo.

Da próxima vez que for a Lisboa, "entre" pelo Terreiro do Paço e vai ter uma feliz surpresa, e mais não digo...

Tb gosto muito de livros, mas a minha filha faz o favor de os levar para as suas largas viagens, não sei se voltam ou se se perdem nas suas múltiplas estantes.

bjs

Anónimo disse...

Aquilo que mais me choca de toda este conjunto de decisões políticas, económicas, financeiras e sociais que este governo tem vindo a pôr em prática é o facto de tudo assentar em números, esquecendo que um País é – acima de tudo - composto por...pessoas.
Nesta (louca) vertigem neo-liberal em que este Governo embarcou e nos está a levar cada dia que passa, o indíviduo, singular e colectivo, vai deixando de existir (se é que não deixou já) para dar lugar a uma nova figura: a fonte de receita.
Herbert Marcuse, aqui há umas décadas atrás, já, de algum modo, ilustrava e identificava, brilhantemente, esta situação e este, á época, neo-liberalismo, num livro interessantíssimo, designado “A Critique of Pure Tolerance”.
Assumindo como verdadeiro, aquele aforismo de que o Capitalismo é autofágico, fica-me a esperança de que, um dia, estes mesmos “cavalheiros” serão, de alguma forma, “engolidos e digeridos” por quem os utilizou. Faço sinceros votos para que tal um dia suceda. E deliciar-me-ei bebendo um velho Madeira, nessa ocasião!
Aqui, onde neste momento me encontro, a olhar o mar lá ao fundo da minha janela, com uma bela e suave música de fundo (uma daquelas composições de Jazz que nos acalmam um dia mais complicado) ponho-me a pensar: esta gente nem tempo, nem vontade, nem conhecimentos tem para apreciar as simples e belas coisas da vida! O materialismo a que se entregaram não lhes permite semelhante coisa.
Menciona no seu Post, entre outros deputados, Ana Drago. Gosto de a ouvir. É uma mulher de armas naquela A.R.
Gostei bastante daquela exposição dos seus livros ali espalhados (e lá vi também o tapete que uma comentadora reparou). Há um certo intimismo nessa sua foto. Um avô meu dizia-nos que quem lê e se se cultiva tem de ser pessoa de bem. Só pode!
Ah, e por falar em livros, registei com o desprezo que merecem estas criaturas, que António Borges, um dos grandes figurões deste País e grande amigo do “Nosso Homem de Massamá” editou mais um livro, neste caso um “Romance”: “AMOR, como critério de gestão”!
Belas e repousantes fotografias que aqui nos deixou.
E bom, tenha uma boa noite, pois já é tarde!
P.Rufino
PS: tive, apesar de tudo, um dia feliz: o meu encantador neto completou hoje 7 meses!

Um Jeito Manso disse...

Olá Rosita,

Vou ver se um dia destes vou seguir o seu conselho. Estou curiosa. Mas deve ser uma beleza, só pode...

Tem graça essa da sua filha levar os seus livros e a Rosita lhes perder o rasto. Eu, com os meus livros, sou 'tinhosa', peço-os sempre de volta. Mas acontece-me acabar por me esquecer e são eles, às vezes, que me aparecem com um molhinho de livros. Nem imagina, nessas vezes, a minha alegria...

Um beijinho, Rosita Amarela e obrigada pelas suas palavras.

Um Jeito Manso disse...

Olá Querida Erinha,

Li e reli e voltei a ler. Acho que não tenho pedalada.

E depois, sabe do maior disparate? Estou tão habituada a só escrever à noite, de seguida, a ver o tempo a correr e a ter que ir para a cama, que agora fico na maior pastelice durante o dia e só à noite é que me dá vontade de escrever. Eu sempre fui noctívaga mas agora podia aproveitar melhor o tempo livre que tenho, aqui sem fazer nada. Mas qual quê...? É sono, é calor, é tédio, é zapping, é pegar e largar em livros, uma coisa mesmo estúpida.

Mas amanhã vou ver se consigo focar-me mais durante o dia e ver se penso no que me disse. Mas durante o dia, aqui pasmada, não me apetece escrever nem coisa nenhuma. Que parvoíce isto, não é?

Seja como for, esse desafio dá-me uma motivaçãozinha.

Muito obrigada, muito mesmo.

Obrigada pelo abraço delicado. Os abraços ainda vá que não vá... caneladas é que não, por favor...

(Havia de ver os meus 3 pequeninos com as canadianas, a quererem andar à coxo, com uma pernita espetada, a fugirem porque havia sempre um que ficava sem nenhuma e queria tirar a um dos outros, fazem uma festa, farto-me de rir com eles)

Um beijinho Erinha!

Um Jeito Manso disse...

Olá Caro P. Rufino,

Em primeiro lugar muitos parabéns pelo 7º mês do bebé. Está naquela fase deliciosa, fazem gracinhas sem ainda fazerem muitas traquinices. É pegar-lhe muito ao colo e enchê-lo de mimos antes que fuja disso...

Havia de ver os meus três pequeninos hoje à mesa. Que desacato. Os mais pequeninos são muito independentes, só querem comer sozinhos. Tenho duas cadeirinhas de comer à mesa. O mais crescidinho que está quase com 4 anos, já basta uma cadeira normal. Mas o que tem 1 ano e 3 meses e a priminha que está quase com 2, comem nas cadeirinhas e comem sozinhos. Bom... sujam tudo... e brincam e fazem barulho e toda aquela gente à mesa, os pais e eles, é uma destas confusões mas tudo na maior boa disposição. Eu agora estou no papel de inválida, sento-me à mesa e só me levanto no fim, passe-se o que se passe à minha volta. Mas é uma alegria.

Quanto a estes neo liberais... eu acho que não são nem neo, nem liberais, nem coisa nenhuma. Acho que são simplesmente fulanos que chegaram ali, sem estudos, sem curriculum, sem cultura, sem preparação de qualquer tipo para as funções que desempenham. São um desastre e estão a estragar o país a grande velocidade. Mas tem razão, pode ser que tudo aquilo rebente por si.

Quanto ao Borges, é outro que cavalga sempre a última onda. A moda agora é o amor na gestão. Tretas. Mas agora é o que está a dar.

Valham-nos os nossos filhos e a alegria de os ver com filhos e valham-nos os belos passeios, as belas vistas, os amigos, a música, a nossa casa, os afectos.

Muito obrigada pelas suas visitas que se prestam sempre a uma boa conversa.

E tenha um belo dia (não desejo uma bela noite pois, a esta hora, já deve estar a dormir)!