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Música, por favor
Chariots of Fire, Vangelis - banda sonora
(em português o filme tinha o nome de Momentos de Glória)
Algumas partes dos filmes abaixo podem impressionar, especialmente no primeiro e no terceiro. Contudo, está a apetecer-me partilhar convosco estas imagens. Estão em linha com a história de Helen Keller ou com o filme de ontem, em que três homens determinados avançam de peito feito e afastam um grupo de quinze leões esfaimados.
Não nos rendermos, lutarmos, defendermos as ideias em que acreditamos, vencermos a inércia e os nossos medos, querermos viver bem e querermos ser felizes - eis aquilo em que acredito e por que me bato.
A felicidade não é aquele conceito infantil de que algumas pessoas desdenham, confundindo felicidade com patetice. Uma pessoa motivada, realizada, agradecida, feliz, não significa que é alguém com risinhos permanentes, palavrinhas patetas, fraqueza de espírito.
Querer (como contrário de 'deixar andar' ou 'ir andando'), querer manter sempre viva essa força que impulsiona o corpo e a mente, ir à luta, apreciar o que há de bom na vida, lutar por que muitos tenham o suficiente, lutar pelo desenvolvimento, dignidade e bem estar dos outros, apreciar a beleza em todas as suas formas e, na medida do possível, alegrar, animar e motivar os que nos rodeiam é aquilo por que acho que devemos pugnar cada dia da nossa vida.
Há tantas pessoas que deixam de perceber o sentido da vida e se entregam à tristeza, há tantas pessoas que, desanimadas com o rumo do país, com o rumo da sua vida, enfim, por mil motivos, se deixam cair na apatia, na indiferença, na infelicidade, na amargura. Não posso chegar a cada uma, nem as minhas palavras serão bem entendidas por todas e, provavelmente, também, pouco efeito produzirão. Achar-me-ão chata, limitada, parvinha, insistirão que felicidade é coisa que não existe, que nada vale a pena. E, enquanto isso, enquanto progressivamente mais pessoas vão desistindo, mais jovens vão abandonando o país, mais empresas vão sendo vendidas ao desbarato, mais endividado o país está, mais pessoas vão ficando desempregadas, mais famílias vão perdendo a casa.
Não pode ser. Temos que nos levantar e lutar. Temos que querer. Temos que ter amor próprio, temos que gostar uns dos outros, com generosidade e gentileza, temos que querer que viver valha a pena, temos que sentir que viver faz sentido, temos que querer ser felizes e que os outros o sejam também.
* * *
Bem, vou deixar de pregar. Vou deixar-vos ver os filmes. Provavelmente têm mais que fazer mas, quando puderem, gostava que os vissem. Ilustram muito bem aquilo em que acredito. Se calhar já os conhecem mas, ainda assim, arrisco colocá-los aqui. Acho que vale a pena ver (ou rever) - apesar da qualidade da imagem não ser fantástica e, sobretudo, apesar de poderem impressionar-vos.
***
Tenham, meus Caros leitores, um belíssimo domingo!
Don´t give up! Be happy!
10 comentários:
Obrigado,
Luís
Gostei muito do seu post. Concordo com as suas palavras, e embora não sendo "atrevida" buscando situações que me tragam stress desnecessário, também não costumo desistir do que tenho que fazer, mesmo que isso me custe.
Os filmes são muito interessantes.
Já conhecia o último, que andou circulando por mail e acho que é um exemplo extraordinário. Quando nos queixamos da vida deveriamos ter presentes estes exemplos extraordinários.
Mas cada pessoa reage à vida de maneira diferente...
Considero-me uma pessoa feliz e quero continuar a sê-lo e a fazer a minha parte por um mundo melhor.
Um bom domingo para si
Amiga:
Se toda a gente fosse, toda a vida feliz, a felicidade passava a ser monótona. Ninguém é feliz todos os dias. Há momentos de felicidade profunda, há momentos de felicidade relativa. Eu sinto-me feliz com pouco. Sinto-me infeliz, também com pouco. A minha Amiga, disse outro dia, que tinha medo de ver os seus, doentes. Se algum dos que mais amo, adoece, além de medo, sinto infelicidade. Se perco alguém ou, algo que amo, sinto-me muito infeliz. Mas sou feliz, com uma flor, um riso de criança, a presença dos que amo.
É fácil ser feliz. É tudo uma questão de saber aproveitar a vida.
Já conhecia os dois últimos filmes.
Aquele rosto bonito, grava-se na memória. É impressionante a vida dele. A alegria dele. Deve ter momentos muito dolorosos, mas reage e é feliz.
Ás vezes, é mais cómodo deixar andar e ser infeliz. Parece mentira, mas conheço pessoas assim.
São infelizes, porque não mexem um dedo, para mudar a vida que têm. Acho que gostam de ser infelizes.
Estou a passar uma fase menos boa, mas já luto. Vou ao Algarve, no outro fim de semana, em meados de Junho, vou para casa do meu filho mais velho. Estarei com o meu neto, com o homem de Singapura. Isto é FELICIDADE.
Beijinho
Mary
Ist
Caro Luís,
Não tem que agradecer. Eu é que agradeço a sua visita e que aqui tenha deixado a sua palavra.
Por isso, muito obrigada eu.
Tenha um bom domingo!
Olá Isabel,
Cada pessoa tem a sua maneira de ser e reage, é claro, à sua maneira. Mas, para aqueles que não têm sequer vontade de reagir, é importante que percebam que não estão sozinhas, nem o seu caso será o mais desesperado - há sempre quem tenha passado por experiências mais limites e tenha encontrado a energia suficiente para se erguer e dar a volta à situação.
E, se isso é importante a nível individual, para que as pessoas não deixem passar a vida sem a viverem, também é importante que, a nível colectivo, como povo, não nos deixemos entregar à má sorte ou a circunstâncias mais angustiantes. É necessário reagir, lutar, resistir.
E os objectivos não devem ser (acho eu, claro) que colectivamente nos entreguemos à expiação de pecados que não cometemos, ao empobrecimento, à regressão de tudo o que colectivamente foi conquistado: o direito à educação de qualidade, o direito à saúde de qualidade, o direito à informação livre, o direito a querer mais e melhor para os mais novos, o direito à dignidade para todos (incluindo os mais velhos).
É isso, essencialmente, que eu quero dizer cá na minha.
Por tudo o que diz e escreve, sinto que a Isabel também é assim.
Um beijinho e um bom domingo.
Olá Mary!
Tem toda a razão. Não há a felicidade em permanência (acho eu). Quem apenas conheça um estado constante de felicidade presumo eu que seja alguém que tenha levado uma pancada na cabeça.
Há um vídeo que mostra uma médica que teve um AVC e que a parte do cérebro afectada levou a que deixasse de sentir qualquer tipo de ansiedade, angústia, preocupação. As pessoas viam-na diminuída face ao AVC... e ela toda peace and love, na maior felicidade.
Aliás, acho que só a consciência do que é a infelicidade nos leva a valorizar a felicidade. É um bocado como as actuais cores do UJM: a cor de laranja e o encarnado parecem ainda mais vibrantes por contraste com o escuro do fundo das mensagens.
E penso também que, dá tanto mais valor à importância das pequenas coisas, quem mais tem consciência do quanto são efémeras, precárias.
No meu caso, angustio-me com o sofrimento dos outros, com a aflição de quem se vê sem trabalho, com despesas, com família para sustentar, ou quem se vê doente ou diminuído, ou quem perde familiares ou entes queridos e faço de tudo o que esteja ao meu (curto) alcance para tentar minorar esses sofrimento alheio. A nível cívico acho que faço pouco mas o pouco que faço é nesse sentido.
A nível pessoal, faço também o que posso embora sentindo que é sempre limitado.
E a nível ainda mais pessoal, claro que tenho momentos menos bons, de susto, de angústia, de preocupação com os meus, de contrariedade. Mas tenho dentro de mim a sorte de ser capaz de relativizar e de ter força para tentar dar a volta e, sobretudo, tenho em mim a sorte de me entusiasmar e vibrar e motivar com pouco.
Mas, acima de tudo, custa-me ver tantos jovens a partirem, ver as melhores empresas a serem vendidas sabe-se lá a quem (e não só empresas estratégicas: são também empresas que empregam muita gente e que, com este rumo, na mão de outros países, sabe-se lá o que farão daqui por algum tempo?), ver os bombeiro sem dinheiro para transportarem pessoas sem recursos, ver tanta gente a ter que recorrer à sopa dos pobres.
Temos que ter energia e vontade para nos levantarmos e lutarmos por um outro rumo para este país (sei que depende muita da Europa mas não ajuda nada se, quando lá vão, os nossos governantes forem elogiar a capacidade de sofrimento dos portugueses, que gostam todos muito de sofrer).
E a nível individual, quem está a passar por momentos menos bons, que se erga e procure aproveitar a vida e a natureza e o que há de bom à sua volta.
A Mary é assim: uma lutadora, uma mulher forte e sensível, que vai abaixo e, logo a seguir, aí está enérgica, divertida, frontal. As suas palavras são sempre um exemplo que dá gosto acompanhar.
Um beijinho, feliz mulher do feliz homem de Singapura.
Olá cara UJM “espalha felicidade”:
Grande post, gostei dos vídeos, já conhecia 2, e da força e alento que aqui nos deixa.
É deste ânimo que precisamos para virar a vida.
Não precisamos que nos mandem emigrar, não precisamos que nos chamem piegas, não precisamos que nos digam que o desemprego é uma oportunidade, não precisamos de ministros que não sabem como diminuir o “coiso”.
Precisamos de políticos responsáveis, precisamos de dignidade, precisamos de incentivos, precisamos de amor ao próximo.
E eu, que posso eu fazer? Muito pouco acho eu, cumpro apenas o dever de consciência de não ficar calada e dar o melhor que posso no meu trabalho, para defender o bem público. Porém quando os decretos, as leis e circulares são publicados para despedirem pessoas, liquidarem serviços e comprometerem a qualidade do trabalho sinto um desânimo paralisante.
E isto provoca-me uma tristeza tremenda, mas sou feliz!
E acredito em dias felizes.
Abraço amigo da
Leanor formosa e segura
É no repartir das preocupações e desventuras que temos a possibilidade de ser uteis e de ajudar, dentro do possível, todos os que precisam de uma mão para seguir em frente.
Obrigada pela partilha dos seus conhecimentos e vivências que nos recordam que podemos sempre estender ou receber uma mão amiga em momentos mais difíceis.
Como a Mary diz, ninguém é feliz todos os dias.
E, tal como ela, também com pouco eu me sinto feliz, mas também por pouco me doi às vezes o coração.
Beijinhos e não valorize o amanhã ser 2ª feira porque a sexta está aí não tarda.
Olá Leanor, forte, formosa e segura,
Também eu me sinto impotente perante o descalabro a que assisto. A desertificação de juventude neste país é muito preocupante por mil razões e também porque desequilibra ainda mais as contas dos fundos de pensões. O país está a ser mais pobre a todos os níveis e até do rejuvenescimento e do conhecimento.
Também faço o que posso, sabendo contudo que é muito pouco. E isso entristece-me.
Mas dá-me ainda mais vontade de 'pregar' onde posso.
Obrigada pela sua compreensão e pela partilha também das suas ideias.
Um abraço, Leanor!
Olá Teresa-teté,
Pois é, tem razão. sendo pouco o que faço, tenho, no entanto, a esperança que alguém que me leia sinta que ganha algum alento ao ler as minhas palavras.
Com tanta gente a ficar sem casa, sem emprego, tantas pessoas com problemas de saúde, deprimidas, infelizes, tenho sempre esta ilusão de achar que talvez uma palavra minha ou algum dos filmes que aqui mostro seja o ânimo de que alguém precise para sentir que não está sozinho e para ter vontade de seguir em frente, lutando.
Ninguém é feliz 24 horas por dia, 7 dias por semana. Mas que ninguém se sinta desanimado ou amargurado 24 horas por dia, 7 dias por semana, é o que eu gostava...
Pois é, Teresa-Teté, hoje (já são quase 2 da manhã...) é segunda feira, o que não é seguramente o melhor dia da semana...
Um beijinho e um bom dia para si!
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