Retomo a recordação do casamento da minha filha, no ponto em que a deixei ontem.
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Já atrasadas, lá chegámos então, finalmente, a casa da minha filha. Passado algum tempo chegou também o meu filho e a namorada, todos aperaltados.
O fotógrafo também não era um fotógrafo convencional. Era um rapaz que trabalhava para a Caras, habituado a fotografar enquanto circulava.
Andava à nossa volta e ia disparando. Passado algum tempo já quase nem dávamos por ele.
A minha mãe pôs-se a passar o vestido de noiva a ferro, preocupadíssima não fosse queimá-lo. Entretanto, a tábua estava ao pé de um enorme retrato, do busto do avô do noivo quase em tamanho natural e a minha mãe estava incomodada, parecia que o senhor não tirava os olhos dela. Acabou por pegar na tábua e ir para outro lado. Eu comecei a arranjar-me, a maquilhar-me, depois a minha filha foi maquilhar a avó, os telefones tocavam, uma interrupção permanente. Depois, queríamos qualquer coisa, não sabíamos o paradeiro de nada, andávamos pela casa à procura de tudo, do pente, do rímel, da bolsinha, dos ganchinhos, dos sapatos, da carteira, de tudo. Largávamos o que tínhamos na mão e as coisas parece que desapareciam. O meu marido sempre a dizer para nos despacharmos. Vejo agora nas fotografias a minha filha, ainda de roupa à civil a comer um iogurte e dobrada de riso. Eu tenho ideia que dei uma ou duas dentadas numa fatia de quiche porque havia sempre alguém a chamar ou a perguntar e que o tempo ia passando. O meu pai já estava numa impaciência e ainda mais nos enervava.
A minha mãe pôs-se a passar o vestido de noiva a ferro, preocupadíssima não fosse queimá-lo. Entretanto, a tábua estava ao pé de um enorme retrato, do busto do avô do noivo quase em tamanho natural e a minha mãe estava incomodada, parecia que o senhor não tirava os olhos dela. Acabou por pegar na tábua e ir para outro lado. Eu comecei a arranjar-me, a maquilhar-me, depois a minha filha foi maquilhar a avó, os telefones tocavam, uma interrupção permanente. Depois, queríamos qualquer coisa, não sabíamos o paradeiro de nada, andávamos pela casa à procura de tudo, do pente, do rímel, da bolsinha, dos ganchinhos, dos sapatos, da carteira, de tudo. Largávamos o que tínhamos na mão e as coisas parece que desapareciam. O meu marido sempre a dizer para nos despacharmos. Vejo agora nas fotografias a minha filha, ainda de roupa à civil a comer um iogurte e dobrada de riso. Eu tenho ideia que dei uma ou duas dentadas numa fatia de quiche porque havia sempre alguém a chamar ou a perguntar e que o tempo ia passando. O meu pai já estava numa impaciência e ainda mais nos enervava.
E o fotógrafo disparando.
A coisa acabou com o meu marido a ter que ser ele a abotoar o vestido da noiva (que tinha dezenas de botõezinhos minúsculos, forrados, nas costas) e isto porque no meio da barafunda toda a gente estava ocupada a fazer não se sabe bem o quê e mais ninguém teve disponibilidade para ajudar a noiva. Eu só me lembro de andarmos todos à procura de qualquer coisa porque a casa era pequena, e havia vários sacos, sacos com sapatos, sacos com carteiras, com écharpes, com garrafinhas de água, com máquinas fotográficas, com sei lá mais o quê e ainda de o telefone não parar, tudo o que era primo, prima, tio, tia, amigo, amiga, todo o mundo telefonava a saber se estava tudo bem, se era preciso alguma coisa e que já estavam a ir para a igreja.
Depois foi pôr-lhe o véu à pressa, todos a chamarem uns pelos outros, vamos andando?, não, espera aí, não, leva isto, qual o carro que vai à frente?, espera - uma logística complicada em que parece que todos nos empecilhávamos uns aos outros. E o fotógrafo ali às voltas.
Há uma fotografia deliciosa, tenho-a emoldurada. A minha filha já toda pronta ao lado do meu filho que parecia o Marlboro Man, muito alto, todo giraço, já pronto para sair, os óculos escuros já postos… e muito sério e muito sem jeito, a segurar, em cada mão, uma cesta com lacinhos e pétalas de flor e a irmã, muito compenetrada, a fazer-lhe alguma recomendação. No meio daquela barafunda, tínhamo-nos esquecido das cestinhas e quase toda a gente tinha as mãos ocupadas, tivemos que nos organizar e eu levei uma maior, e ele, que parecia um super-model, com cestinhas nas mãos… Lindo.
No elevador ainda pensei: ‘devia ter comido mais qualquer coisa; como é que me aguento até quase à noite sem comer…?’ mas já nada a fazer, adiante.
Lá nos distribuímos pelos carros, lá fomos. Quando chegámos, o impacto de vermos montes de carros, montes de gente á porta da igreja. Foi o primeiro estremecimento. Já fui a tantos casamentos, sempre na desportiva, como convidada, espectadora, na maior. Mas agora era o casamento da minha filha, agora era a sério. Imensa gente se tinha mobilizado para assistir a este momento.
Saímos dos carros, ajudámo-la a ela a sair, toda frou-frou, ajeitámos o vestido, o véu, eu levava a écharpe na mão ou sobre um ombro, já não me lembro, estava cheia de calor, pegámos nas carteiras, passámos-lhe o bouquet para as mãos, a cena das cestinhas sempre a atrapalhar, ‘mas levam-se já as cestas?, não vamos aparecer ridículos com as cestas nas mãos, que chatice, o que é que se faz às cestas?’, e lá fomos, nós à frente, ela e o meu marido mais atrás.
A partir daí tudo parece um filme. Entro na igreja que está repleta, gente de pé cá atrás e ouve-se uma agitação. Os convidados que estão à espera viram-se porque, entrando eu, significa que a noiva está a chegar. Toda a gente sorri para mim. Muita gente vem cumprimentar-me. Distribuo beijos e apertos de mão. Não conheço imensa gente, a família do noivo é muito numerosa, a outros, que conheço, cumprimento sem registar a quem estou a cumprimentar. Parece que vou em piloto automático. Reparo que a igreja está linda, as velas acesas, as flores muito bonitas, nisto ela não falhou, o noivo e os padrinhos à espera, os meus futuros compadres e os irmão do noivo a virem cumprimentar-me, vou para os lugares que nos estão reservados e, mal chego ao meu lugar e me preparo para me sentar, apardalada, atarantada, o coro começa a Ave Maria de Schubert e toda a gente se põe de pé e se vira.
E então, eu vejo, em contraluz, a minha filha com a mão no braço do pai, ela linda, linda, sorrindo para toda a gente, o meu marido compenetrado, sorrindo, ambos com o passo muito acertado, ao ritmo certo. Naquele mesmo instante emociono-me de forma absoluta. Ver o sonho da minha filha a concretizar-se, aquele ambiente etéreo, rosto coberto pelo véu que desliza atrás do vestido, elegante, linda, aquele ambiente de luz coada, as pessoas todas a sorrirem à sua passagem, a música caída directamente do céu, tudo aquilo derreteu instantaneamente o meu coração. Fiquei logo ali quase a rebentar em lágrimas.
Depois, ao chegar junto ao altar, o meu marido cumprimentou o futuro genro e passou-lhe o testemunho da guarda da nossa querida menina. Foi um momento emocionante e fatal. O coração apertou-se-me, perdida de emoção, lágrimas já cara abaixo. Reparei que a minha mãe estava na mesma, que o meu pai emocionado estava e isso ainda me fez emocionar mais. Parece que, logo a partir dessa altura, por querer conter-me, um nó se começou a formar no meu peito, estrangulando-me a garganta.
A cerimónia teve início. E não sei se foi logo aí ou se foi quando começou aquela parte das leituras, o padre sai-se com esta: ‘Algumas pessoas especiais na vida dos noivos farão umas leituras e uma dessas pessoas é a mãe da noiva que resolveu escrever ela própria o texto que vem ler. E, como eu gostei muito desse texto, resolvi que deveria ficar para o fim, será com o texto da mãe da noiva que vamos encerrar a cerimónia’. Só pensei ‘Estou feita. Em vez de me despachar logo o meu número e poder desfrutar o resto com um mínimo de tranquilidade agora, em cima do estado em que já estou, ainda vou ter que estar aqui em pulgas até ao fim’.
E o fim nunca mais chegava.
A cerimónia foi linda, os noivos sempre sorrindo um para o outro, sempre trocando segredos, dando-se a mão ao de leve, cúmplices, felizes. Eu via a minha filha tão bonita, tão realizada. Tão feliz, toda ela brilhava de satisfação, o vestido muito bonito, o véu estendendo-se atrás dela, numa leveza transparente, tudo tão bonito. E, ao vê-la assim, eu sentia-me repleta de felicidade por ela, mas era como se tanta felicidade não coubesse em mim, e eu só me apetecia deixar correr as lágrimas, emocionar-me a valer em vez de estar ali a ver se me continha.
Amigos e padrinhos leram pequenos trechos biblícos, tudo muito bem. E eles casaram, trocaram alianças, beijaram-se e as pessoas aplaudiram e eu sustive as lágrimas e sempre a pensar ‘é agora’ mas nunca mais era, havia sempre mais uma oração, um ajoelha, senta, põe-te em pé, e eu numa emoção abafada na garganta. Até que, finalmente, o padre disse, ‘Agora vamos ouvir a mãe que aqui traz um texto dirigido à ua filha e àquele que a sua filha escolheu. É o texto sentido de uma mãe que vê a sua filha partir, abandonar o ninho’. E eu, ao ouvir isto, esta coisa da mãe que vê a filha partir, sair do ninho, (que noutro contexto me soaria a lamechice), ali ainda me deixou mais de rastos, só não me desmanchei toda num incontrolável pranto porque fiz um esforço brutal.
O meu marido, vendo que a coisa estava preta, deu-me um pequeno toque, sorriu, e incentivou-me: ‘Vá.’ A mensagem foi minimalista, eu sei, mas ele é mesmo assim, e eu senti a preocupação dele. Lá me levantei com a folha a4 dobrada e lá segui para o púlpito. De caminho olhei para os noivos, ali sentadinhos, todos bonitos, de mão dada, e enterneci-me tremendamente. Troquei um rápido olhar com a minha filha e não sei como não me desfiz ali mesmo, lavada em lágrimas, como não corri a abraçá-la e a desejar-lhe tudo, tudo de bom, minha querida filha. Ela contou-me depois que percebeu o estado em que eu estava e que disse ao então já marido, ‘Não olhes para a minha mãe, vamos olhar para baixo, porque não tarda ela vai desatar a chorar’. E assim estiveram, os dois de olhos postos no chão, de mão dada.
Cheguei ao sítio onde está o suporte com o microfone onde se põe o livro que se vai ler (deve ter um nome, mas agora não me ocorre). No estado em que estava, nem sei como me consegui controlar, sentia-me anestesiada, trémula, excessivamente comovida. Abri a folha e pousei-a. A garganta estava totalmente estrangulada, parecia que todas as lágrimas se tinham acumulado ali, um aperto, um aperto que só visto. Sentia que, mesmo que quisesse falar, nem um som sairia.
Olhei para a assistência: uma igreja repleta olhava atentamente para mim. A garganta bloqueada - e continuar a respirar já era milagre. Olhei para a minha filha. O texto que eu tinha escrito começava com eu a dirigir-me a eles pelo nome. Ao olhar para eles eu queria ser capaz de dizer o nome para, assim, dar início á leitura do texto. Mas nada, nem um pio. A igreja num silêncio aterrador, todos os olhos postos em mim - excepto os da minha filha e do noivo.
Pensei, em pânico, ‘E agora? Cá está a tão temida barraquinha… Não é desatar a rir mas é desatar a chorar. O que faço? Retiro-me e vou chorar para o meu lugar…? Depois desta falsa partida, que barraca, credo.’
E, então, pousei as mãos abertas de palmas para baixo em cima do suporte de madeira onde estava a folha, respirei fundo e, do mais fundo da minha alma, arranjei força para dar início ao texto, saltando por cima do nome deles. Enquanto lia, ouvia a minha voz, irreconhecível, e ainda consegui pensar, ‘é a isto que se deve chamar voz embargada…’. Era como se voz me tremesse dentro o corpo antes de sair, e saía presa, quase rouca.
Tinha tido a ideia de terminar o pequeno texto com um poema da Sophia de Mello Breyner, imagine-se. E, portanto, sem nunca ter ensaiado a leitura - eu que acho que não tenho o mínimo jeito para dizer poesia - lá li o poema. No final era suposto dizer ‘Sejam muito felizes’ mas já não fui capaz, era uma mensagem excessivamente pessoal para conseguir pronunciá-la no estado em que me encontrava.
Depois fui-me sentar.
Só quando vi o filme do casamento é que me dei conta que quando acabei de fazer a minha leitura, ‘a casa veio abaixo’ com palmas. Na altura, vejam só, nem dei por isso.
E com a minha emocionada intervenção o padre deu por finda a cerimónia religiosa, dirigindo-se, então, os noivos para a sacristia para assinarem os documentos. Quando acabaram e se preparam para sair, já o coro lá em cima, no varandim, entoava o ‘haja o que houver, espero por ti’ dos Madredeus.
E toda a gente surpreendida e, ao mesmo tempo, comovida com a canção, toda a gente sorridente, feliz, em particular os noivos. A noiva, então, estava radiante. Agora já de rosto descoberto, muito bem maquilhada, com um belo penteado, toda ela irradiava felicidade.
Nessa altura, as célebres cestinhas saíram à cena e toda a gente lhes atirou flores. E eu ainda estava nas nuvens, toda a gente a felicitar-me pela minha filha, pela minha intervenção que tinha emocionado toda a gente, presumo que nem tanto pelo que disse mas mais pela forma como disse. Uma mãe em ponto de rebuçado. Mas muito feliz.
(Nota: A fotografia das palmas foi obtida na net. As restantes são 'legítimas' e, nelas, poderão ver o célebre bouquet descrito no post de ontem)
17 comentários:
Li o texto do casamento da sua filha. Desejo-lhe, como mãe, que passou pelo mesmo, as maiores felicidades para o jovem casal. Descreveu tão bem aquela emoção toda, que me comovi e deixei cair umas lágrimas, porque sei, exactamente,qual é o nosso estado de espírito quando passamos por tal experiência. Parece muito mais importante o "dia" delas do que foi o nosso. Eu que casei de "pijama party" nos anos 70, embora este fosse lindo e o cabelo estava um espanto arranjado pelo falecido Ataíde do Ayer, nunca vesti um vestido de noiva. Na altura, para desgosto da minha mãe, quis ser revolucionária. Também não casei pela igreja, e o vestido parecia-me descabido. Engraçado, como elas, depois de nós, se tornaram tão conservadoras e querem, igrejas, flores, cerimónias mágicas, vestidos de princesa. Afinal e no fundo, são rituais que transformam aquele dia em algo tão especial, que até acredito, que ficará para toda a vida nas suas cabeçinhas, e as ajudará muito, naqueles momentos do futuro que possam tornar a vida menos boa, e a recordação de tal dia, vai auxiliá-las, antes das atitudes e decisões mais precipitadas, por vezes sem retorno, porque aquele dia, foi um dia de beleza, união e o mais importante no significado.
Muitas felicidades.
TBM
Uma delícia esta descrição, tanto pormenor, recordação tão viva.
Fez-me lembrar do meu dia. Há tanto tempo, perdi-lhe a conta e depois quase tudo correu mal.
O meu vestido era bonito, desenhei-o eu, sempre com a mania de pôr tudo desigual, era abotoado miudinho desde meio das costas até ao cóxis cintado.
Um dia escrevo sobre isto...
Emotivo e vulgar (sorry), deve ser o que todas as mães sentem nesse dia.
A descrisão do seu filho o máximo
Felicidades para a familia !!!
Todas as mães reagem assim, penso eu.
No dia do meu casamento, quem me comoveu mais, foi o meu pai. Durante os discursos pós copo de água, disse:
"Sinto-me um pouco triste, porque hoje a minha filha deixa de ser minha mas, sinto-me alegre, porque penso ter mais um filho". Não se enganou.
O casamento está um primor. Só uma mãe saberia recordar tantos pormenores. Querida, que a sua filha seja tão feliz, como a viu nesse dia.
Tive a felicidade de ver o casamento do meu filho que já dura 16 anos.
A minha filha optou por nunca casar. Só eu sei, o que tal decisão me custa mas, a vida é dela.
Beijinhos amiga
Maria
Boa tarde!
Sou visitante do seu blogue, que aprecio, mas que nunca participei.Porém a descrição do casamento de sua filha foi irresistível...É fascinante a maneira como descreve todos os pormenores,e nalguns "vivi" o casamento do meu filho...Bem sei que é diferente de ver uma filha vestida de noiva, mas as emoções talvez se aproximem.Não sei há quanto tempo viveu essa experiência, mas parece tudo tão fresquinho... A minha nora é uma menina bonita, com um sorriso fresco e encantador. O meu filho é um rapaz charmoso e que me habituou a ouvir os mais variados elogios desde criança...Enfim a cumplicidade dos seus olhares naquele altar, os risos constantes de ternura que trocavam,traduziam uma imagem de muito amor,como num conto de fadas.
É giro, que no final da cerimónia, também foi cantado e tocado à viola por amigos, o "haja o que houver".
Agradeço a oportunidade de reviver este momento feliz.
Veramaria
Olá!
Com esta descrição até eu estive no casamento.
Adorei e desejo para os noivos toda a felicidade do mundo.
Beijinhos
Teresa
TBM,
Muito obrigada pelas suas palavras e pela recordação do seu dia em estilo pijama party. Se tiver tempo, leia como foi o meu (http://umjeitomanso.blogspot.com/2011/10/o-primeiro-dia-em-que-vi-minha-filha.html). Não terá diferido muito do seu.
Não me imaginava de vestido aparatoso e caro para um único dia, nem me ocorreu fazer uma festança preparada com tanta antecedência e com tanto pormenor.
No entanto, reconheço que, feito assim, se torna um dia memorável. E senti uma felicidade incomparavelmente maior quando cada um dos meus filhos se casou do que quando eu me casei.
Obrigada pelos seus votos de felicidade que não preciso de transmitir porque a minha 'babyzita' lê o blogue e vai lê-los, ela própria.
Luísa,
Vou ficar à espera que conte o seu dia de sonho. Tenho pena que a coisa não tenha continuado no carreiro (estreito, sinuoso) da felicidade.
Mas, inspirada, divertida e inteligente como é certamente voltou (ou voltará) a encontrar o caminho certo onde a vida corre bem e as coisas sabem bem como dióspiros :)
Rosaamarela,
Tem razão, de facto sou uma mãe normal, uma mãe-ligeiramente- galinha que se emociona imenso com os seus pintos e pintainhos.
Fico felicíssima quando os vejo felizes e realizados, muito mais feliz do que quando eu própria me sinto realizada.
Obrigada pelos seus votos de felicidades - que retribuo para si e também para a sua família.
Maria,
Eu não me lembro da reacção dos meus pais no meu casamento mas imagino que a minha mãe deve ter ficado lavada em lágrimas. Mas, nesse dia, eu estava tão apaixonada, tão feliz e era tão novinha, que, no acto de me casar ('pelo civil') só me lembro do meu marido.
Mas no casamento dos meus filhos, não apenas eu me emocionei como vi os avós também emocionados e isso ainda ajudou para eu ficar mais comovida.
Quando o meu filho se casou, fiquei especialmente comovida (e logo com as lágrimas a correrem) quando o vi a ele, que não é nada de lamechices e que sempre tinha jurado a pés juntos que nunca se casaria, a olhar emocionado, com um sorriso mesmo emocionado, à medida que via a minha nora, bonita e sorridente, a entrar pelo braço do pai, ao som de uma música linda. Ver o meu filho a conter-se, emocionado, derreteu completamente o meu coração.
Mas se ele(s) se tivesse mantido na dele(s) de não se casar(em) eu teria ficado contente na mesma.
Nunca fui muito de dar grande importância a convenções mas cada vez dou menos. Que sejam felizes, casados, 'juntos' ou como quiserem. Só quero mesmo é que estejam bem, que sejam felizes.
Não fique triste por a sua filha não se querer casar. Se ela prefere assim, ela lá sabe e o que é preciso é que se sinta bem, acarinhada, apoiada.
Não podemos saber o que é melhor para alguém, nem para os nossos filhos. Por isso, eles que decidam que nós cá estamos para o que for preciso, para lhes dar apoio, conselhos, mimo.
Eu, pelo menos, acho isso.
Beijinhos, Maria.
Jeitinho Manso
Andou uma lagrimita no meu olho misturada com sorrisos de ternura, quando li este seu post, verdadeiramente delicioso.
Que frescura, que amor maternal, que olhar doce sobre o começo de outra vida duma filha. E que família!
Se estivesse aí, desse lado da blogosfera dava-lhe um abraço muito sentido.
Como estou aqui- bem longe por sinal- mando-lhe um abreijo do tamanho do mundo!
Olá Vera maria,
Muito obrigada pelas suas palavras tão simpáticas.
Casar um filho ou uma filha é a mesma emoção mas, tem razão, há esta pequena diferença do vestido de noiva. As meninas que sonham com o seu grande dia, quando ele chega, têm uma alegria tão grande que nós, mães, que sabemos o quanto sonharam com verem-se vestidas de noiva, com o véu, com o baile, com tudo isso, nos derretemos ao vê-las a satisfazerem o seu sonho.
Mas o casamento do meu filho foi igualmente bonito e um dia muito feliz. Os convidados foram imensos, com um número muito grande de amigos, muitos jovens, muito giros, muito divertidos, que nos alegraram a todos. E que se emocionaram quando viram o seu amigo ali a casar-se, o primeiro daquele grupo a casar-se.
São dias muito felizes, que deixam belas recordações.
Fico contente que o seu menino também tenha tido um dia feliz, que a sua nora seja amorosa e amiga dele. E engraçado que tenham tocado o 'haja o que houver' que é uma canção com imenso simbolismo.
Felicidades também para o seu belo rapaz e para a sua nora bonita.
E obrigada pela visita e pelas suas palavras. Volte sempre.
Um beijinho.
Teresa-Teté,
Obrigada por ter vindo ao casamento. Gostei de a ver, na sua bela toilette. Espero que tenha gostado que eu gostei de a ver por cá.
Obrigada pelos seus votos. A noiva, que agora já é mamã e anda sempre de bebé ao colo, vai lê-los e apreciá-los-á, certamente.
Um beijinho, Teresa-Teté.
Olá Helena-Leninha,
Muito obrigada pelas sua palavras tão queridas. Ainda bem que fui capaz de transmitir a emoção do momento que ainda está tão fresco na minha memória.
O seu abraço caloroso chegou até aqui, senti-o e agradeço-lho.
Um beijinho.
Não me lembro de alguma vez querer vestir um vestido de noiva…
Todavia tenho uma filha…e como muito bem diz, quando temos filhos sofremos e vivemos mais os seus desejos que os nossos, SEI que a minha filha gostava muito de fazer um casamento como o que descreveu eu ver e sentir as mesmas emoções que você sentiu.
Ando a sofre por antecipação.
abraço
Cá estou eu novamente, a referida filha e a referida noiva.
Agradeço a todos os comentadores os votos de felicidade. Já lá vão mais de 8 anos e dois filhos. Uma raridade nos nossos dias, bem sei!
Quanto à descrição emotiva e bem humorada...adorei! Claro que me lembro de outros pormenores que no meu lugar de noiva tiveram outra relevancia, mas é muito giro ver esta perspectiva.
Só uma correcção: estivemos de facto de mão dada em toda a cerimónia,mas não foi levemente.. Era até com uma força tal que as mãos escorregavamde molhadas e aparecem brancas nas fotografias...dos nervos e da tanta felicidade!
Obrigada por este momento «Kodak» ;)
Bjs
Minha babyzita,
Ainda bem que gostaste de ler.
Gostava ainda de contar outras coisas, como a dança cheia de sensualidade com que nos surpreendeste a todos ao som da Norah Jones (até o noivo parecia surpreendido - mas correspondeu lindamente), a música lindíssima do quarteto de cordas durante o jantar, a tua energia até de madrugada, etc, etc - mas não vou maçar os leitores.
Beijinhos aos noivos, que continuem felizes e gracias pelos meus lindos e fofos babyzinhos.
Kisses, linda.
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