Um debate de marretas excessivamente previsíveis |
Sócrates tem como linha de orientação para esta campanha transmitir a ideia de que foram os outros, direita (gananciosa) e esquerda (licenciosa) unidas, que chumbaram o PEC IV, causando uma crise política que deu cabo das finanças de tal forma que se teve que chamar o FMI, quando isso era escusado.
Toda a santa campanha o vamos ouvir a matraquear isso a propósito de tudo e de nada. A Clara de Sousa ou a Judite de Sousa perguntam-lhe pela taxa do IVA ou pelo TGV ou por qualquer outra coisa e ele despeja que 'foram os outros, esquerda e direita unidas, que chumbaram o PEC IV (...)'.
Não pode ser.
Se não muda de estratégia ainda se trama porque não há paciência.
E, além disso, Caro José Sócrates: nós queremos saber com exactidão que medidas tenciona implementar. Prepare um power point claro, elenque as medidas, com prazos, objectivos, projecte isso no teleponto e leia-nos.
Louçã, cada vez mais com um esgar em vez de cara, segue, como sempre, a estratégia do discurso anti-poder. Não há propostas concretas mas apenas intenções pois sabe - é economista e não é parvo - que não vai aceder ao poder executivo, não será chamado a concretizar coisísissima nenhuma do que anda a dizer e a escrever em cartazes. Por isso pode dar-se ao luxo de falar, de pregar, como se andasse de megafone na mão a dizer verdades inquestionáveis mas que não levam a lado nenhum.
Abaixo a burguesia. Luta, luta, camarada luta. Refrões.
É um verdadeiro homem da luta, uma paródia. Aliás sugiro até que o Jel e o Falâncio o cooptem. É capaz de ser um bocado rígido, tem ar de pé de chumbo mas nem precisa de se caracterizar, pode apresentar-se assim: teremos a ceifeira, o mineiro, o operário, a escriturária e o deputado louçã.
Os Homens da Luta ainda sem Louçã. Tive pena que tivessem sido já eliminados: eram um ponto dissonante e eu gosto disso. |
E em síntese: num debate destes não há ganhadores.
1 comentário:
um calendário com medidas, etc... concordo, o problema é q quem governa está, por um lado, cingido pelo acordo com o feef, por outro se diz efectivamente o q pensa fazer bem pode arrumar as botas. e o problema, chegados aqui, é, do meu ponto de vista, saber quem está em melhores condições de defender os "míninos olímpicos" desta coisa. o psd ou o ps? e parece-me q é essa a interrogação, a seco, q as pessoas se fazem. a seco, como lhe digo, sem recurso a jogos florais. a crispação é muito forte. agora também penso q a mensagem do ps tem de ser mais escorreita, mais fluida e sobretudo mais convincente. hoje, com o louçã, sócrates devia ter sido mais afirmativo. até mesmo mais ríspido. a ver vamos como tudo isto acaba.
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