Já antes vos falei de como gosto da June Tabor.
Hoje lembrei-me dela para acompanhar este sentimento de estranheza que sinto ao dar por mim essencialmente preocupada com a probabilidade de os finlandeses não aprovarem o plano de resgate. Já estamos nisto: a esta hora decorrerão certamente grandes negociações a nível da comissão europeia a tentar convencer os finlandeses a deixarem passar a ajuda a Portugal. Que vão estourar com o dinheiro, que aquilo é um País insolvente e inimputável, que ninguém se entende, que o tipo da oposição é um nabo que não tem rama por onde se lhe pegue, que os tipos da função pública - sem que haja dinheiro para lhes pagar os ordenados - ainda vão fazer greve e dizem que são contra a ingerência do FMI, que aquilo ali é tudo gente sem competência, saloios armados em governantes [será possível que alguém na City tenha aceitado reunir-se com o papo-de-anjo PPC...? Espero que seja bazófia dele, que aquilo de se ir reunir com investidores seja só conversa de treta, até me assusta pensar na fraca figura que ele anda por Londres a fazer, a dizer-se e a contradizer-se sem se dar conta disso, que vergonha ], etc, etc - é o que os finlandeses devem dizer.
Sinto vergonha mas percebo-os. E Angela Merkel, semblante carregado, avisa que, se a ajuda vier, Portugal vai estar sujeita a apertada vigilância. Chegámos mesmo a este ponto.
Até o meu pinheirinho chora com isto |
Mas agora é hora de voltar a página, de deitar mãos ao trabalho e agir com juizinho: cortar o que há a cortar, arrumar a casa, gerir com equilíbrio e pragmatismo, fazer contas antes de resolver o que quer que seja, e, sobretudo, apelar ao empreendedorismo, investir, criar riqueza, criar emprego, produzir, substituir importações por exportações.
Mas, por hoje, chega. Vou ouvir a June Tabor em Strange Affair (com atenção, porque a letra parece-me vir a propósito).
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